Nesta sexta-feira (29), o sexto álbum de estúdio de Lady Gaga, "Chromatica", foi lançado oficialmente. Nesse sentido, diversos veículos de comunicação com foco na indústria musical já se pronunciaram sobre o novo trabalho da cantora.

A New Musical Express (NME), revista britânica famosa por sua contribuição com o cenário mundial da música, publicou sua impressão sobre o novo trabalho de Lady Gaga, aclamando-o.

Leia a tradução completa:

"Lady Gaga - 'Chromatica', crítica: uma pura celebração pop de um ícone em seu próprio mundo

O álbum seis provoca ao recebê-lo em uma utopia fictícia, onde tudo acontece e todos são aceitos. Nós não queríamos sair

Tivemos um primeiro vislumbre de Chromatica - o planeta fictício que Lady Gaga criou com seu sexto álbum de mesmo nome - no videoclipe do single "Stupid Love". O vídeo começa com um texto que explica que, enquanto o mundo "apodrece em conflito", muitas tribos estão lutando pelo domínio, incluindo "os punks da gentileza", uma tribo que Gaga lidera, que luta pela paz. Gaga e sua gangue - um grupo de dançarinas vestidas com roupas de Mad Max rosa choque - cessam brigas com outras facções de guerreiros em um deserto extraterrestre, eventualmente restaurando a ordem.

Chromatica, como ela explicou desde então, pode ser considerado um lugar inclusivo, onde todos os sons e cores se misturam. Mas também é um inclusivo estado de espírito, disse ela a Zane Lowe em uma entrevista recente: 'Não sei se já fiz algum álbum que não estava em Chromatica de alguma forma, quero dizer, meu estado de espírito sempre é parte da minha música, e esse é apenas o meu jeito de expressá-lo, mesmo em ambas as formas literal e abstrata.'

É alto conceito - embora um conceito um pouco confuso - mas o que mais esperaríamos de Lady Gaga? Esta é a artista que tem se reinventado consistentemente ao longo da última década. Pegue um gênero 180 e taque um álbum com os padrões de jazz (de Cheek to Cheek de 2014 com Tony Bennett) ou músicas country (Joanne de 2016)? Claro! Torne-se uma atriz indicada ao Oscar em um remake de “Nasce Uma Estrela”? Por que não!

Em 'Chromatica', no entanto, Gaga voltou ao pop efervescente com o que ela quebrou as paradas em 2009 (quem poderia esquecer seu single de estréia mundial 'Just Dance'?). Como ela explicou em uma entrevista à Apple Music: "Estou fazendo um disco de dança novamente e esta pista de dança é minha e eu a conquistei e todas as coisas pelas quais passei... não preciso mais sentir dor. Ela pode ser apenas uma parte de mim e eu posso seguir em frente". Escrever o álbum ajudou Gaga a curar sua dor pessoal - e essa perseverança permeia 'Chromatica'.

Veja o sucesso da colaboração com Ariana Grande 'Rain on Me', que pode ser a melhor música de Gaga desde 'Born This Way', de 2011. Sobre instrumentais eufóricos de synth-pop e batidas fortes de disco, Gaga ronrona: "Eu preferia estar seca, mas pelo menos estou viva" em um momento de puro júbilo. Pode haver 100 músicas que você escreveu e 99 não causarem impacto, mas basta uma tão boa quanto 'Rain On Me' para permanecer um ícone pop.

O batom mate 'Enigma' é uma celebração da luxúria ("Poderíamos ser amantes, mesmo que só hoje à noite"), enquanto o single eletro-pop principal 'Stupid Love' está preocupado com a alegria de estar apaixonado ("Você é aquele por quem eu estava esperando / Tenho que parar com esse choro"). Isso não quer dizer que não haja momentos mais pesados ​​- Em '911', inspirado no Daft Punk, que trata de medicamentos antipsicóticos, Gaga admite que "meu maior inimigo sou eu / engula um 911" por meio de vocais robóticos. Mas cada música é envolvida em cura e bondade, acompanhada de letras poderosas e melodias triunfantes. A cintilante 'Free Woman' vê Gaga avançar vitoriosamente depois de ter sido agredida sexualmente por um produtor musical, pregando: "Esta é a minha pista de dança, pela qual lutei / Um coração, é por isso que estou vivendo".

O álbum é melhor escutado na íntegra, com as passagens orquestrais cinematográficas ligando as músicas e agindo como uma trégua entre cada um das estrondosas pancadas pop. Ocasionalmente, ele ameaça se tornar um clichê - 'Fun Tonight' ameaça se transformar em forragens de rádio no estilo Jess Glynne e na penúltima música inofensiva, '1000 Doves', falha em viver em acordo ao êxtase de suas antecessoras. Mas, na maioria das vezes, "Chromatica" é pura alegria.

No entanto, existem momentos inesperados - particularmente a colaboração de Gaga com Elton John. Os dois são amigos há mais de uma década - ela é madrinha dos dois filhos de Elton John - e já se uniram para apresentações dramáticas conduzidas pelo piano em cerimônias de premiações e para a música rock suave da trilha sonora de “Gnomeo & Juliet”, 'Hello Hello'. Dados os seus trabalhos anteriores, seria seguro supor que os dois artistas trabalhariam juntos em uma balada?

Absolutamente não: 'Sine From Above' é basicamente o que seria uma noite inebriante no Shangri La de Glastonbury com Elton e Gaga. Com vocais de músicas computadorizadas e a selvagem produção de balada que funde bateria e baixo com Eurodisco e aspecto cativante, é brilhantemente bizarra.

Se colaborar com Elton John era sua maneira de abraçar o passado da música pop, Gaga também olha para o presente e o futuro, juntando-se ao grupo de K-pop BLACKPINK em 'Sour Candy - um esmagador de casas dos anos 90 cheio de vocais deslizantes (que flutuam entre Inglês e coreano) e uma latejante cifra de baixo.

Em "Chromatica", Gaga adota completamente a criação de um puro álbum pop. O disco está repleto de refrões cativantes e produções brilhantes - mas vai além disso. "Chromatica" é "sobre cura e bravura", explicou ela antes do lançamento do álbum, acrescentando: "música é o que me curou na minha trajetória de vida e me curou novamente fazendo esse disco". Você certamente pode ouvir isso. Das melodias emocionantes às letras positivas e cheias de esperança, 'Chromatica' é uma celebração - e uma bastante merecida.

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Tradução por Maria Seabra.

Revisão por Daniel Alberico.

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