Creio que vocês devem estar se perguntando: por que cargas d'água essa coluna se chama "Artphetamine"? Bom, vamos lá: se vocês visitam frequentemente o site é porque, claramente, são aficionados por arte, logo, a arte é um vício. Sim, ela é como anfetamina! Quanto mais consumida, mais nos torna dependentes. Resumindo, o nome que a coluna leva é uma junção das seguintes palavras: "art + amphetamine = artphetamine".

Arranjos cativantes, melodias agradáveis e letras bem-estruturadas são os principais elementos constitutivos da viciante arte que Lady Gaga dá à luz e presenteia os little monsters, pois é através da aliança de uma sinfonia sonora e de sua voz, que a cantora esbanja talento e, ainda por cima, se demonstra uma pessoa engajada em lutar pelos direitos das minorias, pregando sempre que devemos espalhar o amor.

O impacto da fonografia de Gaga, entretanto, não se limita a causas sociais – não que não sejam importantes, pelo contrário! –, porque é sabido que ela, quando mergulhou no mundo da música, em 2008, e lançou o single Just Dance, fez o cenário pop – muito acomodado, durante anos, em um padrão pré-estabelecido e consideravelmente estagnado – se adequar ao estilo “Lady Gaga” de ser.

Foi assim que uma novata revolucionou – e ainda influencia demasiadamente – a música pop e se tornou a voz de uma geração que, até o seu surgimento no show business, estava carecida de uma personalidade com a força de Lady Gaga.

Algumas das primeiras imagens que vêm às nossas cabeças quando o assunto é cultura pop são: Gaga fazendo uma performance sangrenta de Paparazzi, no VMA, em 2009; Gaga usando o controverso vestido de carne, no VMA, em 2010; Gaga dando novos rumos à música pop no clipe de Bad Romance; Gaga saindo de um ovo, no Grammy, em 2011; Gaga emanando uma mensagem de amor próprio ao performar, pela primeira vez, Born This Way, em 2011, no Grammy; Gaga se apresentando no Super Bowl, em fevereiro deste ano, dentre vários outros momentos icônicos de sua carreira.

Até então, restringi-me apenas a um lado de Gaga: o musical. Como nós, fãs, sabemos, nossa querida Stefani, além de ser uma exímia instrumentista e vocalista, é uma ótima atriz – vide a estátua do Globo de Ouro que recebeu, em virtude de sua atuação em “American Horror Story Hotel”, além do filme que, já começou a gravar: “A Star is Born” –, modelo (quem não se lembra dela desfilando para a marca Thierry Mugler, em 2011, e, no outono de 2016, para o badalado estilista Marc Jacobs?), empresária, colunista e dentre várias outras atividades que exerce mundo afora.

Provavelmente, o que faz com que eu e vocês, leitores, nos apaixonemos ainda mais por Lady Gaga, é sua capacidade de, a cada momento, evidenciar um traço diferente de sua conhecida (porém imprevisível) personalidade camaleônica, tendo em vista que, sempre esperamos pelo inesperado.

Levando em consideração a referida capacidade artística multifacetada de Gaga, quais serão os próximos passos que ela dará em sua carreira? O que será que, a partir de agora, influenciará Gaga a compor, produzir, atuar, modelar, criar e, a cada vez mais, nos inspirar? Quais são as próximas cartas na manga que a artista possui? O que Gaga está preparando para sua apresentação no Rock in Rio? Quando será lançado o clipe do single The Cure? Será que realmente ocorrerá o lançamento do tão falado EP que, supostamente, daria continuidade à era Joanne ou tal indagação permanecerá apenas nas mentes dos fãs da cantora? Aguardemos.

Ilustração por Marciano Palácio

Revisão por Kathy Vanessa