Nesta sexta-feira (29), o sexto álbum de estúdio de Lady Gaga, "Chromatica", foi oficialmente lançado em todo o mundo. Diversos veículos de comunicação com foco na indústria musical já se pronunciaram sobre o novo trabalho da cantora.

O jornal britânico The Times publicou, em seu portal online, a sua resenha do mais novo álbum de Lady Gaga.

Leia a tradução abaixo:

Lady Gaga: Chromatica review - A brilhante e otimista audição da estrela para o Eurovision.

Lady Gaga já passou por diversas fases em sua carreira de uma década e meia: a garota da boate, a estranha do vestido de carne, uma super estrela do pop, como Madonna, uma roqueira country caseira e, quando ela fez um álbum de clássicos com o Tony Bennett, a amante de jazz e teatro musical, frequentadora de bares com piano, ítalo-americana nova iorquina que ela realmente é. Agora, Gaga entrou em uma nova fase, que caso ela fosse da Europa e não de Nova Iorque, com certeza se tornaria uma realidade: possível ganhadora do Eurovision.

As pessoas riem do Eurovision por ele ser excêntrico, melodramático, de mau gosto… Todas as coisas que fazem o bom pop, em outras palavras. Também celebra canções cheias de melodia, vitalidade e ganchos, e Gaga acaba de nos dar um álbum merecedor das três.

Seu lead single, por exemplo, ‘Stupid Love’. Uma batida eletrônica triunfante, um refrão de se levantar as mãos para o alto, tudo isso mantido junto pelo cantar de Gaga, “Tudo o que eu sempre quis foi amor”, daquela maneira alta e excêntrica dela, que acaba tornando a canção um clássico pop para qualquer um. Acompanhado por um vídeo de Gaga e seu esquadrão de dança, realizando uma rotina frenética no deserto, você conseguiria imaginar isso como um sucesso no Eurovision de alguém, digamos, do Azerbaijão.

O lançamento inicial de ‘Chromatica’ foi atrasado pelo coronavírus, e você consegue ver o porquê de Gaga e sua gravadora estarem preocupados de lançar o álbum no meio de uma pandemia. É um CD brilhante e dançante que não soava no mesmo tom em que o mundo se encontrava, mas na verdade é um alívio não sofrer mais com uma live de um artista chorando ao piano, e poder ter, em vez disso, um álbum pop fantástico de uma mulher vestida como uma princesa guerreira de Mad Max. Três arranjos de corda clássicos separam o álbum em três seções, que carregam o mesmo tema: dançar através da dor.

A robótica ‘911’ fala sobre a relação de Gaga com antipsicóticos - “Minha maior inimiga sou eu mesma”, ela entona - enquanto ‘Babylon’ serve o objetivo de falar sobre fofoca, e irritando a Madonna no processo, por soar bastante como ‘Vogue’. E então temos as colaborações. Elton John se junta a Gaga na balada sincera de ‘Sine From Above’, Ariana Grande entra no espírito da música house de ‘Rain On Me’, e o grupo de K-pop BLACKPINK contribui em uma metáfora sobre desembalar a doce sensação adentro, na futurística ‘Sour Candy’.

Com o produtor americano BloodPop trazendo um som astuto e cheio de sintetizadores, tudo isso faz esse álbum ser divertido na pista de dança. O único problema é que não tem nenhuma pista de dança agora que possamos nos divertir. Por agora, elas terão que existir em nossa imaginação, com o álbum de Gaga servindo o mesmo propósito que as apresentações do Eurovision: o de oferecer um pouco de felicidade, ânimo e um mau gosto glorioso para que todos nós possamos ter um escape, ainda mais no continente de nossa própria casa.

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Revisão por Vinícius de Souza