A revista americana "Vulture", acabou de divulgar a sua crítica para o filme "Nasce uma Estrela", estrelado por Lady Gaga e dirigido por Bradley Cooper.

O review, feito pelo crítico David Edelstein, destacou a ótima atuação de Lady Gaga, dizendo que ela conseguiu interpretar a personagem principal melhor que as atrizes das versões anteriores, Janet Gaynor, Judy Garland e se arriscando em dizer, até Barbra Streisand.

O crítico ainda diz que o filme deve fazer muito sucesso assim que for lançado, devido a sua qualidade e também por causa da cantora Lady Gaga, que é um atrativo a mais que levará as pessoas ao cinema. A crítica não possui nota, porém ela é contabilizada para o "Rotten Tomatoes".

Confira a crítica completa aqui (contém spoiler):

" TIFF Review: ‘Nasce Uma Estrela' é um ótimo truque de mágica

Não importa o que você pensa de Lady Gaga (também conhecida como Stefani Joanne Angelina Germanotta), deveria ser um alívio ouvir que o estrondoso remake de Bradley Cooper de ‘Nasce Uma Estrela’ não é um lugar para a Gaga. A lady é muito pé no chão, tem mente sã. Descoberta pela estrela country do oeste Jackson Mane (Cooper) depois que ele tropeça e vai parar sem querer em um bar drag em busca de mais bebida e a assiste transformar “La Vie en Rose” em uma das baladas mais sensuais, Ally de Gaga aceita sua atenção com uma mistura de paixão e cautela. Ele é alcoólatra, você vai ver, como o pai dela (Andrew Dice Clay!), e também é incrivelmente famoso, algo que seu pai sempre a incentivou a ser, apesar de agentes e empresários falarem para ela que o seu nariz é grande demais. Sim, você leu isso certo. Lady Gaga triunfa como uma jovem mulher avessa ao artifício e à perseguição pela fama. O filme é um ótimo ato de mágica.

Eu não tenho dúvidas sobre a primeira metade de 'Nasce Uma Estrela’ — não poderia ser mais charmoso. Deixa todas as três versões anteriores comendo poeira no departamento de encontro do casal, porque Gaga conseguiu ser fresca e mais possivelmente real do que Janet Gaynor, Judy Garland (que pareciam dissipadas), e — Deus nos ajude — Barbra Streisand. E Cooper é encantador. Tudo, menos seus dentes, está escondido atrás da barba, dos cabelos longos e do modo de olhar, mas seu rugido texano é suficiente para fazer homens e mulheres se derreterem. Aquele rugido é emprestado por Sam Elliott, claro, e eu me pergunto como Cooper pensou que iria escapar com isso até que Elliot apareceu no filme como o irmão mais velho de Jackson e durante uma briga, acusou Jackson de roubar sua voz. Aquilo foi genial, apesar de não tão genial como Gaga saindo da garagem de um hotel cantando “Over the Rainbow” ou as filmagens de perfil dela que evocam o glorioso nariz de Streisand.

Você esperava gemer quando Jackson chama Ally no palco na frente de uma arena lotada para cantar uma música dela que ele ouviu apenas uma vez antes, mas que consegue reproduzir de cabeça e ela impressiona a multidão enquanto os outros músicos de repente estão acenando como se dissessem, “Hey, essa é uma ótima música,” e se juntando? Você não irá gemer. A razão, eu acho, é porque a direção de Cooper é tão firme e íntima — sua câmera segurada à mão e no nível dos personagens — que você irá torcer para que a sequência funcione. Outra coisa: Você quer que o mundo se curve ao talento de Ally porque não parece certo que Gaga viva em um pequeno apartamento com Andrew Dice Clay.

Há histórias — talvez apócrifos — que o escritor-diretor William Wellman e o co-roteirista Robert Carson do original 'Nasce Uma Estrela’ de 1937 foram inspirados pelo relacionamento de Barbara Stanwyck (um dos favoritos de Wellman) e Ted Healy, que sucumbiu ao alcoolismo e a obscuridade (e bateu em Stanwyck) enquanto a estrela dela florescia e a dele caía. (Quem é Ted Healy, você pergunta? Ele veio para Hollywood com seus Três Patetas, que acabaram o deixando para trás também. Então agora você sabe quantos graus se leva para chegar de Moe Howard a Lady Gaga.) O fato é que Norman (originalmente) Mane sempre foi o calcanhar da história, o que fez com que a despedida da vida da sua mulher não fosse inteiramente indesejável. Cooper e os co-roteiristas Eric Roth e Will Fetters querem equilibrar a balança. Esse 'Nasce Uma Estrela’ é para uma era na qual o alcoolismo é uma “doença” muito mais do que é uma má escolha, e numa escala de 1 a 10 do quanto Mane é patético, ele é talvez um 2. Não, talvez seja 1. Seu ciúme é passageiro, seu amor é eterno. O vilão é um empresário britânico chamado Rez (Rafi Gavron), que provavelmente tentou invocar Simon Cowell. Ele atrai Ally para um acordo de gravadora, arruma dançarinos para ela e a “vende” tão bem que o Grammy não consegue ignorá-la. É uma pena que o filme não teve tempo para colocar Ally no American Idol. Seria o verdadeiro 'Nasce Uma Estrela’ da nossa geração.

Cooper fica confuso na segunda metade, talvez não por escolha. Encare, Lady Gaga não se fará de boba em um número musical, mesmo seguindo o roteiro. Então quando Mane lembra Ally que grande arte é sobre “cavar dentro da sua própria alma,” não está claro se ela vendeu aquela alma ou se ela irá vender. Ao invés disso, ela se torna passiva. Ela conta a Jackson que ela não ficará do seu lado enquanto ele bebe, e Gaga e Cooper têm uma cena ardente quando ele está bêbado na banheira e a chama de feia. Mas é só no final do filme que Ally une sua alma artística e o estrelato, e quando ela consegue ela parece distante e marcada pelas lágrimas. (A última música tem grandes momentos, mas o alcance vocal superior de Gaga é duvidoso. Ela não é soprano.) As músicas são lindamente cantadas, e talvez porque Lady Gaga conhece o processo de gravação tão intimamente, os pequenos detalhes no estúdio parecem certos. E Cooper destrói nas últimas cenas, quando ele está lutando com a sobriedade e o zumbido. Ele é tão lindamente contido que ele não rejeita suas lágrimas — ele as ameniza até que você de repente percebe que você está um caos.

Apesar da confusão, "Nasce Uma Estrela" será um sucesso quando for lançado — parcialmente pelo que é e parcialmente por causa da natureza de celebridade de Lady Gaga. Desde o despontar do cinema, pessoas normais têm sonhado em se tornar uma estrela da noite para o dia, mas esse filme vem em uma época quando a busca pela fama é ainda mais universal — e, de alguma forma, mais atingível — do que nos anos ’30, ’40, e ’70. A possibilidade de assistir a criação do showbiz (não muito favorável à família) conhecida como Lady Gaga, na perspectiva dela como uma trabalhadora oprimida que busca o estrelato (enquanto tenta manter sua pureza) e então desgastada pela perda, é irresistível. As pessoas irão querer ver a alma trêmula por baixo do vestido de carne. Faz você amar o estrelato dela com mais facilidade ainda."

“Nasce Uma Estrela” tem sua estreia para os EUA marcada para o dia 5 de outubro. No Brasil, o filme estreia dia 11 de outubro.

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Tradução por Vanessa Braz de Queiroz
Fonte

Revisão por Kathy Vanessa