Brian Newman, amigo de Lady Gaga e trompetista da banda The Brian Newman Quintet, que já tocou inúmeras vezes com a cantora - inclusive durante a turnê Cheek To Cheek -, deu uma entrevista à Billboard e falou sobre seu relacionamento com ela, pessoalmente e profissionalmente.

Leia na íntegra:

Um dos relacionamentos mais influentes na sua carreira tem sido a sua amizade com Lady Gaga. Como você a conheceu e começou a tocar com ela?

Tem sido uma lição de humildade. Eu sou muito sortudo, muito honrado. Me mudando para cá de Cleveland, eu só queria tocar, e chegar a esse nível tem sido uma jornada incrível, mas foi muito difícil chegar aqui. Eu conhecia Gaga da época que eu trabalhava como garçom no St. Jerome; ela era uma go-go dancer, DJ, promoter - ela fazia de tudo. Ela começou a visitar a minha banda quando nós tocávamos no Oak Room e estava impressionada com o que estávamos fazendo, então ela sentava lá de vez em quando. Depois disso, ela começou a nos chamar para algumas coisinhas aqui e ali. Ela me fez pegar um avião para Londres para tocar no BBC Radio 1 Weekend e eu tocava enquanto ela trocava de roupa.

Ela conheceu Tony Bennett no evento de gala ‘’Robin Hood’’; eu me lembro que ele veio nos bastidores e disse, ‘’Nós deveríamos fazer uma música juntos!’’, então eles gravaram ‘’Lady Is a Tramp’’ e pediram à minha banda para tocar na faixa. Depois disso, nós fizemos algumas performances e meio que foi multiplicando depois. Nós estávamos muito honrados quando eles nos pediram para tocar no álbum ‘’Cheek To Cheek’’, e então entramos em turnê com a banda de Tony. Nós tocamos juntos e separadamente, ficamos lado a lado no palco e foi uma experiência maravilhosa.

E continua acontecendo. Danny Bennett, um dos filhos de Tony, é o cérebro da Verve Records, e ele assinou minha banda por causa do que ele viu na turnê, enquanto seu outro filho, Dae, produziu um de nossos álbuns e está atualmente produzindo o que estamos trabalhando no momento. Gaga é uma performer excepcional, uma incrível musicista e compositora, algo que eu sempre gostei nela. Ela escreve suas próprias músicas, e interioriza todas as músicas que canta como algo dela, mesmo quando ela está fazendo covers. Ser capaz de cantar clássicos do jazz que já foram cantados por artistas do mundo todo pelos últimos 50 ou 60 anos e fazer isso como se fosse uma música dela, é o que eu amo quando se trata de ouvir musicistas.

Você também tocou com o Stevie Wonder. Como foi?

Tocar com Stevie [Wonder] foi absolutamente insano. Eu toquei com ele para a festa de aniversário de 90 anos do Tony Bennett. Eu já estava programado para tocar um set de 90 minutos com a Gaga [para aquela festa], e nós estávamos estabelecendo algumas músicas do álbum Joanne na época - e Stevie perguntou se nós desejávamos tocar em seu set; ele tocou talvez quatro ou cinco músicas. Digo, obrigado Deus, que eu toquei em bandas de casamento quando era mais novo, então, já conhecia sua música. É um dos tipos de música mais difíceis de tocar, mas ele fez algumas mudanças, não tocou as coisas no seu tom original; foi incrivelmente desafiador.

Ter a oportunidade de tocar, conhecer e falar com ele, além de receber sua aprovação para o que a minha banda faz, foi incrível. Caras grandes assim, eles não têm que dizer nada para mim ou para minha banda. Para todas essas pessoas - Gaga, Stevie e Tony - é realmente um relacionamento familiar. Essa é a chave para o "negócio". As pessoas às vezes agem como se [esses artistas] fossem muito grandes ou muito descolados, e eu nunca vi nenhum deles agir assim. É por isso que são capazes de continuar na indústria por tanto tempo. Eles continuam humildes, se forçam a serem melhores e tratam as pessoas com respeito.

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Tradução por Vanessa Braz de Queiroz e Bruno César

Revisão por Kathy Vanessa

Imagem: Steven Klein/divulgação