Após algumas horas de seu lançamento oficial em diversos países, incluindo o Brasil, o sexto álbum de estúdio de Lady Gaga, intitulado "Chromatica" já vem recebendo críticas dos principais especialistas.

Com um álbum repleto de influências dance e elementos da música pop dos anos 90, Gaga reúne uma grande equipe de produtores e divide seus vocais em três canções do álbum com estrelas como Elton John, Ariana Grande, e o girl group coreano, BLACKPINK.

O site de entretenimento AV Club demonstrou uma opinião forte sobre o disco, mas deixou claro sua satisfação em ver que, apesar das escolhas de Gaga serem intrigantes, sua "imprevisibilidade é o que a torna emocionante e nos deixa voltando para mais."

Com nota 75 no Metacritic, os destaques da avaliação foram para as faixas "Plastic Doll", "Stupid Love" e "Enigma" que foi considerada como o "‘hino’ de Chromatica".

Confira a tradução completa:

"Lady Gaga retorna às suas raizes eletro-pop – e canaliza Madonna (novamente) – em Chromatica

Stefani Joanne Angelina Germanotta dedicou muito tempo e esforço para criar a personagem Lady Gaga lançada em conjunto com sua estréia em 2008, The Fame - e ela passou os últimos 12 anos reinventando-a repetidamente. Como uma adolescente experimentando, Gaga começou com os vestidos de carne e as perucas gigantes antes de passar para o outro extremo e abraçar os padrões americanos com Tony Bennett. Eventualmente, ela desembarcou na zona cantora-compositora com Joanne em 2016 e suas contribuições para “Nasce Uma Estrela” em 2018. Mas quem é a verdadeira Lady Gaga? Ela parece se fazer essa pergunta no novo álbum Chromatica, embora ainda não pareça ter a resposta.

A dúvida e auto-sabotagem são temas recorrentes nas letras do sexto álbum de estúdio de Gaga, que sofre de uma crise de identidade. Sem dúvida um disco de dança, Chromatica se parece muito com os shows da residência de Las Vegas que Gaga vem apresentando desde dezembro de 2018. De fato, uma faixa de Chromatica compartilha seu nome com o do show, Enigma. Há até quebras para mudança de figurino: começa com um prelúdio orquestral, inclui um breve instrumental no meio e termina com mais um intervalo musical ("Chromatica III", um destaque inesperado que lembra uma partitura de Hans Zimmer) antes de um final composto por três das faixas mais notáveis. Às vezes, o resultado é frenético e desarticulado, embora seja um palpite justo que Chromatica tenha sido projetado para ser tocado do começo ao fim como a trilha sonora das pré-festas das celebrações do Orgulho Gay 2020, o que, infelizmente, nunca será.

Isso não quer dizer que Chromatica seja mal sucedido. Pegando emprestado muito do pop dos anos 80 e início dos anos 90, grande parte do álbum é eletro-dance-funk em seu melhor. A irresistivelmente cativante “Plastic Doll” e o single “Stupid Love” fundem o melhor das iterações passadas de Gaga com faixas discos ‘feel-good’, adicionando simplesmente a exata quantidade e peso de dor nelas. (Faz sentido que a última tenha sido a primeira do top 10 lançamentos de Gaga desde "Dope", de 2013.)

Mas Gaga se perde na produção de faixas como a introdutora do álbum, “Alice", que fica sonolenta ao contar inteiramente com uma batida genérica de pista de dança dos anos 90. Isso acontece novamente em menor grau em "Free Woman", uma música etérea de empoderamento que se reenergiza na ponte. Há também a estranha inclusão de um dueto com Elton John, "Sine From Above"; a colaboração do casal não é nenhuma surpresa, tendo se apresentado juntos várias vezes (e ambos sendo ícones na comunidade gay), mas os vocais do britânico são infelizmente chocantes quando ele aparece no segundo verso, e há algo de desarmônico sobre como suas vozes se juntam aqui. É funcionalmente o oposto de "Rain On Me", o single recém-lançado que melhora quando Ariana Grande se junta. E há uma terceira colaboração - single promocional "Sour Candy" - que quase relega Gaga a um papel de apoio, com o girl group sul-coreano BLACKPINK assumindo a liderança no verso do remix do Euro-pop antes de Gaga nos retornar a 2020 no refrão. O álbum termina com um sorriso graças à digna do RuPaul’s Drag Race "Babylon", embora a faixa só enfureça ainda mais os fãs militantes da Madonna que acusam Gaga de ser redutiva, pois canaliza "Vogue" ainda mais que "Born This Way" ecoou “Express Yourself." É um número final forte, mas "Enigma", mencionada acima, é a oferta de mais ‘hino’ de Chromatica.

E "enigma" é realmente uma palavra apropriada para Gaga. Suas escolhas podem ser intrigantes, e nem toda música é um sucesso, mas essa imprevisibilidade é o que a torna emocionante e nos deixa voltando para mais. Talvez Gaga ainda não saiba quem ela realmente é. Mas ainda é agradável vê-la descobri-lo.


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Tradução por Maria Seabra.

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