A Billboard publicou neste domingo (19), em comemoração ao aniversário do álbum "The Fame", um artigo comentando sobre o mesmo e como ele ajudou Lady Gaga a se tornar um padrão, transformando-se em referência aos artistas da indústria pop.

A revista comentou também sobre as músicas que mais fizeram sucesso, além de seus videoclipes super produzidos e suas performances icônicas. Além disso, também foi comentado que "The Fame" serve como um modelo, e que a reputação de Gaga provou ser quase inimitável.

Leia o artigo completo:

A ascensão meteórica ao status de celebridade da cantora de "Just Dance", não apenas definiu a trajetória da carreira de Lady Gaga, mas reinventou a forma pela qual músicos pop promissores estabilizaram-se como pilares da indústria.

Quando Lady Gaga entrou na cena musical em 2008, as pessoas ficaram naturalmente surpresas. Aqui estava uma diva excêntrica, cantora pop operando por detrás de um misterioso pseudônimo, que conseguiu marcar quatro dos dez hits de um álbum de estreia. Mas depois de apenas alguns anos, e uma série de mudanças – estéticas e artísticas – Lady Gaga tornou-se uma artista sinônimo de ultra-estrelato.

Ela chamou a atenção do mundo inteiro com "Just Dance" e "Poker Face", seus dois primeiros singles e, consequentemente, seus dois mais bem sucedidos Hot 100 Hits, ambos no topo da lista. Seus vídeos icônicos para músicas como "Love Game" e "Paparazzi", e a chocante performance do VMA de 2009, apenas solidificaram sua notoriedade. Num incrivelmente curto período de tempo, Gaga tinha não apenas entrado no mainstream, como também desafiava as expectativas do que era permitido às estrelas pop dos anos 2000.

Créditos: Frank Monster

Agora, na década desde que o álbum inaugural de Gaga foi primeiramente lançado (em 19 de Agosto de 2008 – dez anos atrás neste domingo), o estrelato da cantora de "Bad Romance" tinha crescido e diminuído. Depois de três álbuns de pop bangers anômalos e de personalidade, Gaga lançou "ARTPOP", um conjunto crítico e comercialmente abaixo do esperado, que viu a fama da cantora alcançar um novo ponto baixo. Mas Gaga reinventou sua própria imagem e som, lançando dois álbuns ("Cheek To Cheek" e "Joanne") que encontraram sucesso divergindo do caminho electro-pop que ela criou para si mesma, enquanto lembrava os fãs o número de hits clássicos que ela já havia acumulado, durante seu show de intervalo do Super Bowl. Ela continua sendo uma força na música pop, embora talvez nunca mais seja a estrela pioneira que foi em seu primeiro álbum novamente.

Mas não importa quais caminhos Gaga tome em sua carreira, "The Fame" sempre servirá como o álbum que não apenas introduziu ao mundo uma das mais onipresentes estrelas pop do século 21, mas como uma redefinição de como artistas passaram ao mainstream. Embora críticos e críticas aleguem desde sua estreia que a estrela é uma cópia de carbono de Madonna, ficou claro que nos anos desde aquele foguete de Gaga para a fama, foi um fenômeno diferente de tudo o que a cultura pop moderna tinha anteriormente visto.

Desde seu lançamento em 2008, "The Fame" tem servido como modelo de como alcançar status e atenção dentro do meio da música pop para artistas promissores. Para alguns, o caminho levou a um sucesso considerável de top 40. Mas para muitos, a ascensão inicial de Gaga à reputação, provou ser quase inimitável.

O exemplo mais flagrante de um artista tentando capitalizar sobre o avanço meteórico de Gaga é Natalia Kills, a cantora inglesa que se tornou infame depois de sua explosão furiosa como juíza no The X Factor da Nova Zelândia. Ela afirmou que o concorrente Joe Irvine estava agindo como um sósia do seu esposo Willy Moon, e chamou sua apresentação de "absolutamente artisticamente atroz."

O momento viralizou, e muitos chamaram Kills pelo que entenderam como hipocrisia – a cantora estava defendendo originalidade artística quando ela mesma era vista como um clone de Lady Gaga. É fácil de ver porque – para o seu LP de estréia, "Perfectionist", a artista trabalhou com a estrela do hip hop e produtor Akon, Cherrytree Records e Interscope Records, três entidades críticas para o trabalho introdutório de Gaga. Ela cultivou uma misteriosa personalidade e um senso de moda notavelmente similar à costura da era "The Fame" de Gaga. No fim, Kills nunca alcançou sucesso no mainstream, e foi finalmente dispensada por Akon, Cherrytree e Interscope.

Parte do que fez Gaga infinitamente fascinante para o público foi o ar de celebridade que ela cultivou com apenas seu primeiro álbum, como uma espécie de profecia auto-realizável. "The Fame" incorporou como era ser famosa, mesmo quando a própria Gaga não havia alcançado a fama até depois do lançamento do álbum. Ela entrou na cultura pop como uma estrela plenamente realizada, exalando confiança e status de primeira dama antes mesmo de obter permissão pública para isso. Ela forçou as pessoas a virarem suas cabeças e pensarem se tinham perdido algo: "Quem é essa pessoa? O que ela está fazendo? Ela estava aqui esse tempo todo ou todo mundo está tão confuso quanto eu?".

