Após Lady Gaga realizar um show no condado de Oklahama na última sexta-feira (09), um jornal local publicou uma review sobre a Joanne World Tour cobrindo-a de elogios.

O jornal faz questão de destacar a potência vocal de Gaga durante o show.

Confira a resenha traduzida na íntegra:

Review de shows: Lady Gaga autenticamente apresenta ‘Joanne’ a OKC

‘Vocês viram o chapéu de cowboy e sabiam que eu estava vindo para vocês’.

Uma multidão esgotada de 14 mil pessoas na cidade de Oklahoma na Arena Chesapeake no dia 9 de Dezembro estava intensamente coberta de chapéus de cowboy em homenagem à capa do álbum de Lady Gaga de 2016, ‘Joanne’. Tanto a arte do álbum quanto as músicas marcam a última encarnação tingida de country da pop star de 31 anos. O álbum também a encontra em seu momento mais vulnerável e, pelo menos esteticamente, em casa em Midwest.

O lançamento de ‘Joanne’ foi seguido por um período tumultuado de auto-descoberta na vida de Gaga: ela falou abertamente em entrevistas recentes sobre depressão, dor (ela tem fibromialgia) e de querer deixar a indústria da música. O período depois do álbum conceitual ‘ARTPOP’, que recebeu críticas mornas, levou [Gaga] a uma experimentação como atriz em ‘American Horror Story’ (com a qual ela venceu um Globo de Ouro) e ao lançamento do álbum de clássicos de jazz com Tony Bennett.

No fim, foi uma jornada espiritual ao seu nome do meio e à sua xará, sua falecida tia Joanne que morreu por causa de complicações de Lúpus antes de Gaga nascer. Sua conexão com Joanne e a reflexão familiar que surgiu estão muito presentes no ‘Joanne’, o álbum. O álbum contém instrumentação e composição de estilo americano e country fazendo referência a um interesse amoroso ‘trabalhador braçal e republicano convicto’ em ‘John Wayne’ e fumando um pacote de Marlboros em ‘A-YO’.

Abertura do álbum e do show, ‘Diamond Heart’ é uma imersão pop-rock estilo Kelly Clarkson, uma música autobiográfica sobre o relacionamento tenso com seu pai no seu antigo trabalho como dançarina em Nova York que destaca um refrão elevado digno da destreza vocal de Gaga.

Os sucessos antigos de Gaga, ‘LoveGame’ e ‘Just Dance’, foram focados nas batidas pulsantes e nas melodias eletrônicas e uniformes, e as performances dessas músicas podem ter se beneficiado mais pela sua familiaridade e a admiração da sua banda e dançarinos do que de habilidade musical.

Mas a duração dos shows de ‘Joanne’ mostra Gaga pela vocalista poderosa que ela é. Ela também é uma pianista clássica, como muitos aprenderam durante o show de intervalo do Super Bowl de 2017. Esses dois talentos estavam em pleno destaque durante os sete atos de mais hits do que eu pensei que ela tivesse.

A variedade dos estilos das suas músicas, das suas danças e os adereços da multidão formam uma mistura charmosa de rosnado e doçura, de arte de alto nível e vulgaridade. Ela parecia Faustian, devorada pelas chamas, fazendo o sinal da cruz. Todas essas dicotomias ela faz orgulhosamente.

‘Eu posso ser uma garota má’, ela diz, sorrindo, ‘mas eu sou santa pra caramba’. Se ‘The Fame’ e ‘The Fame Monster’, lançados em 2008 e 2009, tornaram-na a mega estrela do dance-pop, ‘Born This Way’ em 2011 a tornou a representante da igualdade. Antes de performar a música título do álbum, ela pesquisou com o público quem se identificava como LGBTQ e quem não e disse, ‘Isso é fantástico!’, para qualquer uma das respostas.

Ela seguiu dizendo, secamente, ‘Eu sentiria compaixão por alguém (aqui) que não é a favor da igualdade’’. Então, depois de uma pausa, ‘porque as próximas horas serão bem constrangedoras’

Sua conexão com essas comunidades explica um pouco a devoção de seus fãs e as frequentes mensagens de amor e aceitação compensadas por aplausos tão altos como qualquer outra música durante a noite. (Eu direi aqui que em cada show que eu já estive no Chesapeake, a plateia de Gaga foi de longe a mais legal, principalmente uns com os outros).

A ‘Joanne World Tour’ tem todas as pirotecnias e energia de qualquer grande turnê de arena, mas Gaga - também Stefani Germanotta - falou frequentemente durante o show sobre autenticidade, sobre ser vulnerável com a multidão, largamente formada de super fãs que se nomeiam ‘Little Monsters’. Ela notou o celular de um fã e posou para a foto, usou uma jaqueta pintada à mão por um fã e em algum momento caminhou na plateia para abraçar alguém, como foi pedido em uma carta jogada no palco, o ‘MonsterGram’, como ela o chama.

Para muitas pessoas, discutir autenticidade no topo de uma plataforma de palco depois de literalmente ter sido transformado em uma ponte de um balão inflável fixado no teto da arena seria meio artificial. Mas de alguma forma, Gaga tornou isso real.

Ela falou sobre colocar gentileza no mundo em qualquer oportunidade e pediu à multidão que mandassem amor para as vítimas dos incêndios na Califórnia. Ela introduziu uma performance acústica da música título de ‘Joanne’, uma música folk de partir o coração, com uma história sobre encontrar e aceitar a dor e o trauma e se reconciliar antes e depois. Ela chamou a audiência de disco ball, onde cada membro é um espelho no qual ela poderia identificar partes de si mesma.

A performance final do show foi Gaga no seu melhor: sozinha no piano, com uma roupa cheia de glitter ofuscante nas luzes do palco. Ela performou o hino ‘Million Reasons’, recentemente indicado ao Grammy 2018. Ela fechou a música colocando seu chapéu rosa de cowboy no banco do piano, disse à plateia que ela os amava e desapareceu no escuro.

‘Oklahoma’, ela disse, ‘obrigada por me emprestarem o chapéu de vocês’.

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Revisão por Vinícius de Souza