Ao longo de seus 12 anos de carreira, Lady Gaga nos entregou grandes trabalhos musicais e demostrou toda sua versatilidade, provando ser uma artista completa.

Traçando uma longa trajetória iniciada no estilo musical voltado para o electropop e synthpop em seu primeiro disco "The Fame", a cantora passou por diversos elementos como ópera, heavy metal, disco, rock and roll, jazz, country, e em seu mais novo lançamento em maio deste ano, ela retorna as raízes do pop oitentista com "Chromatica".

A revista Slant Magazine divulgou na manhã desta terça-feira (01) uma matéria classificando, em sua opinião, todos os álbuns lançados por Lady Gaga incluindo a sua parceria com o cantor Tony Bennett no álbum colaborativo de jazz, "Cheek To Cheek".

Confira a publicação completa traduzida:

"Todos os álbuns de Lady Gaga classificados

Mesmo se a trajetória criativa da cantora parecesse errática, sua habilidade para criar um pop sublime é inegável.


Apesar de se jogar nos padrões do Jazz com Tony Bennet ou cantar baladas “Americana” com Bradley Cooper, o coração de Lady Gaga pertence à música pop. Mesmo que sua criativa trajetória parecesse errática às vezes, fazendo zig quando deveria ter feito zag, sua habilidade de criar músicas pop sublimes como “Poker Face”, “Bad Romance” e “The Edge of Glory” é inegável. Do primeiro hit da cantora, “Just Dance” ao regresso influenciado pelo house de seu último álbum, Chromatica, o pop dance em particular é uma fonte à qual Gaga retornou de novo e de novo no decorrer de sua carreira.

Chromatica se tornou o quinto álbum da Gaga nº1 no ranking da Billboard (sem incluir a trilha sonora e Nasce Uma Estrela), dando a ela uma posição no topo em cada uma das últimas três décadas. E na última noite, ela levou para casa cinco prêmios do MTV Video Music Awards, se tornando uma das ganhadoras mais premiadas de toda a história dos VMAs, atrás apenas da Beyoncé e Madonna. Para comemorar, nós demos uma olhada para trás e classificamos cada um dos sete álbuns de estúdio da Gaga. Alexa Camp


7. Cheek to Cheek (2014)

Apesar de suas afirmações de que cresceu ouvindo grandes mestres do jazz, em Cheek to Cheek, uma coleção de duetos com o veterano romântico Tony Bennett, a Gaga parece mais uma amadora do que uma apaixonada. Em músicas populares de Cole Porter como “Anything Goes” e a faixa-título, Gaga parece mais como ela acha que é uma cantora de jazz, suas performances são artificiais e marcadas com gritos e frases clichês. Ela peca na precisão vocal e na enunciação, itens que fizeram os seus ídolos os mestres que são: seu timbre no cover de Eden Ahbez “Nature Boy” é bastante inconsistente, mudando do suave e quase agradável para paródico e cômico, com frequência em algumas barras curtas. Se não fosse pelo trabalho de primeira linha dos demais músicos, incluindo o solo de sax do virtuoso Joe Lovanos, muito do Cheek to Cheek soaria como um karaokê glorificado. Camp


6. Artpop (2013)

“Artpop pode ser qualquer coisa!” Lady Gaga declara na faixa título do seu terceiro álbum, Artpop. Essa visão criativa atrapalhada pode ser ouvida na própria música, que afirma versatilidade - do sombrio “Jewels n’Drugs” até “G.U.Y”, “Mary Jane Holland” e “Gypse”, que são todas cópias carbono das suas melhores músicas de seus dois primeiros álbuns - mas acaba revelando uma falta de visão artística coerente. Letras bobas e aparentemente sem sentido como “Aphrodite lady seashell bikini garden panty” lembram os primeiros sucessos da Gaga, mas “Uranus!/Don’t you know my ass is famous?” não é um “I’m bluffin’ with my muffin”. A melhor música de Artpop, “Do What You Want” - um dueto com R. Kelly que foi deletado das edições digitais - é um boom eletrônico que inteligentemente funciona como uma canção de amor e ao mesmo tempo tem a Gaga atacando os críticos enquanto fazia sua melhor edição com Christina Aguilera. Mas Artpop foi um passo (em falso) para trás estratégico, o som de uma artista lutando para se manter, ou até recuperar, sua posição entre a elite do pop. Camp


