Nesta quinta-feira (10), a revista TIME publicou um artigo referente as canções presentes em "Nasce Uma Estrela", filme que é protagonizado por Lady Gaga e Bradley Cooper, dando uma ênfase maior a "Shallow", que foi a música que deu vida ao filme, desde seu trailer até o presente momento, no qual já recebeu vários prêmios, sendo o Globo de Ouro um deles.

No artigo, apesar de mais de um assunto estar presente, como a mudança de rumo na carreira de Gaga, que passa por "Joanne" chegando a "Nasce Uma Estrela", a revista também destaca o sucesso e a popularidade da trilha sonora do filme, que de acordo com a revista: "ainda se deve a Gaga, que é uma das artistas mais camaleônicas da década".

Leia o artigo completo traduzido:

Como a música de 'Nasce Uma Estrela' atingiu o Ponto Certo

Há um momento em 'Shallow', o single de destaque único do 'Nasce Uma Estrela' de Bradley Cooper, onde Lady Gaga se deixa levar e simplesmente ruge. É de arrepiar ao ouvir pela primeira vez no filme, enquanto a ingênua Ally de Gaga sobe ao palco ao lado do roqueiro grisalho de Cooper, Jackson Maine, mas soa tão boa quanto se estivesse sendo tocada no rádio, onde tem estado em pesada rotação pelos últimos três meses. Você poderia argumentar que é esse grande e catártico abaixo que define Gaga, Cooper e seus colaboradores em um caminho direto para a dominação do mundo. Trilhas sonoras realmente boas não são lançadas por aí tão frequentemente - mas quando são, marcam o caminho mais rápido para dominar ambos os mundos do cinema e da música numa só penada e ganham sérios prêmios de ouro no caminho.

Que é exatamente o que 'Nasce Uma Estrela' tem feito. O filme superou com folga as bilheterias domésticas de live-actions musicais como 'La La Land' e 'Les Miserables', arrecadando US$ 400 milhões em todo o mundo. Enquanto isso, a trilha sonora certificada como platina foi ao topo da parada da Billboard quando estreou em outubro, superando recordes recentes de trilha sonora, derrubando lançamentos de artistas populares como Li Wayne e até mesmo superando sucessos anteriores da própria Gaga como artista solo. No Globo de Ouro de 2019, Gaga e seus co-escritores levaram para casa o troféu de 'Melhor Canção Original' por 'Shallow', colocando-a bem para uma indicação ao Oscar.

A assassina fileira de talentos musicais - do roqueiro Lukas Nelson ao músico e DJ inglês Mark Ronson ao cantor e compositor country Jason Isbell - ajudou a construir essa trilha sonora. Depois de assistir Nelson no palco com Neil Young, Cooper chamou o artista para assistência; Nelson acabou supervisionando o som do filme e ajudando Cooper a ajustar seu personagem. Sua banda 'Promise Of The Real' até se tornou o grupo de apoio de Cooper na tela. 'Ele gostava da camaradagem', diz Nelson sobre a preferência de Cooper por uma banda em vez de atores. 'É real, é autêntico, e as pessoas gravitam em torno disso na vida'. Isso se reflete na música, que Nelson acha que está ressoando por causa do som 'orgânico' - um desvio de boa parte da rádio pop contemporânea.

O artista vencedor do Grammy, Isbell, autodenominado 'duro crítico', foi inicialmente cauteloso sobre trabalhar no filme. Mas ele assinou em baixo depois de ler o roteiro. 'Havia algo honesto e humano sobre a história', diz ele. 'Não havia nada que fizesse eu me encolher'. Além disso, ele tinha fé nos outros artistas envolvidos, de Nelson a Ronson e à própria Lady Gaga. 'Isso me levou a acreditar que haveria uma legitimidade para a música', diz ele. Isbell finalmente escreveu 'Maybe It's Time' para Cooper, uma canção de ninar suave e acústica que é, apropriadamente, sobre lidar com mudanças.

Mas a popularidade da trilha sonora ainda se deve a Gaga, que é uma das artistas mais camaleônicas da década. Sua estreia na grande tela garantiu uma audiência apaixonada, e ela soa igualmente em casa tanto no rock que Ally canta no início de sua carreira como no synth-pop elegante que ela performa enquanto ascende. No entanto, o último álbum de Gaga, o folclórico 'Joanne', teve um baixo desempenho comercial; para alguns, essa persona provou ser 'uma saída' demais. 'Nasce Uma Estrela' lembrou os espectadores da artista powerhouse em que ela sempre esteve dentro do contexto em um novo personagem. Além disso, há a voz dela. 'Ter uma voz como essa em uma música que você escreve é ​​um sonho realizado', diz a compositora Natalie Hemby, que contribuiu para os dois grandes solos emocionais de Ally.

Trilhas sonoras têm sido um grande negócio há algum tempo, é claro - e um veículo importante para os cantores consagrados fazerem uma marca no mundo do cinema, como Gaga está fazendo agora. Em 1992, o papel de Whitney Houston em 'The Bodyguard' viu sua vez em duas performances icônicas com 'I Will Always Love You' e 'I Have Nothing', trazendo-a ao status de ameaça tripla. Esse álbum continua sendo a trilha sonora mais vendida de todos os tempos. Mais recentemente, filmes musicais como 'Dreamgirls' e 'The Greatest Showman' conquistaram as canções mais vendidas e o reconhecimento do Oscar. Até mesmo filmes de ação como 'Pantera Negra', 'Esquadrão Suicida' e 'Velozes e Furiosos 7' geraram sucessos nas paradas, como a exímia música de Wiz Khalifa e Charlie Puth, 'See You Again', que ajudou a lançar a carreira de Puth.

Mas o nível de saturação cultural de 'Nasce Uma Estrela' é incomum, já que o filme e seu elenco continuam a ser lembrados em tempo real em sua marcha em direção à noite do Oscar. Isso está valendo não apenas para Gaga, já que ela se torna pivô para estrela de cinema, e Cooper, como ele faz sua marca como diretor, mas também para todos os envolvidos na trilha sonora. 'De alguma forma, fomos arrancados da obscuridade', diz Hemby sobre a equipe reunida para a música. 'Todos nós tivemos sucesso em nossas diferentes maneiras, mas nos deram essa chance de brilhar'. Assim como Jackson Maine colocou Ally para a sua chance no estrelato, esta trilha sonora está dando a uma enorme quantidade de artistas uma chance muito boa no ouro do mundo real.

Escrito por: RAISA BRUNER

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Fonte

Tradução por Maria Eduarda Seabra

Imagem: Warner Bros. / Divulgação: TIME

Revisão por Kathy Vanessa