Faltando apenas dois dias para o lançamento do tão esperado sexto álbum de estúdio de Lady Gaga, intitulado "Chromatica", o site japonês de entretenimento TV Groove publicou nesta quarta-feira (27), uma nova entrevista com a cantora.

Em uma conversa descontraída, nossa Mother Monster revelou inspirações para o conceito do novo álbum, falou sobre "Stupid Love" e o seu novo sucesso "Rain On Me", parceria com a cantora Ariana Grande. Gaga também comentou sobre uma das parcerias mais aguardadas do álbum, a música "Sour Candy", feita com o grupo BLACKPINK.

Segundo Gaga, o convite para a parceria partiu dela. "Eu as chamei e perguntei se queriam escrever uma música comigo, elas ficaram muitos felizes e motivadas", disse.

Confira a tradução completa da entrevista:

Lady Gaga fala sobre Blackpink, Chromatica e música pop com TV Groove

Lady Gaga foi entrevistada pela TV Groove onde ela falou sobre sua colaboração com Blackpink e Ariana Grande. Ela também menciona que quer trazer a Chromatica Ball para o Japão e discute algumas faixas do seu próximo álbum. Leia abaixo!


Muitas coisas aconteceram na sua vida, na América e no mundo nos últimos anos, e com isso em mente, quando você embarcou em Chromatica, onde você se encontrava no sentido emocional?

“Quando eu comecei a trabalhar no Chromatica, eu estava em um lugar bem obscuro. Era muito ruim. Não era necessariamente por causa da situação mundial ou da situação política na América. Eu estava trabalhando todos os dias, mas foi graças à compaixão de meus amigos com quem trabalhei que ficavam dizendo “Vem, vamos escrever isso juntos, você consegue.” Eu pude fazer esse álbum bem devagar, porque eles realmente acreditaram em mim. E o que me curou foi que quando eu ouvi novamente a faixa depois de fazê-la, minha voz estava feliz. As letras são um poema sobre a minha vida, o que tornou difícil cantá-la, mas ao mesmo tempo eu estava pensando sobre o mundo e como eu poderia fazer as pessoas felizes. Acredito que é a minha missão. Eu acredito que eu devo estar aqui para fazer as pessoas felizes.

Você se afastou da música pop com o seu álbum de 2013 “ARTPOP”, e desde então você tem um álbum de duetos com Tony Bennett “Cheek to Cheek”, “Joanne”, e o filme “Nasce Uma Estrela”. Você fez músicas mais orgânicas e enraizadas com três faixas do filme. Por que você decidiu fazer pop depois de tanto tempo?

“Eu me trouxe de volta para o pop. Eu apenas escrevi músicas assim. Eu já criei e escrevi coisas que eu não sentia no meu coração e na minha mente. É o que eu queria fazer, e fiquei surpresa que saiu quando eu estava sentindo tanta dor, e eu escrevi uma música que eu poderia dançar através da dor. Toda vez que eu componho e produzo, e ouço muitas das músicas que fiz, eu penso, ‘‘Minha voz parece feliz na música, ainda tem felicidade em mim. Então ainda deve ter restado algo’’. Quando foi crescendo e o álbum foi finalizado, eu o chamei de ‘‘Chromatica’’. É onde eu estou agora. Estou em um lugar feliz, muito grata pelas pessoas que me cercam, profundamente grata por minha vida, minha criatividade e minha voz nesse mundo. E agora estou focada em espalhar compaixão para o mundo.

Você falou um pouco sobre, mas qual é o tema de “Chromatica” e qual mensagem você quer passar através desse álbum? Por favor, nos diga o porquê do título ser “Chromatica”.

O título do álbum ”Chromatica“ (cor, escala cromática) é inspirado pelo fato de que cada pessoa é diferente, sobretudo em cores. Simplesmente por causa da raça e religião. As pessoas não são diferentes somente em termos de individualidade, identidade de gênero e sexualidade; somos muito coloridos de diversas formas, mas também há um significado musical em uma oitava. Existe uma escala cromática que significa que os sons sobem em intervalos de meio tom, então os sons na música estão tão próximos uns dos outros que isso me torna colorida, ou seja, diferente. Eu achei que seria interessante pensar nisso como um relacionamento bem próximo, ou seja, somos muito diferentes uns dos outros, mas muito próximos de várias formas, e existem muitos conflitos no mundo. Quando há muitas coisas negativas como ódio, guerra ou doença, me pergunto como poderemos curar uns aos outros e como poderemos sobreviver. Acredito que a compaixão nos liberta, e essa compaixão nunca falha.”

Desta vez, você co-escreveu a música “Rain on Me” com Ariana Grande. Como aconteceu? Como você colaborou com Ariana e como é o clipe?

“Eu amo Ariana. Mas Ariana e eu realmente nos unimos. Discutimos nossas experiências da vida uma com a outra. Nós duas vivemos muitas dificuldades, eu respeito suas experiências e sua força, e ela respeita minha força também. A parte que cantamos “Eu quero ficar seca se eu conseguir” e “Eu quero continuar chorando”. “Mas pelo menos estou viva, deixe chover em mim.” Pode parecer que chorar é uma fraqueza, mas todas as lágrimas que derramei me fizeram forte. E então “Eu posso ficar na chuva agora”, ou seja, nas minhas lágrimas, e me sinto poderosa e empoderada. Eu realmente quero usar minha voz nesse mundo para ajudar os outros. E suas lágrimas não te tornam fraco, te deixam mais forte, quero que você saiba disso. Assim como o clima. Como a chuva. Às vezes é uma tempestade.”

Desta vez, você também co-escreveu uma música chamada “Sour Candy” com BLACKPINK. Qual foi a história dessa música? Como você colaborou com elas e como é o clipe?

