Com o lançamento de "Nasce Uma Estrela" acontecendo hoje no Festival de Cinema de Veneza 2018, muitos sites estão publicando suas reviews sobre o filme.

Na tarde de hoje (31), o The Telegraph (jornal britânico) também publicou sua review, onde cobre o filme de elogios e dá nota máxima - as famosas 5 estrelas - para ele.

Leia o que foi dito pelo site:

Contém spoilers

Resenha Nasce Uma Estrela: Lady Gaga emociona num musical atemporal de Hollywood

Direção: Bradley Cooper; Estrelando: Lady Gaga, Bradley Cooper, Sam Elliott, Anthony Ramos, Rafi Gavron, Dave Chappelle. Duração 135 minutos.

"Música é essencialmente 12 notas entre qualquer oitava, 12 notas e a oitava repete", diz Sam Elliott, um veterano áspero da indústria aconselhando Ally (Lady Gaga), uma jovem cantora em ascensão em Nasce Uma Estrela. "É a mesma história se repetindo de novo e de novo, sempre. Tudo que qualquer artista pode oferecer ao mundo, é como ele vê essas 12 notas. É isto".

Isso não é só um resumo de toda uma forma de arte: Também é um raciocínio legal para a existência dessa quarta versão, e terceiro remake de um romance típico de Hollywood com altos e baixos. O primeiro, dirigido por William A Wellman e estrelando Janet Gaynor e Frederic March, saiu em 1937, e foi repaginado como um musical em 1951 por George Cukor, com Judy Garland e James Mason com ingênuos e maleáveis ídolos, suas trajetórias profissionais são divididas enquanto suas vidas amoras convergem.

A versão de 1976, estrelando Barbra Streisand e Kris Kristoffersen, se passavam no mundo cinematográfico e na indústria musical, e ali estão os holofotes dos palcos, e gravações corridas em estúdios musicais, esses que também estão presentes na versão de 2018. Mas felizmente, o diretor Bradley Cooper usou seu próprio roteiro, e ouviu o conselho de colocar um toque pessoal nessas 12 notas. A história de Nasce Uma Estrela pode ser tão antiga quanto o show-bussines, mas também é incrivelmente fresca, uma melodia muito conhecida toma vida, procurando uma nova força.

Além de fazer a sua incrível estreia como diretor, Cooper também atua como Jackson Maine, um músico country que a carreira aparenta estar em decadência no começo do filme. Depois de um gole de vodka e de tomar uma grande porção de remédios, ele sobe no palco e toca um número seco de blues rock para uma platéia lotada, e no fervor é difícil dizer quando o toque de sua guitarra para e os gritos da audiência começam.

Depois ele entra em um boteco afastado, na realidade um bar drag, e assiste Ally interpretada por Lady Gaga, uma garçonete clandestinamente como cantora de cabaré, murmurando "La Vie En Rose", sobre um backdrop intoxicante da cor vermelho rubi, seu rosto é revelado com uma mistura de admiração e desejo: ele quer ver essa jovem mulher em sua cama, mas também quer ver ela triunfando.

Eles deixam o lugar juntos, perambulando a cidade adormecida, e conversam sobre suas vidas em um estacionamento deserto. É uma cena que a maioria dos filmes pulariam, mas Cooper a transforma em luxo, permitindo que ambos os personagens aproveitem seu momento Cinderella.

Com exceção de Ally, quando da meia-noite, o sapato de cristal não cai. No dia seguinte ela e seu melhor amigo/acompanhante/parceiro Ramon (Anthony Ramos) são levados ao próximo show de Jackson em um jato privado. Ele empurra ela ao palco, cedendo a ela o microfone, e o destino acena.

De uma maneira, o que acontece depois, é exatamente o que você espera: A carreira de Ally decola de um jeito que parece a de Gaga, também tem conotações de Amy Winehouse, sem deixar por último o pai de Gaga, interpretado por Andrew Dice Clay, que é um motorista com uma fixação por Sinatra. Enquanto isso a própria estrela de Jackson começa a evaporar, por meio de alcoolismo, paranoia, o preço da própria imagem, e a incapacidade de enfrentar os fantasmas de seu passado.

Ajuda que Cooper e Gaga (nome real Stefani Germanotta) são uma dupla perfeita nas telas: eles tem uma química incrível, enquanto suas performances tem um ar cru e livre que reforçam o lado ator dele.

Para qualquer cantora, ter seu primeiro papel principal como o mesmo de Judy Garland seria um pesadelo, mas Gaga além de cumprir com as expectativas, fez um tributo lindo e suave ao cantar as falas de abertura de uma certa melodia de um show enquanto o título do filme desaparece na tela. O barítono de Cooper, enquanto isso, nunca foi tão grave, constantemente caindo ao alcance de um caminhão de cimento em marcha baixa. Ele combina muito com Gaga, mas tão bem quanto com Sam Elliot, cuja performance amarga como empresário de Jackson e um irmão (muito) mais velho, está entre um dos melhores trabalhos de alguém com 74 anos de idade.

As novas músicas foram escritas por Cooper, Gaga e uma serie de grandes nomes da indústria da música, incluindo o cantor country Jason Isbell e o produtor e de alguma forma associado com Winehouse, Mark Ronson. Com exceção de uma música pop pegajosa, cujo a letra nos leva a velha pergunta: "Por que você tinha que vir a mim com uma bunda dessas?", não tem um momento ruim na setlist.

Algumas, como a de abertura "By The Wayside" até a balada recorrente "Maybe It’s Time To Let The Old Ways Die", todas soam como possíveis hits, enquanto o grande número final de Gaga, filmado quase que inteiro em apenas um take focado em seu rosto, dá ao filme o encerramento emocionante que ele merece. Esse é um musical para os apaixonados e melancólicos do gênero: entretenimentos de classe alta como eles costumavam a fazer.

"Nasce Uma Estrela" estreia dia 11 de outubro no Brasil.

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Fonte

Tradução por Vinicius Colombo

Revisão por Kathy Vanessa

Imagem: Reprodução / The Telegraph