E o novo namoro de Lady Gaga continua sendo destaque em alguns tabloides internacionais.

Dessa vez, o renomado jornal estadunidense The New York Times publicou hoje (27) um artigo de opinião sobre o atual relacionamento de Gaga com o Michael Polansky, um matemático e cientista da computação formado em Harvard que também atua como CEO do Parker Group.

De acordo com a publicação, que foi escrita por Lindsay Crouse, editora sênior do jornal, Polansky é seu ex-namorado. Através de seu perfil no Twitter, a editora escreveu que esse texto mostra como é ver alguém com quem você esteve junto por um bom tempo, estando agora ao lado de uma das mulheres mais famosas e fantásticas do mundo.

No texto, ela comenta que Gaga é incrível e afirma que "me comparar com ela é incrivelmente inspirador, e eu recomendo que você tente fazer isso, independentemente de você ser próximo de quem está namorando com ela ou não".

Abaixo, leia a tradução da matéria na íntegra:

"A nova namorada do meu ex-namorado é Lady Gaga

Como você se compara a uma das mulheres mais famosas do mundo?

Eu estava comendo uvas bodega em minha mesa no início de uma manhã de segunda-feira, me preparando para organizar minha caixa de entrada do e-mail, quando meu telefone começou a tocar:

"Verifique o Facebook",
"Verifique o Twitter",
"Você está bem?".

Era uma emergência: meu ex-namorado, eu vi, tinha uma nova namorada.

Lady Gaga.

"Pode rir bem alto" se você quiser. (Todos que eu conheço fizeram).

Mas era verdade. Enquanto eu assistia ao Super Bowl pela televisão em Nova Iorque, eles estavam aconchegados em seu camarote no Hard Rock Stadium, em Miami Gardens. Havia paparazzi enquanto ele a escoltava para longe, seu cabelo rosa fluindo e lantejoulas coladas ao redor dos olhos.

A Page Six produziu um mergulho profundo no novo "homem misterioso" de Lady Gaga. A Refinery29 anunciou que Gaga estava "usando o novo acessório mais quente de 2020: um namorado normal". A história apareceu no Daily Mail, Business Insider e People, onde minha mãe leu sobre o casal depois de conferir a revista na biblioteca local.

Eu namorei esse homem normal e misterioso por sete anos. Nosso relacionamento durou toda a faculdade e depois mais alguns anos. (Uma música popular da época descreveu ser “pega em um romance ruim”).

Como você pode imaginar pelo fato de que, provavelmente, nunca ouviu falar de mim, eu não sou famosa.

De repente, é como se eu estivesse olhando por procuração (sim, eu sei que há outra palavra para isso). Mas quase não há como evitá-lo.

As mídias sociais em 2020 estão tão dominantes que não são mais um complemento ou mesmo um vício. É apenas uma extensão acelerada da maneira como os seres humanos sempre se comportaram. Vivemos em uma cultura de atualizações constantes. Deseja cancelar a inscrição? Bem, você não pode.

Eu não sigo meu ex nas mídias sociais. Nós éramos "amigos" no Facebook. Então estávamos "em um relacionamento" no Facebook. Depois que terminamos, notei que estava "bloqueada" no Facebook. E então seguimos em frente. Eu não o pesquisei no Google uma vez sequer (prometo). Mas este mês eu sabia tudo sobre seu novo status de relacionamento, poucas horas depois de ser divulgado.

De certa forma, esse é o arco natural, embora absurdo, de toda a vida adulta da minha geração. Em uma cascata vertical de fotos, vejo os ex-namorados de minhas amigas nutrindo a gravidez das mulheres bonitas com quem se casaram. Às vezes, sei os nomes das crianças resultantes, crianças que quase nunca conhecerei - mas saberei se elas eram princesas ou piratas no Halloween de qualquer maneira. Vi as árvores de Natal, os castelos de areia e as mesas em ocasiões especiais. Às vezes escurecem por um período, os jantares desaparecem e estão solteiros novamente. Eu continuo seguindo, um público passivo, mas não relutante.

