Nesta sexta-feira (29), o sexto álbum de estúdio de Lady Gaga, "Chromatica", foi oficialmente lançado em todo o mundo. Nisso, diversos veículos de comunicação com foco na indústria musical já se pronunciaram sobre o novo trabalho da cantora.

O jornal britânico iNews publicou suas impressões do novo álbum de Lady Gaga. Em sua review, faz um panorama geral e comentários de cada música, de forma coerente e de leitura descontraída.

Leia a tradução abaixo:

"Chromatica, Lady Gaga, crítica: Cantora reivindica sua razão de ser - o absurdo e a brincadeira da música pop

O sexto álbum da cantora é um lembrete do poder curativo, revelador e revolucionário da dance music

Lady Gaga, Chromatica ★★★★★

Lady Gaga sempre gostou de um conceito. Desde o imponente pop de The Fame, de 2008, até a atração americana de Joanne, em 2016, cada ciclo de álbum foi definido de forma única. Seu último, sexto registro, Chromatica, não é diferente; é uma fantasia de cyberpunk mergulhada em Chicago house; um disco de dança sobre a viscosidade da depressão e o que é necessário para se arrastar para fora dela.

Ao abrir com Chromatica I, uma peça orquestral de som gostoso e caro, você quase sente o peso e a gravidade do que está por vir. Como um portal, ela leva você para o álbum, seguindo perfeitamente para Alice, uma música que choca imediatamente, com um dos refrões mais fortes de Gaga em quase uma década. Tudo está amarrado, desde a batida implacável do rítmo 4/4 até a produção direta e em camadas que engole todos os tipos de house music possíveis para que Gaga possa manipulá-los como quiser. Aqui, ela também define os parâmetros para Chromatica enquanto canta: 'Meu nome não é Alice, mas continuarei procurando o País das Maravilhas'.

Stupid Love puxa ao seu título. A faixa é grande e estúpida, cheia de eletrônicos e da ingênua suposição de que o amor de outro pode promover o amor por si mesmo. O single seguinte, Rain on Me, que apresenta Ariana Grande, com seu aceno ao disco, é semelhante: inebriante e eufórico enquanto as duas encontram o lado prateado da tempestade: 'Eu prefiria estar seca', elas cantam no refrão, 'mas pelo menos estou viva.'

Em Free Woman, Gaga renuncia ao controle que suas experiências passadas com agressão sexual têm sobre sua vida; trata-se de descascar as coisas e aprender a conviver com suas cicatrizes. Em Fun Tonight, ela percebe que aceitar a sua situação faz parte do processo.

Essa música também aborda a noção de celebridade, algo que fascinou Gaga desde sua estréia e que sua música explorou repetidamente. No entanto, enquanto The Fame era uma remetente da fixação pela fama da sociedade, a celebridade em Chromatica se torna um fardo: Gaga rejeita um parceiro em Fun Tonight por causa de sua afinidade com os paparazzi, e em Plastic Doll, uma música direta e propulsora que parece mais com os anos 80 do que o resto do álbum, ela desconstrói a despersonalização que vem de mãos dadas com a fama.

No entanto, a atração pelo palco não foi perdida e, em Enigma, com sua espaçosa produção espacial em Ibiza, ela está envolta na corrida avassaladora de performances e na relação simbiótica que ela tem com seus fãs. Mas isso também é temperado; Replay, uma música que lembra a era dance music como Os Shapeshifters do início dos anos 2000, abre com Gaga perplexa com a vida na estrada e se vê mergulhando em desespero enquanto canta 'As cicatrizes em minha mente estão em repetição'.

Mas há absolvição do trauma. Você pode ouvir a liberação de pressão em Sine From Above, uma música de dança enorme, escapista e, francamente, idiota que apresenta Elton John e que explode em uma cascata de sintetizadores de transe. E, próxima à conclusão do álbum, a incrível Babylon, inspirada em Bowie, que poderia desafiar Vogue em sua pura fabulosidade, Gaga reivindica sua razão de ser: o absurdo e a brincadeira da música pop.

Chromatica é o registro mais coeso e abrangente de Lady Gaga desde The Fame Monster. Não é exatamente solto, mas soa selvagem e desinibido; não apenas a recuperação de Gaga da pista de dança, mas um lembrete do poder curativo, revelador e revolucionário da dance music. É bom tê-la de volta.

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Tradução por Maria Seabra e Vinícius Romadel

Revisão por Daniel Alberico.