Na última segunda-feira, dia 24, aconteceu no Apollo Theater, no Harlem, em Nova Iorque, a celebração (de forma privada) marcando a união da rádio SiriusXM e da rede de streams Pandora Music em uma só empresa. A apresentação exclusiva foi apenas para assinantes e ouvintes das empresas.

Para o importante evento, o artista em questão teria que estar a altura, e claro, a convidada da noite foi Lady Gaga, que levou a versão adaptada do seu show de Las Vegas, a "Enigma" (que atualmente está em pausa até outubro), para os palcos do famoso teatro, marcando sua volta aos palcos de Nova Iorque depois de quase dois anos e também a sua primeira vez no local.

Com vários artistas presentes no show, como Adam Lambert e várias drag queens de RuPaul's Drag Race, haviam também representantes da revista Variety, que além de disponibilizar fotos profissionais do evento (já postadas em nosso Twitter), também o aclamou em uma recente review.

Leia a review completa traduzida:

Review de show: Lady Gaga impressiona a multidão na semana do Orgulho Gay com show recheado de hits no Apollo Theater

"Passou uma década desde que eu toquei para um público desse tamanho", Lady Gaga disse, em um dos muitos momentos, "olhe até onde eu cheguei", durante esse show único na sua cidade natal. "Eu fui de tocar para 30 pessoas para 300 pessoas e depois para 1500 pessoas", ela continuou, adicionando mais zeros antes de concluir, "e isso se resume a uma coisa: você e eu", fazendo uma introdução perfeita para You and I, sua música mais parecida com Billy Joel.

Tão grande como os shows no lendário Apollo Theater no Harlem geralmente são, esse show foi um momento de círculo completo — a intimidade e história do lugar tendem a extrair introspecção e gratidão. Mas mesmo para Gaga, foi uma recepção dramática — ela cresceu no subúrbio, se mudou para a grande cidade e passou por dificuldades, mas ela trabalhou duro e agora tantos dos seus sonhos se tornaram realidade que ela tem que continuar criando novos. Além disso, é a semana do Orgulho Gay — que ganhou seu discurso no meio do show — então também foi uma recepção para o público que ela nutriu desde o início de sua carreira.

"Que momento histórico para mim em minha vida", ela falou para o público em um dos incontáveis momentos efusivos. "Eu vejo todos os seus lindos rostos, e eu sinto vocês. Eu era apenas uma garota em um apartamento no Lower East Side com um teclado, e é tão bom estar aqui — estou em casa e estou com vocês. Eu viajo o mundo inteiro", ela concluiu, "mas eu sempre volto para casa".

E se tudo isso fosse um pouco auto-indulgente e tivesse talvez um sopro de enjoo nas alturas da fama, bem, quem já conheceu um ícone, uma diva ou rainha humilde? E quando eles trabalham pela arte — como Gaga inquestionavelmente trabalhou e trabalha, queimando incontáveis calorias e células cerebrais no set altamente enérgico e recheado de hits esta noite — ser 'normal' não é parte do trabalho.

O show foi a edição de 2019 de uma série anual de mega estrelas convidadas da série SiriusXM no Apollo para os fãs vencedores do concurso, que também é transmitido em seus canais; artistas anteriores incluem Paul McCartney, Bruce Springsteen, U2, Pitbull e Guns N 'Roses. Os artistas tiram vantagem da estrutura especial e definem o público alvo apresentando um set customizado diretamente para os fãs mais fervorosos em um espaço para 1500 pessoas, bem como os milhões de ouvintes da rádio. É uma rara oportunidade de ser grande e íntimo ao mesmo tempo — e, claro, para olhar para trás e para dentro.

Gaga essencialmente já fez isso com sua residência 'Enigma' em andamento em Las Vegas, que estreou no final do ano passado e recentemente foi estendida para 2020, e esta noite, ela apresentou uma versão mais restringida daquele show, ganhando o público — gloriosamente — com visuais de saltar os olhos, danças praticamente sem intervalo, e hit atrás de hit. E tão bem ensaiados como estavam os músicos e dançarinos — residências que duram meses, afinal de contas, podem ficar maçantes — o cenário moderno e a recepção emocionante deram ao show uma espontaneidade única.

Ela mergulhou de cara: depois das 8 horas da noite, a banda começou uma abertura e Gaga surgiu em uma inundação de luz azul, brandindo uma keytar e vestida em uma roupa de látex enfeitada com pequenos espelhos que meu companheiro de banco gritou: "Ela está usando uma bola de discoteca!". Então Gaga tocou uma seqüência de nota familiar no keytar e levou o público de volta ao início de sua carreira - Just Dance, a faixa de abertura de seu álbum de estreia em 2008, The Fame - e depois disparou em 25 minutos de favoritos: Poker Face, LoveGame , Dance In The Dark, Telephone, lançando um set de 14 músicas que foi predominantemente focado em seus três primeiros álbuns (ela tocou apenas uma faixa de cada um de seus três últimos álbuns, incluindo a da trilha sonora do ano passado, vencedora do Oscar, "Nasce Uma Estrela").

