A recente divulgação do chart da Billboard esta semana marcou o retorno de Lady Gaga ao topo do Hot 100, estreando em 5º lugar com “Stupid Love”.

Além da posição alcançada no Hot 100, “Stupid Love” também consegue o topo da Billboard Digital Songs, sendo a música mais vendida nos Estados Unidos na última semana.

Em artigo publicado, a Billboard comenta sobre o retorno da cantora ao pop.

Confira a tradução completa:

Lady Gaga Finalmente Volta para a Pista de Dança & Alcança Sua Melhor Posição Num Primeiro Lançamento em Nove Anos

Sete anos é uma longa espera pra poder erguer as garras, mas para os Little Monsters, a espera finalmente acabou.

No chart da Billboard Hot 100 dessa semana, "Stupid Love", novo single dançante de Lady Gaga, explode em nº 5 enquanto single de estreia, marcando seu primeiro top 10 no chart desde que "Applause" alcançou o nº 6 em 2013. E também faz tempo desde que Lady Gaga - que estourou como uma provocadora do eletro-pop no fim dos anos 2000 - teve um single dançante no top 10. "Stupid Love" é um retorno para a Mother Monster, mas também um lembrete de quanto tempo faz desde que ela não brilha no tipo de música que a fez famosa.

E não sem motivo: sete marços atrás, Gaga estava numa fase da carreira muito diferente e muito mais arriscada. Após se tornar a artista mais bem sucedida financeiramente do início dos anos 2010 com uma inovadora fusão de arte, moda, performance e um trabalho dançante na música pop, Gaga tem sofrido em seus retornos, sem conseguir lançar outro "Just Dance" ou "Bad Romance". O repertório hair-metal de "Born This Way" de 2011 abriu caminho para "ARTPOP" em 2013, com um apanhado de ideias frescas que contornou o som clássico de Gaga mas se tornou seu primeiro projeto a não alcançar o topo de hits.

Houve uma queda notável nas vendas da primeira semana do álbum, depois que "Applause" não entrou em nº 1 como aconteceu com "Born This Way" em 2011. No meio disso tudo, promessas não cumpridas de "ARTPOP" - um app de "ARTPOP"! Uma performance de Marina Abramović! Um... vestido voador? - no mínimo, confundiram o público. A recepção mista ao álbum culminou em uma performance em março de 2014 na South by Southwest, onde Gaga derramou cerveja em si mesma, convidou uma artista para vomitar tinta nela e girou como um porco empalado. A performance foi considerada, pela maioria, como um ponto baixo numa carreira abençoada que teve mais pontos altos que baixos.

Após observarem esse desvio em sua fórmula da vitória, alguns na indústria da música pensaram ter ficado para trás os dias de glória de Gaga como hitmaker. Essa não foi, necessariamente, uma marca ácida no legado de Gaga. Mesmo que "ARTPOP" tivesse sido o começo do fim, ainda assim seus cinco anos de sucesso de 2009 a 2013 teriam superado o auge comercial de qualquer popstar atual. Dada a dificuldade de qualquer popstar permanecer no topo por meia década e o decrescente entusiasmo em relação às suas tentativas de retorno, a maioria pensou que Gaga se resumiria a uma estrela de rádio, contando com seu catálogo de hits pra dar força a uma carreira instável, que entraria em uma fase diferente.

Essa última parte aconteceu: depois da era "ARTPOP", Gaga pareceu entender que sua música pop dançante perdia seu efeito, então ela se ausentou desse cenário por anos. Primeiro veio "Cheek to Cheek" em 2014, um projeto de Jazz com Tony Bennett que revelou seus vocais e alcançou o nº 1 no chart de 200 Álbuns da Billboard. Em 2016, seu quarto álbum solo "Joanne" inaugurou um lado mais calmo e country de Gaga. O álbum começou com a ardente canção de dance-rock "Perfect Illusion", co-escrita e co-produzida com Kevin Parker, membro do Tame Impala, que dividiu os fãs e não se saiu bem nas rádios - mas o maior hit de "Joanne" foi "Million Reasons", uma balada com um toque country emotivo que alcançou o nº 4 no Hot 100.

Quando Gaga cantou "Million Reasons" no show de intervalo do Super Bowl de 2017, sentada ao piano e cercada por luzes ondulantes do público, ela discretamente remodelou a percepção da maioria em relação à sua música. Gaga ainda era conhecida por seu auge na música pop - tanto que cada canção do show, tirando "Million Reasons" era uma faixa agitada de 2011 ou antes - mas ela provou conseguir ter sucesso sem estar atada a um único tipo de música.

