Promovendo a sua nova turnê, a Joanne World Tour, Lady Gaga realizou o seu primeiro show nos Estados Unidos, em Tacoma.

Com isso, o The New York Times publicou uma matéria em seu site, fazendo uma resenha sobre o desempenho de Gaga no terceiro show da sua mais recente turnê. Na matéria, eles destacam pontos positivos e negativos do show.

Confira a tradução na íntegra:

Lady Gaga, a provocadora chamativa vs Lady Gaga, a voz crua

Tacoma, Wash. - Lady Gaga introduziu sua performance de ‘‘Joanne’’ no Tacoma Dome aqui no sábado à noite com uma longa indagação do que ela chama de ‘‘luto contemporâneo’’ e como isso moldou a faixa-título do seu último álbum. Ela dedicou a performance para as pessoas que foram afetadas por uma dor tão marcante que não se lembram de como eram antes disso, e deixou claro que elas não estão sozinhas.

Ela tocou a música em um violão, eventualmente se juntando a dois colegas de banda, que também tocavam, para uma balada, o efeito Eagles que furou a grande vulnerabilidade com a qual ela começou.

Depois de uma pequena interlude, ela voltou ao palco em uma roupa branca com vidros anexados para ‘‘Bad Romance’’ de 2009, um de seus maiores hits pop. Sua performance aqui foi o oposto: enérgica, precisa, comprometidamente estética e ardente.

A justaposição era desorientada. Esse show, a primeira parada da sua nova turnê nos Estados Unidos, destacou as tensões que atormentaram Lady Gaga, especialmente neste estágio da sua carreira. Ela é um titã quando se trata de grandes quantias de sentimentos e também pulverizando disco-pop. Ela radia crueza e é hábil no vestuário. Mas todas essas coisas nem sempre andam juntas e frequentemente Lady Gaga se encontra em cabo de guerra com ela mesma - sinceridade vs artifício, extravagância vs ascetismo, e por aí vai.

Aparentemente esta é uma turnê para celebrar ‘‘Joanne’’, seu quarto álbum de estúdio, que ela lançou em Outubro e tem sido o álbum com menor sucesso. Mas as músicas daquele álbum estavam entre as menos efetivas aqui: o rock bagunçado de ‘‘A-Yo’’, a sonolenta ‘‘John Wayne’’, a inconvenientemente alegre ‘‘Dancin’ in Circles’’. Elas também foram as menos características. Lady Gaga prospera nos extremos de teatralidade e intimidade fria, e esses são os modos com os quais o show teve sucesso.

A primeira metade do show foi desconexa, mudando estilos e atitudes de forma aleatória. Mas no meio do show, Lady Gaga impôs um ritmo, depois que três casulos que estavam próximos do teto da arena racharam para revelar pontes que desceram ao chão formando um caminho que ela poderia atravessar, com paradas em duas plataformas circulares no caminho, do palco principal a um menor no final da arena.

Esse palco tinha um piano, e ali Lady Gaga estava em casa. Ela deu a ‘‘Come to Mama’’, de ‘‘Joanne’’, um falso arranjo Broadway-cabaret, mas se redimiu com um canto robusto estilo Mama Cass. Ela seguiu com ‘‘The Edge of Glory’’, um hino mais antigo cantado somente com piano, o qual ela introduziu com uma história sobre a morte de uma amiga próxima.

Não é provável que haja mais expositores de garra vocal em uma arena durante este ano, ou qualquer outro. Sua performance foi trágica e ainda assim cheia de esperança, aconchegante, ferida e empolgada. Personificou a cantora em seu melhor, servindo como um canal de sentimento profundo. Continuou nas próximas duas músicas de ‘‘Joanne’’: ‘‘Angel Down’’ e ‘‘Million Reasons’’, que ela cantou no piano e às vezes em cima dele.

Lady Gaga fez seu nome com ostentação, extravagância, ironia e arte de pseudo-performance. Aquela estranheza que uma vez deu a ela o centro no disco-pop já decaiu há um bom tempo. Com o passar da noite, durante seus hits mais efervescentes ela foi acompanhada de uma dúzia de dançarinos que serviram como um tipo de visual duro e frenético, mas indistinto, movendo muito, mas comunicando pouco.

Velhos hits como ‘‘Paparazzi’’ e ‘‘Telephone’’ ainda têm estilo, mas eles foram ofuscados pelos momentos quando Lady Gaga tomou o controle do show. Tudo sugeria uma metamorfose no horizonte. Tire os dançarinos, a ornamentação, a provocação e deixe apenas a dor - um show devotado aos machucados elegantemente declarados pode ser o ápice de Gaga.

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Revisão por Vinícius de Souza

Tradução por Vanessa Braz de Queiroz