Ordinariamente, muitos hits seguidos podem ser exaustivos, mas foi um set tão bem feito que raramente defasou, com respirações embutidas entre brincadeiras, interlúdios instrumentais e os frequentemente criticados - e, francamente, realmente bobos - diálogos de auto-análise no palco com seu avatar virtual Enigma, que Gaga descreveu como "minha voz interior, minha consciência, meu instinto" (o que pode ser, mas é difícil ouvi-la exclamar: "Enigma, estou com medo!" sem pensar: "Não tem Oscar aqui"). E apesar da noite ter tido alguns momentos estranhos, como uma lembrança de passar "muito tempo com meus amigos" no Harlem - "um deles morava aqui!" - e uma maquiagem estranha que quase parecia um bronzeado falso, eram pequenas distrações em um set potente que animou todo mundo desde o momento de abertura.

Gaga estava acompanhada de seis músicos e seis dançarinos constantemente desfilando, posando e fazendo 'vogue'; um show de luzes perfeitamente sincronizado; cenas coloridas selvagemente futuristas e vídeos prismáticos de backdrops. Perdemos a conta de suas mudanças de roupa, que foram de biquínis brilhantes a roupas verde fluorescentes e uma roupa dourada a lá Aladdin Sane em um formato desconhecido ao mundo natural, todos vestidos com uma variedade de perucas em sua maioria na cor azul turquesa (e seu cabelo real, pintado de azul turquesa também).

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@ladygaga @apollotheater

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Ela deve ser a pessoa que mais trabalha duro no show business. Diferente de Beyoncé — cujo olhar real e imóvel é o centro de seu ser — Gaga está constantemente em movimento, prendendo, moendo, inalando e paquerando com seus dançarinos praticamente cada segundo que ela não está batendo em seu piano, tudo enquanto canta a plenos pulmões com uma precisão notável. Em um momento um dançarino gira ela completamente pelo ombro dele e a voz dela não oscilou; em outro momento quatro dançarinos seguram ela horizontalmente e movem o corpo dela em um tipo de movimento de peixe ondulante, e nem mesmo aparece o barulho de respiração ou ela parece ofegante (veja o vídeo abaixo no Instagram). E quase definitivamente não é uma gravação; ela aparentemente desenvolveu um controle de respiração sobre-humano.

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New respect for @ladygaga - how the f does she sing like that

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'Mãos para cima! É o orgulho de vocês!', ela grita em direção ao fim do set de 1 hora e 40 minutos, antes de chegar a uma empolgante e triunfante 'Born This Way' que deixou a multidão do Orgulho Gay em frenesi. Depois de uma longa reverência, as luzes se apagaram e os músicos deixaram o palco, e depois de alguns momentos a platéia percebeu que ela não havia tocado uma única música de 'Nasce Uma Estrela'. A plateia começou a gritar 'Shallow! O guitarrista dela veio e começou os acordes inconfundíveis da música, e Gaga apareceu no palco aparentemente vestida como Ally, sua humilde personagem no filme, mas vestida com uma camiseta de Lady Gaga.

'Eu costumava sentar em meu apartamento e escrever músicas sobre fama, homens, minha família', ela disse, sentando no teclado. 'E eu consegui. E então tentaram me destruir, e eu abaixei minha cabeça e voltei para o trabalho. E então olhei para cima um dia, e eu tinha a porr* de um Oscar na minha mão'. O público rugia. 'Você pode fazer qualquer coisa que você se propõe a fazer. Toda vez que alguém falar não, você vai falar para si mesmo milhares de vezes mais: Sim, eu posso fazer isso'.

"Porque vou dizer uma coisa para vocês", ela concluiu, antes de começar a música que abriu uma nova era inteira da carreira a qual ela celebrava esta noite. "Eles pensavam que minha merd* era superficial. Mas eu olho para os olhos de vocês e sinto esse lugar, e não tem nada no mundo mais profundo que isso".

Setlist (via setlist.fm)

'Just Dance'

'Poker Face'

'LoveGame'

'Dance In The Dark'

'Telephone'

'Applause'

'Paparazzi'

'The Edge Of Glory'

'Alejandro'

'Million Reasons'

'Yoü and I'

'Bad Romance'

'Born This Way'

'Shallow'

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Fonte

Tradução por Vanessa Braz de Queiroz

Imagem: OLIVER JAMES L'EROE / Divulgação: Variety / Instagram / YouTube