Do mesmo jeito que alguns de seus trabalhos anteriores enquanto atriz (incluindo seu papel vencedor do Golden Globe em "American Horror Story") pavimentaram sua nomeação ao Oscar com o remake de 2018 de "Nasce Uma Estrela", o sucesso de "Million Reasons" pode ter preparado o caminho à poderosa balada que provou ser o hit de sucesso da trilha sonora do filme, chamada "Shallow". O dueto com Bradley Cooper serviu como peça central do filme, da mesma forma a versão de estúdio, com a presença do barulho e aplauso do público de fundo, da cena em que Jackson Maine puxa Ally ao palco pela primeira vez no filme. Com a interação de vozes, ótimas para um karaokê, e o refrão em notas altas, a canção ultrapassou o contexto do filme, e em março do ano passado se tornou o primeiro nº 1 de Gaga no Hot 100 desde "Born This Way" em 2011.

A trilha de "Nasce Uma Estrela" incluiu mais pop-rock na veia da cantora e compositora em "Shallow", bem como algumas homenagens aos dias dançantes de Gaga no passado; assim como "Why Did You Do That?", mesmo que possa, ou não, ser apreciado de forma irônica. Mas foi "Shallow" que fez Gaga receber um Oscar por "Melhor Canção Original", e efetivamente completou um renascimento comercial que poucos poderiam ter previsto. Fazia quase cinco anos desde a performance de Gaga no festival SXSW no momento em que ela saiu do palco do Oscar, segurando um prêmio, e ela rejeitou sua imagem, transformou seus sons e mais uma vez ficou no topo dos charts. Ela provou que todo mundo que duvidou de seu poder no mainstreaming estava errado. Então, é claro que era hora de dançar novamente.

"Nós estamos definitivamente dançando", Gaga contou ao apresentador da Beats 1, Zane Lowe, sobre seu novo álbum, "Chromatica", em fevereiro. "Eu queria lançar uma música que uma grande parte do mundo ouvirá, e isso se tornará parte de seu cotidiano, e os fará felizes todos os dias". Esqueça o resto do mundo por um segundo - "Stupid Love", o primeiro single de "Chromatica", deixou os Little Monsters eufóricos com o retorno dinâmico ao dance-pop que eles esperavam da Mother por anos. Claro que o single pontual de 2017, "The Cure", mergulhou um dedo no dance-pop e atingiu a posição 39 na Hot 100. "Stupid Love", por outro lado, é uma grande e amorosa bola de canhão no passado de Gaga.

Mesmo que "Stupid Love" seja um fanservice atrasado - uma nota para seus apoiadores mais leais, com sua influência de disco, um videoclipe brega de ficção científica e um gancho feliz - Gaga certamente ganhou o direito de reviver a volta da vitória, e que se dane o sucesso nos charts. O fato de "Stupid Love" parecer um sucesso legítimo, com debut na 9ª posição no Streaming Song Chart e uma audiência nas rádios, na primeira semana, de 27.7 milhões, apenas adoça o acordo, tanto para os fãs obstinados como para os ouvintes em geral.

Gaga se afastou do dance-pop por tanto tempo que "Stupid Love", com seu estridente gancho eletrônico e toque vocal relaxado, parece fresco, um lembrete do que o mundo pop está perdendo desde o início de 2010 (essa coceira foi arranhada da mesma forma nas últimas semanas por hits de rádio de Dua Lipa, Doja Cat e The Weekend, em um renascimento do pop cintilante, que foi um acaso ao retorno de Gaga).

Também ajuda que ela tenha simplificado a grandiosidade da era "ARTPOP" mais do que um pouco: "Stupid Love" é sobre se apaixonar por alguém e querer seu amor, simples assim, sem truques ou referências à vista. Gaga disse que queria fazer algo universal com seu novo álbum, e aqui temos um álbum pop direto, feito com cuidado especial (os criadores de sucesso de longa data, Max Martin e BloodPop estão entre os colaboradores) e zero babados. Gaga simplificou a fórmula que ela aperfeiçoou no início de sua carreira, e veio com um hit infalível.

Nós temos um mês até que "Chromatica" seja lançado para mundo, e mais alguns depois disso antes de Gaga levar o álbum aos estádios nesse verão. Independente do desempenho do álbum ou de como a turnê será recebida, o sucesso crítico e comercial de "Stupid Love" já adicionou um novo capítulo no legado sinuoso de Gaga. Sua marca pop de alta energia está de volta ao top 10, e é hora de dançar pelo menos mais uma vez.

Assista ao videoclipe de "Stupid Love":

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Fonte

Tradução por Perfume Tropical e Isabelle Rodrigues

Revisão por Vinícius de Souza