O álbum "Chromatica" vem marcando presença nas mais prestigiadas e mais diversas listas de melhores álbuns do ano.

Desta vez, o recente trabalho de Lady Gaga apareceu na lista dos 25 melhores de 2020 da revista Junkee, que destaca em sua publicação os ideais da criadora do álbum, como dor, saúde mental e sobrevivência, especialmente no que se refere à devasta situação vivenciada pela população mundial neste ano de 2020.

Confira:

Lady Gaga — Chromatica

De acordo com o produtor BloodPop, músicas lentas são ilegais no planeta Chromatica. Por causa disso, o sexto álbum de Gaga foi construído em torno do house dos anos 90, uma escolha absolutamente fora de moda em um ano do qual a música disco reinou. A lei não homologada é que a cultura muito pop também está obsoleta, apesar de que será compreensível se você, a princípio, pensar que o retorno de Gaga à música maximalista, encorpada e à uma estética de outro mundo, é uma estratégia de fuga.

Mas até mesmo o maior single do álbum, "Rain On Me", é sobre sobrevivência, não superação. Com Ariana Grande do lado, as duas alcançam a euforia por simplesmente existirem — e haveria algo melhor do que “Eu preferiria estar seca/ mas pelo menos estou viva” para ser a letra do ano de 2020?

A combinação dos muitos traumas de Gaga — a fama, angústia mental, a dor crônica — com o house dos anos 90 é uma tentativa se livrar de tudo isso, mas apenas quem conhece a música sabe como fazer isso. Ouça com atenção, e perceberá que o álbum é caracterizado pela decepção e despersonalização: "Free Woman" e "Fun Tonight" soam frias e deliberadamente simplistas; "911" transforma a experiência de Gaga com a psicose em uma faixa de sintetizadores sexy e bem sucedida, e "Replay" é uma fun-house assustadora sobre estar desgastado.

"Chromatica" é o tratado mais complicado de Gaga sobre a fama até agora, um álbum profundo em camadas, em que por trás de todas as peculiaridades — o retorno às nuances teatrais e ao pop agressivamente estranho — se encontra uma pontada de dor surpreendentemente sutil. É ela sendo a versão mais representativa da qual ela já foi.

— Jared Richards

Fonte

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Tradução por Gustavo Kolliner