O jornal britânico The Guardian publicou uma matéria sobre a apresentação de Lady Gaga no Coachella, que aconteceu na madrugada deste domingo (16), destacando a eletrizante artista que é Lady Gaga.

"Digna de ser uma atração principal do Coachella", a resenha do jornal pontua a reação do público durante os hits cantado pela cantora no show.

Leia a tradução da matéria na íntegra:

"Preencher o lugar que já havia sido destinado a Beyoncé é, na melhor e na pior das hipóteses, tremendamente aterrorizante, dada sua posição incontestável no topo da indústria musical. Quando Beyoncé teve que deixar o posto de atração principal da noite no Coachella, devido à sua gravidez, os organizadores foram pegos pelo delicado processo de encontrar uma nova atração para satisfazer a multidão de decepcionados.

Mais divisiva do que a Queen B, mas com uma fã-base igualmente fervorosa, Lady Gaga pareceu ser uma escolha inteligente. Como a opção mais pop do festival, sua música ainda mistura outros gêneros, como sua recente aproximação com o country, e ela ainda tem o selo de aprovação de Beyoncé, com duas colaborações entre ambas na bagagem. Ela também seguiu os passos de Beyoncé ao assumir o Halftime Show no Super Bowl deste ano, entregando uma performance energética, mesmo que tenha faltado o lado experimental que é sua marca registrada.

Desde o início de seu show de estreia no Coachella, certamente notou-se que este não era o caso. Um palco ambiciosamente montado começa com uma rápida sequência de imagens, incluindo Gaga com uma cobra saindo de sua boca, e então ela surge em uma roupa de couro, com sutiã de espinhos no estilo Madonna e uma luz brilhando saindo do abdome. A multidão, que parecia um pouco divida pela atração principal da última noite anterior, a recebeu com entusiasmo intenso e, quando seus sucessos foram sendo tocados, eles dançaram com uma alegria coletiva.

Como era de se esperar de Gaga, ainda há um desejo constante de entreter e causar surpresa, e ela comanda performances totalmente diversas uma da outra pelo palco. Para um show arranjado de última hora como uma substituição, ela deixa a sensação de que é, na verdade, um show de sua turnê, com cuidados e detalhes infalíveis. O setlist tinha um quê de "um para eles e um para mim", já que ela alternou entre hits conhecidos e as novas faixas com uma pegada country. Just Dance, Telephone e LoveGame foram reconhecidos com uma multidão que sabia as letras e que estavam ansiosos para mostrar que sabiam a coreografia, mas em contrapartida havia um surpreendente desinteresse em seus sucessos mais recentes.

Seu último álbum, Joanne, teve boas vendas, mas assim que ela começou a introduzir as novas canções, as vendagens do disco sofreram uma sensível queda. Mesmo A-YO, que recebeu uma grande quantidade de reproduções nos EUA no final de 2016, deixou a multidão fria.

Seu trabalho mais recente não tem exatamente o mesmo impacto e o interesse começou a ocorrer quando ela retornou trazendo a sonoridade country. Gaga pareceu perceber essa recepção fria e usou o festival para estrear uma nova canção que retorna ao pop estilo anos 80, que já deu certo para ela anteriormente. Pense que The Edge of Glory se encontrou com Born This Way. Não é automaticamente reconhecível, mas está mais perto do que os fãs parecem querer.

Sua interação com a plateia é uma curiosa mistura de provocações com conotação sexual e desabafos de um diário adolescente: "Será que alguém mais sente como se fossem de algum outro lugar?" - Mas ela é respeitosa com seus fãs como sempre. Ela até corre para o público para interagir de perto com eles em um momento. Há um limite para isso - em um outro momomento ela diz a um dançarino para "sair da droga do caminho" quando ela parece tropeçar -, e sua alternância entre rock, trance, country e pop dão a entender que ela está tentando agradar um público que poderia tê-la rejeitado.

Ela até tenta transformar sua recente balada, Million Reasons, em uma música com batida mais dançante. Os insatisfeitos pareciam estar em minoria, enquanto a maioria de milhares na multidão gostaram de cada palavra dita e cantada por ela.

O que ela faz, para finalizar, é criar um conjunto que é difícil de falhar. É verdade que algumas das músicas mais recentes nem sempre têm exito, mas ela é uma artista verdadeiramente eletrizante e, em menos de duas horas, oferece aos fãs uma apresentação cativante que os lembra da razão pela qual ela é digna de ser uma atração principal do Coachella. Por poucos segundos ela certamente não seria."

Assista ao show de Lady Gaga no Coaachella: clique aqui

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Tradução por Thaís Fernandes

Revisão por Vinícius de Souza