O tão aguardado sexto álbum de estúdio de Lady Gaga, "Chromatica", teve seu lançamento nesta sexta-feira (29), e já vem acumulando ótimas críticas e bons números nas paradas musicais.

"Chromatica" não só conseguiu ter todas as suas músicas entre as mais reproduzidas no Spotify WW como também quebrou recorde se tornando o álbum com a maior estreia da história no Spotify Brasil.

A revista Time, conhecida por sua grande relevância no mundo todo, publicou sua opinião sobre o novo disco de Gaga e não exitou em dizer que "Chromatica" é "uma rica experiência de escuta".

Leia a tradução abaixo:

"O novo álbum de Lady Gaga, 'Chromatica', é a trilha sonora das festas de dança no quarto mais épicas de 2020

Os músicos sempre obcecaram com a fama, tanto como conceito abstrato quanto como estado aspiracional. O fascínio é óbvio: ser famoso tem seus perigos, mas as vantagens em potencial superam os seus pontos negativos. Nenhuma estrela pop moderna é mais consciente das complicações e contradições da fama do que Lady Gaga.

Desde o início de sua carreira, ela viu a celebridade com ceticismo, mesmo quando abraçou a brilhante prisão do estrelato. Essa tensão ferveu sob todas as suas identidades e eras musicais: praticante futurista do dance-pop, artística garota de club, selvagem roqueira e baladeira do country-disco. Grande parte desse atrito decorre da distância entre a extravagante personalidade pública de Gaga e seu verdadeiro eu: a nova-iorquina Stefani Germanotta, uma pianista talentosa que cresceu fazendo teatro musical e mais tarde encontrou seu nicho ao lado dos excluídos da música no baixo oeste do país.

Embora esse pano de fundo indique seu trabalho - nenhum concerto de Gaga estaria completo sem uma balada fumegante de piano - suas letras são outra história. Apesar de expressarem sentimentos universais, o hino de auto-empoderamento "Born This Way" e o incisivo "Million Reasons" não soam necessariamente vinculados à sua própria experiência pessoal. Até a emocionalmente emocionante "Shallow", creditada a Lady Gaga, é impossível de ouvir sem pensar em sua performance como Ally em "Nasce Uma Estrela". Não se engane, o catálogo dela é eletrizante e comovente - mas o excessivo exagero de sua abordagem, para o bem ou para o mal, muitas vezes ocultava sua sinceridade e profundidade.

Isso pode ter mudado com o lançamento de seu sexto álbum. Em "Chromatica" - um termo que ela caracteriza como "um estado de espírito" e o local físico real em que vive agora - Gaga detona a divisão entre seus "Eus" público e privado.

Como letrista, ela explora sua relação com a sua salva-vidas medicina antipsicótica (“911”), reconhece que é saudável admitir quando as coisas não estão bem (o dueto com Ariana Grande, “Rain On Me”) e recupera sua identidade e gênero depois de um abuso sexual (“Free Woman”). No passado, Gaga poderia ter discutido esses tópicos pesados por meio de uma abordagem irônica ou da posição de que ela é à prova de balas; mas as músicas de "Chromatica" são refrescantemente diretas e não adoçam qualquer dor. Essas letras também são honestas sobre o fato de que a fusão de Lady Gaga com Stefani Germanotta é um processo imperfeito. "Fun Tonight" está posicionada como uma conversa de coração para coração entre esses dois eus, em que Gaga concorda com sua ambivalência em relação à fama e à atenção dos tablóides. E sua frustração contínua como sendo percebida antes como um estilo que pela essência culmina em "Plastic Doll", que espeta a obsessão da cultura pela perfeição e apresenta o verso inimitável: "Quem é essa garota, Gaga de Malibu?"

Suficientemente apropriado para tal, "Chromatica" é um retrocesso ao implacável dance-pop de seus primeiros trabalhos, "The Fame", de 2008, e "Born This Way", de 2011. Trabalhando novamente com uma variedade de colaboradores - principalmente BloodPop, que co-produziu seu álbum de 2016, "Joanne" - Gaga vê "Chromatica" como uma balada hedonista localizada em um planeta distante. Há homenagens modernas em êxtase à house music vintage, cheia de altíssimos vocais, piano staccato e ritmos tensos; escaldantes hinos dançantes construídos em torno de ritmos cativantes de meticulosos do disco; trazendo de volta os teclados geométricos do Europop e batidas precisas.

No entanto, como "Joanne", que tocou no empoeirado country-rock e eletro-rock, "Chromatica" não necessariamente segue todas as regras do pop padrão. Interlúdios orquestrais organizados por Morgan Kibby, que grava como White Sea e é conhecida por seu trabalho cinematográfico com M83, adicionam um tecido conjuntivo majestoso que leva a momentos de pura alegria. Os grandiosos acordes de "Chromatica II" são especialmente uma delícia, pois crescem e se desviam para "911", um hino robo-pop marcante com borbulhantes batidas em ritmo 4/4. E Elton John é a escolha perfeita de Gaga no dueto "Sine From Above", um clássico moderno do house pop, que revela o poder curativo da música: os dois fundem as letras juntos, dois iconoclastas que encontram consolo nas órbitas criativas um do outro.

É docemente amargo que o álbum esteja chegando em um momento de distanciamento social e isolamento físico. De muitas maneiras, "Chromatica" é ideal para explosões em locais públicos, talvez em uma boate ou festa lotada, pois a música celebra o poder derivado de se tornar vulnerável em torno de (e para) outras pessoas. No entanto, a profunda conexão de Gaga com o material e o compromisso de ser gentil consigo mesma, enquanto expõe suas emoções mais cruas, proporcionam uma rica experiência de escuta, não importa onde isso aconteça. Considere "Chromatica" a trilha sonora das festas de dança no quarto mais épicas de 2020".

Leia a publicação original.


"Chromatica" já está disponível em todo o mundo e você pode ouvi-lo nas principais plataformas:

Spotify

Apple Music


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Tradução por Maria Eduarda Seabra