Nesta segunda-feira (14), foi divulgada, no site Las Vegas Sun, uma entrevista com LeRoy Bennett, que é designer de produção, iluminação e cenários da residência de Lady Gaga em Las Vegas.

Na entrevista, LeRoy conta sobre a experiência de trabalhar com Lady Gaga, detalhes sobre os bastidores da residência em Las Vegas (incluindo o robô que é usado no show), entre outros assuntos.

Leia a entrevista completa traduzida:

Quando Lady Gaga assinou sua primeira residência em Las Vegas no Park MGM, a super estrela pop trouxe imediatamente um colaborador que tem sido fundamental em muitas de suas mais memoráveis performances ao vivo.

LeRoy Bennet foi diretor de criação da Gaga para o Joanne World Tour 2017-2018, do épico halftime show (show do intervalo) do Super Bowl LI e das suas performances no Coachella Valley Music and Arts Festival. Como produtor, produtor de iluminação e cenógrafo para os shows “Enigma"e “Jazz & Piano” no Park Theater - que irão retomar esta semana - Bennett estava pronto para o desafio de criar a próxima evolução de residências em Las Vegas.

“Trabalhar com Lady Gaga e sua abordagem em um show é algo que estou bastante familiarizado. Todo show tem um enredo, cada show é uma jornada, e para mim isso soa muito natural,” ele disse. “Ela é como uma esponja. Ela absorve as ideias que gosta e as coisas que a desencadeia ou inspira. Ela irá querer assumir tudo e então você deve filtrar o que faz mais sentido de tudo isso e moldar essas coisas em um show."

Gaga é uma dos vários ícones da música que o Bennet já trabalhou ao longo de sua incrível carreira no entretenimento ao vivo. Paul McCartney, Beyoncé, Nine Inch Nails, Keith Urban, Rammstein, Maroon 5 and The Weeknd já chamaram o Bennet para criar seus ambientes de performances ao vivo, ele também já trabalhou em Las Vegas na residência limitada de Tim McGraw e Faith Hill no Venetian. Esse ano será particularmente ocupado, uma vez que ele se divide entre os shows da Gaga e as próximas turnês de Ariana Grande e Kelly Clarkson.

Parabéns pela sua estreia no mês passado do “Enigma”. Quando começou o seu trabalho na nova residência de Lady Gaga em Las Vegas?

Foi ótimo ter isso finalmente pronto e funcionando. O ideal seria a gente ter começado em março, mas como ela estava enrolada com a promoção do filme (Nasce uma estrela), a gente não começou até junho. Normalmente shows como este, residências em teatro versus uma turnê, levam mais tempo.

Lady Gaga é obviamente conhecida por criar todos os tipos de imagens incríveis através de suas performances, roupas e muito mais. O seu processo criativo mudou quando você começou a trabalhar com ela?

Isso foi muito familiar para mim. O que ela faz é parecido com o Prince de diversas maneiras. Eu também tenho uma apreciação, assim como ela, por David Bowie, e eu felizmente pude trabalhar com ele em certa ocasião. Há várias coisas que eu aprecio nela como artista.

Existem três tipos de artistas: aqueles que não sabem o que querem e simplesmente me deixam correr atrás; aqueles que sabem exatamente o que eles querem e com os quais você colabora; e aqueles que não sabem o que querem, mas acham que sabem [risos]. Com o Prince, eu aprendi a escutar e desenvolvi esse processo de filtragem. Você não faz o que eles dizem, você faz o que acha que é certo baseado no que escutou deles. Com a Gaga, existem diversas inspirações diferentes, isso porque ela sempre está tentando ir mais longe.

Na noite de abertura de “Enigma”, parecia que todo mundo em Las Vegas estava compartilhando no Instagram aquelas partes do cenário e entradas emocionantes e muitas vezes grandes. Quão importante é criar esses grandes momentos visuais?

Sempre houve muitos adereços nos shows dela ao longo dos anos e quando nós falamos sobre isso pela primeira vez, uma das principais coisas foram essas entradas, como ela entraria depois de uma troca de figurino. Aquela abertura na qual ela aparece voando foi baseada em uma de suas ideias originais. Ela queria ser quase como uma bola espelhada, voando, girando e se contorcendo sobre a audiência, enquanto tocava [um teclado]. A primeira vez que ela voou foi quando ela fez o show do intervalo [do Super Bowl] e ela fez isso tão naturalmente. Foi incrível. Dentro de uns poucos minutos ela já estava girando a si mesma e realmente aprendendo a se equilibrar nas cordas. Ela é uma das artistas mais adaptáveis que eu já conheci. Nada a atrapalha.

E é claro que tem o robô prateado gigante. Ele parece um adereço que pode ser difícil de lidar. Pelo fato de o palco ser tão grande nós estamos um pouco limitados em espaço de armazenamento no palco. O maior adereço é o robô e, além de voar, é o único adereço que ela usa nas entradas. Houve alguns obstáculos que nós descobrimos, coisas mais logísticas, mas resolvemos eles cedo. É um ótimo teatro, a equipe é super maravilhosa e prestativa e tem um clima bom.

Como foi comparecer na noite de abertura de um show em que você trabalhou durante meses?

Bem, os ensaios são a parte mais difícil. Quando você adiciona a audiência, é a cobertura do bolo. Tudo está bem e funcionando direito então você adiciona a audiência e a energia e o clima e a presença eleva tudo isso a um outro nível. Isso é o que deixa tudo unido. Eu adoro olhar para a cara das pessoas que estão assistindo um show. Eu gosto de olhar em volta e ver as pessoas se divertindo.

O Park Theater tem uma profundidade incrível e todos na audiência têm pontos de vista interessantes e diferentes, e é divertido ver isso. Eu estou sempre no centro quando estou assistindo.

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Fonte

Tradução por Laíza Coelho e Caio Carvalho

Imagem: Oliver James L'eroe (@leroe24fotos) / Divulgação: Las Vegas Sun

Revisão por Kathy Vanessa