A V Magazine divulgou na manhã de hoje (05) que Lady Gaga é a capa e o destaque em sua nova edição, que conta com uma matéria sobre a trajetória da cantora em seus 10 anos de carreira.

Abaixo, você pode ler o artigo completo traduzido:

V118: Ela é um enigma!

Dez anos de Lady Gaga

Dez anos atrás, o editor chefe da V, Stephen Gan, encontrou Lady Gaga para um sushi no East Village. Uma recém formada nas cenas dos clubes do Lower East, mas, a mais nova anti-ingênua do pop (inocência nunca foi mesmo o seu truque) estava em território familiar. Uma voz belamente calejada com um vocabulário culto refinado, a quilômetros de distância de seus contemporâneos 22 anos, menos de um ano antes o álbum de estreia de Gaga havia alcançado o topo das paradas internacionais. The Fame manifestou alguma coisa. Gaga com todo o seu brilho e glamour bizarro se tornou a inesperada queridinha da indústria. Mas Glen acreditou na habilidade dela de se tornar mais do que uma estrela-pop padrão. Qualquer que seja o brilho que ele viu nela naquela dia foram as primeiras faíscas de um fogo artístico – que ele iria alimentar e documentar na próxima década.

Gan quis juntar Gaga com Jean-Paul no momento que ele a conheceu. Ela contou a ele que seria um sonho trabalhar com uma lenda daquela, mas que ela já tinha o seu próprio Jean-Paul Goude, Mattew William, o homem agora por trás da marca ALYX inspirada por L.A, tinha ligado primeiro para Gan para se encontrar com Gaga. Atuando como seu consultor criativo, William estava determinado a introduzir a estrela em ascensão ao brilhante mundo da moda. Muito parecido com Goude e Grace Jones, ambos estavam se tornando uma força criativa a ser considerada.

E assim Goude teve que esperar. Até agora é isso. Este encontro alcançou uma expedição de 10 anos, percorrendo um lindo mundo de caos criativo – a combinação de Gan e Gaga, cujo amor pelo cânone da moda era igualado apenas pelo desejo de revolucioná-lo – culminando neste exato momento. Isto marca a 25ª capa de Gaga para a V Magazine.

Gaga apareceu pela primeira vez na V Magazine 60, relaxando glamourosamente em vestido Givenchy desenhado por Riccardo Tisci e pousando ao lado de um ursinho de pelúcia com estilo parecido – você sabe por este toque simplesmente estranho. Ela disse ao escritor Mark Jacobs, seu entrevistador e admirador de seus “figurinos de vanguarda” e “materialismo livre de cinismo”, que “quando você foca em algo e se compromete com isso, sua mentira pode se tornar realidade”.

E enquanto “mentira” possa parecer uma palavra muito pesada, Gaga certamente estava enfrentando na época perguntas públicas sobre sua autenticidade como artista. Seu guarda-roupa agressivamente calculado era frequentemente considerado um pedido de atenção ao invés de uma verdadeira homenagem à lista exaustiva de ídolos que ela usa para colorir sua vida. Os laços de cabelo de 2009? Uma homenagem aos estilos vistos em um desfile de alta costura de Jean Paul Gaultier três anos antes. O famoso vestido de bolhas? Inspirado no designer Husseus Chalayan. AS xícaras que por um tempo se tornaram sua marca registrada no tapete vermelho? Na verdade isso é apenas a Gaga, “eu gosto de beber no estilo chinês. As pessoas fazem um grande negócio com isso” ela disse para Jacobs

A V Magazine 61 foi sua primeira capa conosco, Gaga já havia desafiado o destino de se tornar um clarão no mundo pop. E enquanto a maioria dos artistas segue um caminho de carreira que é relativamente forjado de flutuações, como um navio apontando para cima e depois violentamente bate nas ondas (a maré em si é o resultado da opinião inconstante do público). A carreira de Gaga já provou ser uma escalada linear. Mas como ela apontou na entrevista, não faz sentido compará-la com outros artistas. “Olhe, quando eu era morena, eles me chamavam de Amy Winehouse. Quando eu era loira, eles me chamaram de Madonna. E aí me chamaram de Christina, depois de Gwen”.

O mundo estava caindo de ponta a cabeça para Gaga. Ela estava cantando, dançando e se fixando na consciência global como um nome familiar. Assim também era a Gaga se apaixonando pelo mundo, particularmente seus fãs. Na V Magazine 71, ela disse a Elton John “A arte é toda a minha vida”. Os [littles] monsters são meu remédio. Eles me curam, fisicamente e emocionalmente, todas as noites nos shows... eu sinto Deus através deles.” E ainda assim pouca gente entendeu o que ela estava tentando dizer por trás do vestido de gala e do vestido do sapo Kermit, como ela sugeriu em entrevistas posteriores para a V Magazine. “Alguém realmente sabe o que eu passei para chegar até aqui?” Ela contemplou em uma conversa com Marina Abramovic para a V Magazine 85.

Parece que Gan entendeu, e então a convidou para ser editora convidada da V Magazine 99, que culminou em 16 capas diferentes, cada uma delas com uma carta de amor para os “curadores” da moda, como ela os chamava. Um ano e meio antes dela lançar o seu single “The Cure”. Gaga escreveu na sua carta editorial “Eu escolho a palavra “curador” para sugerir também a natureza de cura que seu meio assume. Eles se curam fazendo isso, e depois nós, compartilhando-os”.

Por dez anos, a arte de Gaga tem sido um remédio adaptativo e amplamente aplicável, desde sua atuação aclamada para telonas aclamada pela crítica até sua residência em Las Vegas, Enigma, que inspiraria a rainha cósmica e futurística da alta costura vista agora na nossa capa. Nada mal para alguém que na sua primeira entrevista para V Magazine declarou o simples sonho de “fazer algo de mim mesmo”.

Mas qual é esse novo momento para Gaga, o que ela irá fazer com ela mesma? Se as fotos de Goude são um indicador, o que quer que seja será fora deste mundo.

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Tradução por Laíza Coelho

Revisão por Kathy Vanessa