O jornal Tampa Bay Times publicou, hoje (29), uma matéria fazendo uma pequena analise dos últimos anos de carreira da artista e afirmando que ela se tornou a melhor cantora da Terra.

Confira:

Lady Gaga é mais que uma provocadora. Ela é a melhor performer ao vivo do pop.

Há uma cena no novo documentário 'Gaga: Five Foot Two' onde Lady Gaga está rodeada pela sua equipe e produtores da NFL descrevendo seu sonho para o show de intervalo do Super Bowl.

‘‘Eu quero fazer o oposto do que todo mundo acha que eu vou fazer’’, ela diz. ‘‘Todo mundo pensa que eu vou aparecer lá em um trono, em um vestido de carne, com 90 homens sem camisas e unicórnios, certo? E no final eu vou fazer algo chocante, ou algo que vai deixar todo mundo louco?’’.

Ela não está errada. Essa é uma mulher que abalou a capa da Rolling Stone em um sutiã de rifle; que já contratou uma artista performática para vomitar nela no seu show em South by Southwest; que já atravessou o tapete vermelho do Grammy em um ovo.

‘‘Isso não está nem perto do que nós vamos fazer’’, Gaga disse a eles.

De novo, ela não estava errada. Os aspectos mais chocantes da performance de intervalo de Gaga no Super Bowl LI, em Fevereiro, foram o pulo do telhado do estádio NRG (mais tarde revelado que foi pré-gravado), e quando pegou a bola de forma impressionante no final enquanto pulava. Sua performance foi mais sobre movimentos precisos e a entrega de uma afinação perfeita do que qualquer tipo de truque fashion. Depois, todo mundo, de Hillary Clinton a Ivanka Trump concordaram que foi, como a Time, a Billboard e muitos outros apontaram, um dos melhores shows de intervalo de todos os tempos.

Isso, hoje, é o que nós passamos a esperar de Stefani Joanne Angelina Germanotta, de 31 anos. Ela não é mais uma mera ‘’provocadora do pop’’, como descrito pela Netflix na sinopse do Five Foot Two. Neste momento em 2017, Lady Gaga não é nada mais do que a melhor cantora da Terra.

Você pergunta, melhor que Beyoncé? Melhor que Adele e Bruno Mars e Chance the Rapper e Bruce Springsteen?

Sim. Ela é. Ela tem provado isso o tempo todo na sua ainda jovem carreira, e ela já provou isso nos maiores palcos. No Super Bowl. No Oscar. No Grammy. No MTV Video Music Awards. Seus colegas também tocaram nesses palcos e muitos arrasaram. Mas não como Gaga.

O show dela no Amalie Arena, na sexta, esgotou praticamente no dia que começou a vender e não foi por causa de algum vestido de carne, o vestido de bolhas ou pelo ovo. Foi por causa das performances dela ao vivo, especialmente aquelas de alto nível de controle e intensidade, que são as obras primas para viver e respirar talento artístico.

Quando a pressão chega e as câmeras estão correndo, ‘‘você definitivamente quer fazer uma performance a qual todos irão lembrar’’, disse Ashley Evans da agência de produção da Squared Division, que dirigiu e coreografou performances de premiações de Katy Perry, Taylor Swift, Demi Lovato e Ariana Grande. ‘‘Você tem que arriscar e tem que tentar novas coisas para você ser puxada naquela direção’’.

Gaga faz isso também, e tão consistentemente quanto qualquer outra pessoa. Sim, ela ainda pode fazer coisas chamativas e espetaculares que chamam a atenção de todo mundo. Ela pode se transformar em David Bowie no Grammy, assim como ela se transformou em seu alter ego drag Jo Calderone, no VMA. Ela pode pular do telhado do Super Bowl, assim como ela uma vez se balançou em um candelabro na MTV.

Mas nos últimos três anos, ela mostrou seu rosto e sua voz de uma forma que a remodelou e a redefiniu como vocalista.

Um ano antes de seu show de intervalo do Super Bowl, uma Gaga relativamente sem artifícios cantou o hino nacional - um papel tradicionalmente atribuído para as vozes mais valiosas - e ela arrasou. Em 2015, ela liderou um tributo à Julie Andrews e o filme The Sound Of Music no Oscar, outro intimidador desafio vocal que ela mais uma vez entregou com facilidade. Ela voltou para o outro ano no Oscar, indicada para a música ‘Til It Happens To You’, e fez uma performance emocionante cercada por sobreviventes de abuso sexual. E mais isso para o conjunto: Ela lançou um álbum com Tony Bennett, que ganhou um Grammy, e cantou com o Metallica no Grammy, uma parceria improvável mas perfeita que inspirou pedidos para uma turnê conjunta.

Esqueça a moda de Gaga, sua figura pública, seu status como ícone LGBTQ. Você consegue nomear outra cantora que enfrentou desafios tão distintos em palcos tão grandes durante toda a sua carreira e levantou a plateia cada vez?

Gaga fez tudo isso em dois anos.

Em Five Foot Two, Gaga fala sobre como seu último álbum, Joanne, a ajudou a empurrá-la para além das expectativas da alta costura e arte da performance para se tornar uma cantora mais pura do que ela era quando estourou.

‘‘Eu sempre posso trazer meu passado comigo, mas jamais posso voltar’’, ela disse. E: ‘‘Nós já me vimos muito glamourosa por quase 10 anos. É entediante. É muito entediante’’. E novamente: ‘‘Eu nunca me senti confortável o suficiente para cantar e ser assim, apenas cantar e usar meu cabelo preso. Eu nunca me senti bonita o suficiente, inteligente o suficiente, ou uma musicista boa o suficiente… mas agora eu me sinto. Eu sei que de todas as coisas que eu mereço, eu sei que eu valho alguma coisa, então eu tenho que continuar nessa direção’’.

Esse lado de Gaga sempre esteve lá, embora frequentemente escondido debaixo de camadas de McQueen ou Gaultier.

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Tradução por Vanessa Braz de Queiroz

Revisão por Kathy Vanessa

Fonte
Imagens: Reprodução/Instagram