Em 2008, o mundo conheceu uma figura que marcaria a indústria da música pop para sempre. O mundo todo se rendeu ao fenômeno que é Lady Gaga. Atrevo-me a falar que depois do surgimento dessa performer, o mundo da música virou de cabeça para baixo e testemunhou uma enorme mudança.

Gaga chegou de mansinho e conquistou a mídia, os críticos e o público com suas composições, seu enorme carisma, suas performances de tirar o fôlego, seu talento inquestionável e, claro, sua “excentricidade”. Não demorou muito para que a cantora conquistasse uma legião de fãs que a acompanham em todos os lugares que ela vá, nos quatro cantos do mundo.

Vimos o enorme crescimento da mulher que antes cantava em alguns bares e começou a lotar arenas e estádios. Desde o seu primeiro álbum de música pop, Gaga vinha conseguindo quebrar recordes, ganhar Grammys e milhares de fãs. Entretanto, com o lançamento de ARTPOP, observamos uma mudança neste cenário.

Seu quarto álbum de estúdio não foi tão bem recebido pela mídia e pelo público, quando comparamos com os anteriores e também não recebeu nenhuma indicação na maior premiação da música, o Grammy Awards. A era ARTPOP, como os fãs chamam, enfrentou muitas complicações e marcou a pausa de Gaga na música pop.

Depois do final dessa era, Lady Gaga, ou melhor, Stefani Germanotta decidiu se dedicar a outros sonhos que nutria desde a sua juventude. Ela se juntou ao seu grande amigo, Tony Bennett, e gravou um disco de jazz (Cheek to Cheek). Logo após, recebeu seu maior papel como atriz, até agora, atuou na famosa série “American Horror Story”, onde interpretou a vilã Condessa Elizabeth, papel que lhe rendeu um Globo de Ouro.

Apesar do grande reconhecimento que recebeu durante a execução desses projetos, a grande mídia e o público não ficaram muito satisfeitos com sua “saída” do pop. As pressões para lançar um álbum e voltar a cantar estão a todo vapor. Nesse momento, uma pergunta me vem à mente: “Por que toda essa pressão e insatisfação se Gaga/Stefani está apenas tornando seus sonhos de adolescente realidade? Nós, como fãs, não devíamos ficar felizes por isso?”. Essa questão levanta outra: “Quantas vezes paramos para pensar que esta artista é apenas uma mulher como qualquer outra no mundo?”.

Estas são reflexões continuaram a me ocorrer depois da entrevista que ela concedeu ao programa Actors On Actors, junto à atriz Jamie Lee Curtis, onde a mesma coloca:

“Não sou uma deusa que caiu do céu para cantar música pop, não sou um ser humano super incrível que precisa ouvir o quão maravilhosa sou todos os dias e ser beijada. Não preciso de nada disso. Verdadeiramente, meu propósito nesta Terra é fazer as pessoas felizes e curar as pessoas através da música. É o que devo fazer.”

Muito mais do que cantar música pop, vender milhões de singles e álbuns, ganhar inúmeros prêmios e seguidores em suas redes sociais, Stefani/Gaga quer conquistar seus sonhos de adolescente, quer se sentir bem e verdadeira com aquilo em que está trabalhando e, principalmente, quer poder conseguir ajudar as pessoas através da sua ocupação. Esse é seu propósito maior.

Diante disso, é importante que os fãs respeitem suas decisões pessoais e a apoiem nos projetos que ela quer desempenhar. É claro que sentimos muita falta da sua atuação na música, mas isso não deveria abrir espaço para pressões excessivas e críticas sem fundamento. Gaga já disse que este será o ano da sua volta, estamos ansiosos, mas devemos saber esperar. Uma coisa é certa: algo maravilhoso está por vir, a espera valerá a pena.

Revisão por Fellipe Pepi