No último dia 29 de maio, Lady Gaga lançou o tão aguardado álbum “Chromatica”, seu sexto álbum de estúdio. O novo disco traz 16 faixas, sendo três delas colaborações com grandes nomes da música, como Ariana Grande, BLACKPINK e Elton John.

Horas após o lançamento oficial em todas as plataformas de streams, vários veículos de comunicação da crítica especializada divulgaram suas impressões sobre o álbum, apontando os pontos altos e baixos do mais novo trabalho da Mother Monster.

A maior parte das reviews publicadas foram positivas, garantido nota verde, acumulando 80 pontos no Metacritic. Billboard, The New York Post, The Independent, entre outros dos principais meios de comunicação da crítica especializada aclamaram o “Chromatica”.

Nesta segunda-feira, 1º de junho, avaliações sobre o novo disco ainda continuam sendo divulgadas. A mais recente é da renomada revista Rolling Stone, sendo uma das reviews de destaque mais aguardadas.

“Em Chromatica, seu sexto álbum, ela exibe todos os lados de si mesma que fez com que as pessoas se apaixonassem por ela desde o primeiro momento”, escreveu a revista, afirmando que Lady Gaga retornou para a pista de dança com o novo disco. “A dance music sempre será sua salvação, e seu renascimento no pop não poderia ter vindo em momento melhor”, finalizou.

Confira a tradução completa:

Lady Gaga retorna para a pista de dança em ‘Chromatica’

Seu mergulho de volta para o disco, eletro-pop e house music não poderia ter vindo em momento melhor.

Se alguém pudesse enviar uma carta de amor para a disco music e a house music em uma época em que ir para a balada parece tão estranho quanto usar um vestido de carne, esse alguém seria Lady Gaga. Apesar de inicialmente ter objeções quanto a lançar Chromatica no começo das paralisações por causa da pandemia, há algo confortante sobre a forma que o álbum captura o sentimento de dançar transpirando em uma pista de dança, trombando com estranhos durante o momento mais solitário e isolado da história. Pode não ter sido a intenção dela quando gravou o álbum, o que sinaliza um retorno para suas raízes eletro-pop, mas entre refrões esperançosos e batidas pulsantes, ela capturou o desejo de aglomerar que as pessoas estão sentindo enquanto usam seus fones de ouvido, com os olhos semicerrados na webcam, e dançando sozinhos em seus porões.

Há mais de uma década, Gaga se apresentou com “Just Dance,” ela foi de mocinha pop para cantora de jazz, para cantora lite rock de baladas, para vozeirão de Hollywood, mas com poucas exceções, ela é melhor quando deixa os disfarces de lado e deixa tudo mais pessoal. Em Chromatica, seu sexto álbum, ela exibe todos os lados de si mesma que fez com que as pessoas se apaixonassem por ela desde o primeiro momento: Ela é romântica, excêntrica, contadora de histórias, uma fofoca, um flerte, e, com mais frequência, uma mulher que precisa de cura depois de ter sido machucada muitas vezes. Seu objetivo pode ainda ser apenas dançar, mas desta vez parece mais tridimensional, mais humano do que a denominação de “Monstro da Fama (Fame Monster)” que ela se deu anos atrás.

Quando a frase “Tudo que eu sempre quis foi amor” apareceu no lead single, “Stupid Love,” soou como uma revelação fresca. Quando ela declara “Ainda tenho valor se eu não tiver um homem,” no hino das mulheres solteiras “Free Woman,” é ousado. E quando ela serenamente diz para si mesma “Ainda não sou perfeita, mas continuarei tentando” em “1000 Doves,” é como se fosse uma revolução. Você não adivinharia pela arte da capa, que parece uma ilustração arrancada de uma revista do tema antigo Heavy Metal, mas Chromatica geralmente parece uma terapia pop feita por alguém em busca de uma descoberta emocional, e raramente parece falso, já que a dance music é o único veículo que poderia deixá-la mais que a beira da glória.