Costumávamos ficar obcecados com celebridades e depois começamos a ficar obcecados um pelo outro. Talvez uma década atrás eu tivesse assinado o US Weekly. Hoje não há necessidade: eu tenho o desfile de pessoas no meu telefone. Eu misturo celebridades "reais" com pessoas que eu conheço e posso curar tudo como quiser. Então, eu rolei pelo Instagram e vi uma postagem de Lady Gaga: ela estava sentada no colo do novo namorado.

Amigos da faculdade curtiram a postagem - junto com quase três milhões de pessoas.

Se você já pesquisou a nova namorada do seu ex-namorado no Google (seja sincero) você provavelmente brincou de um certo jogo com você mesmo. Você ou está curioso — o que é saudável — ou você quer saber como você se compara. Preferencialmente, a vida do seu ex-namorado não melhorou muito sem você? Neste caso, no entanto, é um pouco mais complicado. Como você se compara com a Lady Gaga?

Ao invés de pensar, “Por que não é comigo?” quando eu os vejo juntos, eu penso, “Era eu”. Derruba a ilusão de celebridade.

No início foi confuso. Quando uma amiga me ligou em uma manhã para discutir isso, minha voz realmente estava tremendo. (Quem quer relembrar um antigo relacionamento no trabalho um dia depois do Super Bowl?). Então eu me dei um tempo até o meio-dia. Depois eu pensei nisso novamente.

Lady Gaga é incrível. Me comparar com ela é incrivelmente inspirador, e eu recomendo que você tente fazer isso, independentemente de você ser próximo de quem está namorando com ela ou não.

Pelo menos, foi o que fiz.

Por exemplo: eu ia usar um vestido preto pela 27ª vez, que comprei anos atrás, naquele final de semana. Mas Lady Gaga nunca faria algo assim. Eu nunca possuí nada que custa mais do que o equivalente a uma semana de compras de supermercado — enquanto ela é uma mulher que veste pedaços de carne crua no tapete vermelho. Eu fui em uma loja legal que eu nunca havia ido antes e experimentei uma coisa. A funcionária me perguntou para qual ocasião era. Eu descobri através do Facebook que meu ex-namorado está namorando a Lady Gaga, contei ela, e ela me olhou de cima para baixo. “Huh”, ela disse. “Sério?”

Sim.

O vestido era caro demais, mas comprei mesmo assim. Por que eu deveria aceitar menos que a Lady Gaga?

Fui em uma cafeteria. Eu queria um café grande? Sim. Para o evento: eu queria pagar para me maquiar? Nunca paguei, mas queria. E sim, vou usar cílios também. Quando me enviaram um e-mail com elogios, eu encaminhei para o meu chefe? Sim. Eu concordei em fazer a apresentação do trabalho que eu estava ansiosa? Sim. Sim, sim, sim.

(Ainda não descobri como começar um império multimilionário do entretenimento, ou uma grande campanha de advocacia, mas ‘sim’ para isso, também).

A verdade é que Lady Gaga está vivendo a vida ambiciosa que nós continuamos falando que as mulheres deveriam adotar. Uma frase dela que eu lembro de ler, provavelmente no Instagram, diz, “Nunca deixe uma alma no mundo te dizer que você não pode ser exatamente o que você é”. É tão fácil, à medida que você fica mais velho, de encontrar o melhor de quem você se tornou e fazer o melhor disso’— e talvez até mesmo ficar um pouco acomodado com isso. Mas se Lady Gaga pode fazer o que ela quer, e até mesmo expandir ainda mais naquilo que ela quer, por que eu não posso também? Por que ser ‘‘exatamente quem eu sou’’ não pode significar ser o melhor que eu posso ser? Lady Gaga continua a se desafiar, a tentar coisas novas, a prosperar.

Pelo menos foi o que deduzi a partir do meu celular, o lugar que todos nós convergimos.

Recentemente alguém me mandou uma foto do meu noivo e eu dançando em um casamento, e eu a postei no Instagram. Vi o namorado da Lady Gaga nas visualizações e percebi que todos nós somos na verdade os mesmos: estranhos, sorrindo para uma tela.

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Tradução por Vanessa Braz de Queiroz e Vinicius Romadel

Revisão por Vinícius de Souza