Lady Gaga está fazendo um grande sucesso com o lançamento do seu mais novo single, The Cure, e com isso a Forbes publicou um artigo no qual elogia o retorno da cantora e aponta cinco ações que as empresas e todas as pessoas podem adotar levando Gaga como exemplo.

Confira a tradução:

Lady Gaga está de volta. Após o decepcionante desempenho de seu álbum ARTPOP em 2013, a maioria das pessoas estava pronta para tirar a antiga sensação da música pop e dance do páreo. Ela já não estava mais em foco e as vendas de ingressos para suas apresentações não eram expressivas. Hoje, porém, Lady Gaga está de volta com força total. Seu último álbum, Joanne, vendeu mais de meio milhão de cópias nos Estados Unidos em poucas semanas; ela está se apresentando como principal atração do Coachella; e ela foi escolhida para ser o novo rosto da Tiffany e Co. O retorno de sua popularidade deixa valiosas lições para as empresas que sofreram um declínio.

Lady Gaga adotou cinco ações que mostram às empresas como fazer um retorno:

1. Reconheça a necessidade de mudança.
Como diz o ditado, "o primeiro passo é admitir que você tem um problema." Mesmo que Lady Gaga não tenha admitido publicamente que ela sabia que tinha que fazer uma mudança, fica bastante claro que ela experimentou uma espécie de despertar e tomou uma decisão de mudar de rumo. Em uma entrevista, ela falou sobre como ela decidiu fazer as coisas de forma diferente. Explicando sua abordagem com Joanne, que foi intitulado em homenagem à sua tia que morreu aos 19 anos, Lady Gaga disse: "Esta transição em minha carreira significa meu embarque em uma viagem nova com Joanne em meu coração, e eu espero poder me conectar com o mundo em um nível mais profundo". Às vezes parece que as empresas têm dificuldade em admitir que precisam fazer uma mudança. Agarradas a antigos métodos, pessoas, e maneiras de pensar, não podem romper claramente com seu passado. Mas, como Lady Gaga mostra, definir explicitamente a sua visão em uma nova direção é o primeiro passo para chegar lá.

2. Introduza inovações que potencializem sua força principal.
Lady Gaga entrou em novos projetos que trouxeram alguma novidade, e ao mesmo tempo destacaram seu bem mais poderoso: sua voz. Sua colaboração de jazz com o legendário crooner Tony Bennett, que produziu um álbum (o segundo #1 de Bennett de todos os tempos) e um show especial televisionado pela PBS, foi uma brilhante ação - não só porque a inusitada parceria despertou interesse das pessoas em conferi-la, mas porque também mostrou seus vocais impressionantes. Era o tipo exato de inovação que ela precisava para evidenciar uma nova qualidade e reforçar o que a tornava tão excepcional em primeiro lugar. As empresas deveriam usar uma forma similar de abordagem para impulsionar seus negócios. Muitas empresas reconhecem que precisam parar de fazer o que Albert Einstein popularmente descreveu como insanidade – fazer a mesma coisa da mesma forma diversas vezes, esperando com isso resultados diferentes - e começar a inovar. Muitas vezes, porém, buscam novos projetos que ultrapassam suas capacidades e/ou prejudicam sua identidade. Em vez disso, eles devem seguir o exemplo de Lady Gaga e procurar maneiras de alavancar sua força principal de novas maneiras.

3. Defina seu público-alvo
Era bastante claro que se Lady Gaga queria voltar a deter status de estrela pop, ela precisaria apelar para pessoas além de sua leal fã base. Ela focou, então, em conquistar o público geral. É por isso que cantar o hino nacional no 50º Super Bowl e, em seguida, realizar o half-time show do evento este ano foram momentos cruciais de seu retorno. Ambas as apresentações apresentaram - ou re-apresentaram - Gaga a milhões de fãs. Suas aparições em um grande palco tão grandioso restabeleceram sua conexão com um público geral e ela executou suas performances para lembrar às pessoas das características positivas (como divertida, acessível e espetacular) que eles anteriormente haviam associado com ela, evitando os aspectos negativos (como excêntrica). Da mesma forma, as empresas que pretendem realizar um retorno devem identificar as pessoas a quem precisam alcançar. E, na maioria dos casos, não é o maior público como os espectadores do Super Bowl - geralmente é um grupo específico de influenciadores-chave que podem ser alcançados com esforços direcionados. As empresas devem projetar estrategicamente meios de comunicações e experiências para se conectar com as pessoas que são fundamentais para seu sucesso futuro e para enfatizar os valores e atributos que essas pessoas consideram atraentes.

4. Reconsidere ações de grande importância na divulgação da marca
Com toda atenção voltada para o conceito “premium” na atualidade, se fazer notada pelas pessoas é grande parte da batalha de toda empresa. Muitas empresas usam acrobacias para chamar a atenção das pessoas – lembre-se do salto da estratosfera promovido pela Red Bull -, mas a maioria dessas táticas acaba parecendo egoístas para os consumidores céticos de hoje em dia e a atenção que elas proporcionam é temporária. Lady Gaga adotou uma abordagem diferente - ela conseguiu que as pessoas prestassem atenção nela surpreendendo-as de uma maneira muito proposital. O medley de “The Sound Of Music” que ela apresentou no Oscar em 2015 e a homenagem a David Bowie no Grammy, menos de um ano depois, gerou um poderoso duplo impacto como forma de fazer as pessoas a notarem, porque as performances desafiaram a impressão anterior das pessoas em relação a ela e também demonstraram a proporção de seu talento. As apresentações causaram uma reação que perdurou por muito tempo após o evento. As empresas podem pegar emprestado uma página do caderno de anotações de Gaga e organizar eventos ou atividades com destaque notório que transmitam a mensagem chave da marca.

5. Construa uma comunidade leal antes de precisar dela.
A última das ações de Lady Gaga foi na verdade a primeira que ela adotou - uma que começou bem antes de seu retorno. Começou, na verdade, no início de sua carreira. Ela cultivou uma comunidade de fãs e seguidores ao se envolver com eles de forma pessoal e constante. Seus "little monsters", como eles são chamados, chegam a dezenas de milhões, mas não é apenas sua quantidade que é impressionante. Seu apoio e lealdade a Lady Gaga vai além do que a maioria das celebridades desfruta. Eles a promovem e a defendem ativamente, e permaneceram ao lado dela durante o declínio de sua carreira, e propagaram as chamas de seu renascimento com postagens nas redes sociais, vídeos, encontros presenciais, e no mais importante: nos resultados da venda de ingressos de shows. Lady Gaga frui de tal devoção de sua comunidade porque ela se dedicou a eles primeiramente, passando horas interagindo com eles pessoalmente através de mídias sociais, chamando-os individualmente e convidando-os ao palco durante os shows, e advogando para as pessoas e causas que são importantes para eles. As empresas devem procurar desenvolver relacionamentos emocionais, pessoais e sustentáveis com seus clientes desde o início. Se eles esperarem até começarem a perder a atenção ou sofrerem uma regressão para iniciarem o envolvimento mais profundo com as pessoas, será tarde demais. O apelo de Lady Gaga pode continuar a polarizar - as pessoas podem amá-la ou odiá-la - mas todos devem reconhecer o retorno bem-sucedido que Lady Gaga fez e procurar aprender com isso.

Tradução por Thaís Fernandes

Revisão por Vinícius de Souza

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