Dois anos depois da série Pose empurrar a cultura dos bailes de salão do final dos anos 80/início dos anos 90 de volta para o mainstream, o álbum mostra Lady Gaga deleitando-se no mundo da club music e voguing. Chromatica não é o único álbum a sair esse ano que tem uma ligação direta com as multicores dos anos 90 — Future Nostalgia de Dua Lipa se apoia lindamente no disco e synth-pop — mas a sensação é que Gaga é mais diferencial, mais bem-arredondada quando reivindica o barulho das cordas, spikes de chifre, batidas de pular corda e as reformula em sua imagem.

Neste momento de sua carreira, Gaga conhece seus movimentos característicos, e ela e seus produtores — populares do pop e influenciadores do EDM, incluindo BloodPop, Axwell, Max Martin, e até mesmo Skrillex — apresentaram novos ganchos a cada segundo, fazendo com que todas as partes do cd sejam divertidas e agradáveis. A primeira música de verdade do álbum, “Alice,” que vem depois da primeira de três interludes de “Chromatica” que poderiam ser facilmente puladas, abre com o refrão, “Meu nome não é Alice, mas continuarei procurando pelo País das Maravilhas,” que ela deixa mais doce com “ahhs” e uma gagueira “oh ma-ma-ma” que lembra o “Ra-ra-roma-ma” de “Bad Romance.” São sabores diferentes de música boa. “Rain on Me,” um dueto com Ariana Grande sobre sobreviver momentos difíceis, ecoa o R&B dos anos 90 com uma batida mais forte, “Sour Candy” mistura house com gritos de hip-hop e K-pop chiclete, graças à ajuda do grupo feminino Blackpink, e “Replay” conecta disco e deep house com batidas de distorção de tempo enquanto Gaga canta “As cicatrizes da minha mente estão em replay.”

No entanto, ela está no seu melhor quando se arrisca musicalmente, como na New Wave-y “911,” que separa a diferença entre Buggles e Kraftwerk, filtrado pelo caleidoscópio de Gaga, e seu dueto com Elton John, “Sine From Above,” que tem drama e sintetizadores funky suficientes para fazer pop progressivo. As vozes dos dois cantores se misturam tão lindamente, à medida que cantam sobre física acústica (fazendo um trocadilho de ondas senoidais com “sign”, que significa sinal), que poderia incitar um pico nas vendas de osciloscópios.

Por outro lado, como frequentemente é o caso de Gaga, ela tropeça quando fica muito conceitual. “Plastic Doll,” uma fantasia na qual ela usa uma Barbie como metáfora para sua fragilidade no amor (“Não sou brinquedo para um garoto de verdade”), parece mais uma extensão quando comparada com o resto das epifanias pessoais da vida real que tem no álbum, e a faixa de encerramento, “Babylon,” com sua letra deplorável sobre fofocar com seus amigos, e o rap que é quase um plágio de “Vogue” (sério, apenas cante “Bette Davis, nós te amamos” junto com a letra de Gaga-donna que vai sincronizar perfeitamente), merece um destino no Velho Testamento. É como se todo o drama ao redor de “Born This Way” nunca tivesse acontecido. Mas essas são apenas águas rasas.

Na maior parte, Gaga focou o espectro de Chromatica no tipo de música que faz o corpo movimentar, algo que ela faz de forma bem natural. A dance music sempre será sua salvação, e seu renascimento no pop não poderia ter vindo em momento melhor.

Nota: 80/100

“Chromatica”, sexto álbum de estúdio de Lady Gaga, já está disponível em todas as plataformas de streaming. O novo trabalho, que tem "Stupid Love" como lead single, traz também "Rain On Me", parceria com Ariana Grande, “Sour Candy”, colaboração com BLACKPINK, além de uma canção com a lenda Elton John.

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Fonte

Tradução por Vanessa Braz de Queiroz