Na noite de 03/08 (sexta-feira), na cidade de Edmonton, no Canadá, Gaga deu início ao segundo show de sua mais nova turnê: Joanne World Tour. E, conforme esperado, não economizou nos poderosos vocais e nas icônicas coreografias conhecidas pelo público, além de ter exibido curiosas novidades advindas de seu mais recente álbum de estúdio, intitulado “Joanne” – nome de uma tia paterna de Gaga que faleceu antes mesmo da artista nascer. No texto de hoje abordarei apenas os pontos altos do show, pois a duração do mesmo foi extensa (não que isso seja um ponto negativo; pelo contrário!) e quero evitar que a review se torne maçante.

Antes de Gaga surgir ao palco, vemos uma gigantesca contagem regressiva na cor rosa anunciando a chegada da cantora. Quando a contagem chega ao fim, Gaga começa o show cantando a primeira faixa do álbum "Joanne", Diamond Heart, fazendo um delicioso trocadilho durante o refrão da música: ao invés de cantar, como na versão de estúdio, "young wild American" - em tradução livre "jovem selvagem americano" -, Gaga flertou seus fãs entoando "young wild Canadian", ou seja, "jovem selvagem canadense", transmitindo-lhes a ideia de que podiam ser insanos e selvagens durante todo o show, dando gênese a uma atmosfera de liberdade e alegria.

Foi apresentada, então, a animada canção country A-Yo e, em seguida, o primeiro single do álbum "Joanne": Perfect Illusion. Os fãs enlouqueceram com os consistentes e extensos já conhecidos vocais de Gaga, que mais se comportava como uma estrela do rock do que um ícone do universo pop. Ela mostrou, novamente, sua versatilidade artística em meio a um espetáculo regado a rifes de guitarra, estridentes sons de bateria e uma iluminação dotada de uma psicótica luz negra.

Posteriormente, Gaga performou a canção John Wayne, tendo feito jus à coreografia do videoclipe, apresentando uma ótima dança, interagindo com seus dançarinos, enquanto cantava os eloquentes versos do refrão da música que fala sobre um antigo e premiado ator norte-americano. Durante a performance da referida canção, Gaga, assim como aconteceu no Festival Coachella, foi pega por um de seus dançarinos e, num ato de ensaiada rebeldia, com ele gritou pedindo que tirasse suas mãos dela - mais uma vez ela se ateve ao espírito da canção que apresentava.

Conforme esperado, Gaga performou Scheisse, uma canção do álbum "Born This Way", que os fãs consideram um hino desperdiçado, pois deveria ter se tornado single. No show, a música, que é uma ode ao feminismo liberal, teve sua introdução baseada em arranjos de guitarra, enquanto as extremidades do palco se elevavam, uma de cada vez, dando lugar à Gaga.

A cantora apresentou, ainda, músicas que foram responsáveis por alavancar bruscamente sua carreira, tais como, Just Dance - seguindo, na apresentação desta canção, o que usualmente fazia desde a era The Fame: inicia a música tocando um keytar - e LoveGame, segurando o famoso disco stick, que foi um dos acessórios icônicos da primeira fase de sua carreira.

Outro momento que merece absoluto destaque foi quando Gaga, enquanto tocava seu piano e soltava notas graves e sólidas através de seus dedos ágeis e deslizantes, cantou Come to Mama, que é basicamente uma canção louvando a paz e tentando trazê-la ao nosso cotidiano, mediante demonstrações de respeito e afeto ao próximo. Em seguida, ainda dominando as teclas do piano, a artista fez uma emocionante apresentação de The Edge of Glory.

Logo após, o dinâmico palco da Joanne World Tour começou a realizar suas rápidas e, ao mesmo tempo, grandiosas mudanças, ocasião em que a iluminação de toda a arena ficou vermelha e uma antiga música foi ressuscitada inesperadamente: Blood Mary. Fazendo jus ao caráter sangrento da canção, os dançarinos brotaram no palco trajando vermelho e Gaga ressurgiu usando um vestido vermelho de cauda longa. No meio da performance, os dançarinos simulam um ataque canibal contra a cantora e, quando ela se levanta, ela está usando apenas luvas, botas de cano longo e um body vermelhos. Preciso dizer que achei isso fabuloso?

Ainda nas vibrações do vermelho sanguinário, a próxima canção a levar o público ao delírio é Dancin' in Circles - a que a maioria do público espontaneamente elegeu como uma das favoritas do último álbum lançado pela cantora. Sua coreografia foi contagiante e o ritmo com um toque latino foi super hipnotizador - caso estivesse no show, eu até me arriscaria em pensar que, em seguida, no intuito de prosseguir com o clima dançante latino, Gaga performaria Americano. Em dado momento, os dançarinos fizeram alusão ao próprio nome da música que performavam e fizeram uma roda de dança com a artista.

A música que carrega o nome da tia de Gaga, do seu quinto álbum de estúdio e o de sua respectiva turnê, não poderia ficar de fora. A apresentação de Joanne foi emotiva e, enquanto cantava, nossa amada Stefani tocava violão sentada.

Num show de Lady Gaga o que não pode faltar é a canção e a coreografia que a consolidaram no mundo da música, elevou-a ao rol de artistas que lançaram um dos melhores videoclipes musicais da década e a estabeleceu como um ponto de referência no mundo da música pop mundial. Bad Romance, como sempre, levou os presentes no concerto à beira da loucura e, na ponte da canção, assim como ocorreu no show do intervalo do Super Bowl deste ano, Gaga foi elevada por parte do palco e, ao final, línguas de fogo percorreram pelo palco, encerrando a música com um pequeno show de pirotecnia.

Em seguida, a artista apresentou seu mais recente single, The Cure, lançado este ano no Festival Coachella, animando a plateia para, posteriormente, finalizar seu show entoando o hit do álbum "Joanne", Million Reasons. Assim que Gaga começou a cantá-lo, sua voz se fundiu com a do público e essa fusão se tornou uma bela sinfonia, evidenciando cumplicidade entre a plateia e a cantora e escancarando um forte elo entre as emoções de Gaga com a multidão que estava na arena. Quando a música chegou ao fim, Gaga encerrou seu segundo show da Joanne World Tour submergindo no palco, juntamente com seu piano.

Quais são suas expectativas para a performance de Lady Gaga no Rock in Rio, em 15/09 (sexta-feira)? Será que Gaga fará uma apresentação nesse estilo - não levando o palco da turnê, pois o Palco Mundo, do Rock in Rio, é fixo - ou estaria ela preparando alguma surpresa para o público brasileiro? Aguardemos.

Revisão por Vinícius de Souza