“Quando eu as chamei e perguntei se queriam escrever uma música comigo, elas ficaram muitos felizes e motivadas. Foi uma colaboração realmente emocionante. Eu queria celebrá-las porque elas amam mulheres poderosas como nós, e elas também queriam me celebrar, nos divertimos muito juntas com essa música. Eu estava ansiosa para ouvi-las interpretar a música em coreano e falei para elas que era uma parte bem criativa e divertida. Sou uma mulher muito talentosa e orgulhosa em ser o quinto membro de BLACKPINK (nesta música).”

Apesar da fibromialgia, “Stupid Love” tinha uma dança pesada, você teve algum conflito ou desconforto?

“No local de filmagem? Sim. Eu estava sentindo muita dor. Mas me senti daquele jeito e dancei. Eu também tinha os melhores dançarinos ao meu redor para me apoiar. Meus amigos estavam lá, o diretor foi ótimo, e honestamente, eu basicamente aceitei que eu tenho dor crônica. Não é fácil, mas ainda consigo bloquear, eu consigo dançar, posso fazer performances, algumas pessoas não conseguem fazer isso, então minha gratidão é enorme. Se você reconhecer o que é melhor para mim e valorizar, é difícil, mas me ajuda a ficar de pé. Sou muito impressionada com os meus fãs japoneses. Os fãs japoneses são muito fortes, gratos e aproveitam a vida de uma forma muito única e bonita. Todas as vezes que nos encontramos, eles me deixam muito feliz, então estou bem ansiosa para encontrar os fãs japoneses.”

No clipe de “Stupid Love,” você está usando uma roupa rosa, mas no Japão, parece com o “Sailor Moon” (especialmente Sailor Chibi Moon). O que você pensa sobre isso? É isso aqui (mostra a foto).

“Essa criança não é a irmã de Sailor Moon?”

Sim, essa é a Sailor Mini Moon (Sailor Chibi Moon).

“Sailor Mini Moon. Eu me inspirei em anime quando fizemos esse vídeo. Agora estou inspirada por anime, porque o produtor BloodPop me deu um brinquedo de anime quando eu estava triste no estúdio, e ele tentou me animar, então para celebrar o que meus amigos fizeram eu pensei que seria incrível se eu pudesse transformar essa expressão artística em música. Ele trouxe uma figura de Bayonetta para o estúdio, um boneco de pelúcia (Korilakkuma) e vários presentes para mim. Me fez perceber que eu era amada e isso se refletiu nesse vídeo, então eu celebrei um lado da cultura japonesa e um lado da cultura asiática. Eu quero que meus fãs e o mundo saibam que eu fiz isso de uma forma especial e com o maior respeito, porque isso realmente me fez sorrir.”

Sua última visita ao Japão foi promovendo “Joanne” em outubro de 2016. Há algo para o qual você quer retornar no Japão depois de tanto tempo? Onde você gostaria de ir no Japão?

“Eu quero me apresentar, quero ir a um estádio japonês. Quero levar minha nova turnê, a “Chromatica Ball” para o Japão. Depois quero dar uma volta. Como eu disse, fiquei muito feliz em receber um presente japonês do meu amigo enquanto eu fazia o álbum, eu amo a cultura japonesa, eu amo os fãs japoneses e o Japão. Quero ir ao Japão de qualquer jeito, estou feliz por estar no Japão, talvez eu esteja mais sóbria no Japão do que todo mundo pensa, fico feliz só de estar no Japão, é por isso.”

“Free Woman” é uma música maravilhosa que empodera as pessoas. Comparando com 10 anos atrás quando você estreou, eu acho que o mundo tem se tornado mais positivo sobre a expressão ativa de mulheres. Você parece estar na linha de frente do movimento desde sua estreia, mas o que você pensa sobre as mudanças no mundo?

“Muito obrigada por dizer isso. Foi tão gentil. Sempre tentei ser um modelo para as pessoas. Eu não queria obedecer ao estereótipo de comportamento, eu sempre digo que o que importa para qualquer ser humano é seu coração, inteligência (a mente) e o que nós oferecemos para o mundo. Eu estava me perguntando sobre as mudanças no mundo, quando eu era jovem na indústria eu era vista como objeto por homens com quem eu trabalhava, como ao usar roupas sexy. Foi muito difícil trabalhar no mesmo lugar que pessoas que ficavam falando coisas sexuais, independentemente do penteado, etc. Sou constantemente forçada a fazer dinheiro por pessoas que me usaram para fazer dinheiro. Como mulher, eu estava desconfortável. A diferença entre aquela época e agora é que me impor não era uma tendência na época e não era socialmente aceito. Quando aquilo aconteceu, eu disse, “Você olha para mim como um objeto. No trabalho, você me olha sexualmente. Eu sou sexy da forma que eu quero e quando eu quero. Sou livre. Sou uma mulher, esse é meu direito.” Eu acho que isso se aplica a todos os sexos, não apenas a mulheres e identidade de gênero. O que mudou é que quando eu digo isso não é mais chocante. Antigamente quando eu falava “Eu não quero fazer isso,” eu era contestada, irritada e abusada de forma discriminatória, porque eu me posicionava fortemente. Não acho que é bom dizer que mulheres que se impõem e se defendem não são boas pessoas. Se defenda, se imponha."

Nesta sexta-feira, 29 de maio, o sexto álbum de estúdio de Lady Gaga, intitulado "Chromatica", estará disponível em todas as plataformas digitais.

Quer ajudar no desempenho do novo single, "Rain On Me"? Saiba como pedi-lo nas rádios americanas pelo Twitter e como ajudar a canção no Hot 100 da Billboard.

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Tradução por Vanessa Braz de Queiroz.

Revisão por Vinícius de Souza

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