Uma artista que mais se aproximou a replicar o nível de estrelato de Gaga foi Sia, a cantora e compositora pop de renome mundial. Mas o contexto é a chave – antes de ser lançada à fama com turnos convidados em "Titanium" de David Guetta e "Wild Ones" de Flo Rida -, Sia tinha uma longa carreira como artista indie, alcançando uma culta celebridade sem realmente romper com o mainstream. Não foi até seu sexto álbum, 1000 Forms of Fear, que o hit do conjunto, "Chandelier", e sua subsequente decisão de cobrir a face usando várias perucas de franjas longas, que ela se transformou em um fenômeno. No entanto, mesmo com um numero viral de videoclipes e hit singles (incluindo o número 1 no Hot 100 com "Cheap Thrills"), Sia nunca chegou a atingir a consistência comercial da anterior Gaga – em que todo single e vídeo transformaram-se em eventos – com novos lançamentos tão prováveis de perder quanto os Hot 100 todos juntos no topo da lista.

Enquanto isso, alguns críticos e fãs notaram similaridades entre a estrela indie Marina and The Diamonds e Gaga, apontando especificamente a dança pop alternativa que as duas estavam consistentemente fazendo em suas estreias. Mas mais uma vez, enquanto Marina conquistou fama séria dentro do mundo indie-pop e algum menor reconhecimento no mainstream, a artista não chegou nem perto do estrelato meteórico alcançado pela Mother Monster. Por causa disso, toda cantora pop promissora que virtualmente teve uma leve deslizada no estilo e música pop, como Christine and The Queens ou Allie X, tem sido comparada a Lady Gaga, até mesmo quando a comparação acaba sendo usualmente frágil, na melhor das hipóteses. O impulso da indústria pra encontrar "a próxima Lady Gaga" só fala da estupefaciente natureza do sucesso de "The Fame".

Até veteranos pop experientes pegaram elementos do que Gaga fez em 2008 e incorporaram-nos em seus próprios atos. À frente do lançamento de seu álbum de 2010, "Bionic", Christina Aguilera adotou um senso de moda e de personagem semelhante ao de Gaga, causando públicas especulações sobre se ela estava ou não copiando a nova estrela. Quando seu álbum foi lançado, críticos criticaram-no pelo que foi percebido como uma tentativa barata de capitalizar sob a crescente popularidade de tal dança pop e mistério de celebridade.

No entanto, não foram apenas imitações diretas através das quais a influência de Gaga pôde ser sentida ao longo do panorama top 40. Artistas mega populares como Beyoncé e Rihanna vinham fazendo movimentos para mudar a paisagem monótona da música pop de meados dos anos 2000, mas a ruptura de Lady Gaga das barreiras do "aceitável" tornou mais fácil para ambas começarem a empurrar para baixo suas próprias paredes circundantes.

Após o lançamento de seu album seminal, "I Am… Sasha Fierce", e subsequentemente "The Fame", Beyoncé separou-se de seu produtor e pai Matthew Knowles para o pen 4, o filho "pop-meeys-R&B" de seu hiato criativo. O álbum significou uma nova direção na carreira de Beyoncé, repleta pelo desejo de criar e controlar sua própria música e imagem apesar do que era considerado "modinha" na época, e o que a propeliu ao nível de status ícone pop. Rihanna, similarmente, tinha conseguido criar uma clara imagem pop-hip hop antes da emergência do estilo club-kid, áspero, sexy e sujo de Gaga. Seus subsequentes álbuns após a estreia de Gaga, especialmente o criticamente aclamado "Rated R", foram animados com a sexualidade crua e melodias de flexão de gênero que definiram a carreira de Rihanna como de estrela singular e de pensamento à frente.

Por fim, a aclamação instantânea de Gaga pode ser percebida como quase acidental, mas esse simplesmente não é o caso. Até mesmo o título de "The Fame" mostra que Gaga e seus influentes produtores sabiam exatamente o que estavam fazendo – construindo hype, personalidade e inquestionáveis músicas "radio-killers" para jogar esta cantora desconhecida de nome Stefani Germanotta na corrente sanguínea da música pop. À medida que a ídolo prepara seu sexto álbum de estúdio e uma residência igualmente sensacional em Las Vegas, fica claro que "The Fame" não apenas mudou o curso da carreira de Gaga, mas corrigiu o curso da música pop moderna para as gerações que estão por vir.

E então, o que acharam do artigo?

Acompanhe todas as novidades sobre a Lady Gaga em nossas redes sociais: Facebook, Twitter e Instagram.

Imagem: Reprodução / Youtube / Billboard

Fonte

Tradução por Maria Eduarda Seabra

Revisão por Vinícius de Souza