5. Chromatica (2020)

Gaga mostra apenas um entendimento superficial da música que ela busca emular em Chromatica. É sem esforço com Dua Lipa recentemente em “Future Nostalgia” e Jessie Ware em “What’s Your Pleasure?” que coloca as recriações contundentes estilo house anos 90 da Gaga em outro patamar. A grande maioria das músicas duram menos de três minutos, a pureza, embora pesada de Born This Way é substituída por táticas de reforço nas vendas, jogo justo ou não, prejudicam os poucos méritos criativos do álbum. Os interlúdios orquestrais tem pouco propósito além de quebrar a monotonia sônica em uma estrutura de três atos. Quando as cordas começam a tocar no fundo de “Enigma” você pode imaginar o álbum electro-pop sinfônico que poderia ter sido. Como o Artpop de 2013, Chromatica não é uma coleção de músicas em busca de um tema, mas sim um tema em busca de um álbum. Cinquemani


4. The Fame (2008)

Embora a Lady Gaga tenha sido quase que instantaneamente coroada pela mídia como a nova Madonna, após um desfile exaustivo de aspirantes, seu visual inicial foi mais inspirado por Grace Jones e Róisín Murphy, enquanto a sua estreia, The Fame, imita um punhado de artistas femininas. No começo, Lady Gaga foi a vaga do avatar do pop, às vezes sintonizando em Britney Spears, Gwen Stefani e Fergie mas raramente no dando um vislumbre da verdadeira Stefani Germanotta. Ao longo do álbum, ela conta com bobeiras sem sentido - “Drive it, clean it Lysol, bleed it/Spend the last dough in your pocko!” - e exibe quase nada de ironia nas faixas como “The Fame” e “Money Honey”. O último single do álbum “Paparazzi” atinge de forma mais desenvolvida a persona que logo pra frente a Gaga cultivaria, mas The Fame continua sendo um artefato vazio de seu tempo, exibindo o comercialismo grosseiro que dominou os anos que antecederam o colapso econômico de 2008. Cinquemani


3. Joanne (2016)

Ela pode ter evitado os figurinos estranhos para Joanne em 2016, mas Lady Gaga meramente os substituiu por um tipo diferente de máscara. “Young wild American/Lookin’ to be somethin’/Out of school go-go’n/For hundred or two” ela canta na faixa de abertura “Diamond Heart”. O problema com essa narrativa da pobreza para riqueza é que sua passagem como dançarina de arte performática foi, segundo ela mesma, mais como um experimento antropológico do que um meio de sobrevivência. Mas enquanto sua reencarnação como uma trovadora americana, viajando de um bar de piso pegajoso para outro com seu violão de confiança em mãos, parecia imerecida, ela executava o papel de forma convincente em músicas como ”Sinner’s Prayer” e a faixa-título. E sejam os licks de guitarra de Josh Homme em “John Wayne” ou os psicodélicos floreios sonhadores de “Angel Down”, as verdadeiras estrelas de Joanne são os músicos convidados e os produtores que ajudaram a Gaga a criar uma reprodução sonoramente coesa do rock raíz. Cinquemani


2. The Fame Monster (2009)

Originalmente concebido como um disco bônus para o relançamento de The Fame, o mini-álbum de oito faixas ganhou seu lugar privilegiado no cânone da Lady Gaga. The Fame Monster não foi um grande salto para ela - várias músicas imitavam os sons de hits como “Just Dance” e “Poker Face” - mas ele proveu alguns lampejos fugazes da artista por trás da sua pretensão. Existe algo instrutivo no modo como Gaga rejeita qualquer tipo de intimidade com os outros. “So Happy I could Die” é ostensivamente uma canção de amor, mas o objeto de afeto é ela mesma - olhando para ela mesma, bebendo com ela mesma, dançando com ela mesma, se tocando. “Alejandro” é a cantora se defendendo de um harém de homens latinos, enquanto ela opta por uma pista de dança ao invés de atender a ligação de um amante em “Telephone”. Quando ela finalmente deixa alguém entrar (ou se aproximar), é um “mau romance” (Bad Romance) ou ele é um “monstro” (Monster). Já diz tudo, que o mais próximo que Gaga chega de outro ser humano envolve ser amarrada e mordida. Cinquemani


1. Born This Way (2011)

Um ato de reaproximação autoconsciente, alguns podem dizer Warholian, Born This Way de Lady Gaga nasce astutamente e como um fênix hilariante de sua sopa primordial de influências, que inclui um pouco de Cher, Madonna, David Bowie, Queen, Klaus Nomi, Billy Idol, mesmo Dead or Alive. Com suas batidas implacáveis (“Americano) e uma infinidade de colapsos violentos (‘Scheibe,” “Heavy Metal Lover”), esse vintage ressuscitado seria perfeitamente adequado como uma trilha sonora de uma semana de moda e masmorras de sexo underground de todo o mundo, embora tenha realmente a intenção de ser uma sincera ode aos corações estarrecidos de forasteiros do presente do passado, real e imaginário. Ed Gonzalez


E pra você, qual seu álbum favorito da nossa Mother Monster? Deixe nos comentários a sua classificação!

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Fonte

Tradução por Alexander Junior e Laíza Coelho.