Em comemoração ao aniversário de 10 anos do primeiro álbum de Lady Gaga - o The Fame -, o site Junkee (site de notícias e cultura popular australiano) criou uma lista com 11 músicas (antigas e atuais), analisando a evolução da cantora, do começo de sua carreira até o momento atual.

Confira a tradução do que foi dito pelo site:

Nenhum artista teve um impacto maior do que Lady Gaga na música pop na última década.

Se essa afirmação te causa alguma dúvida, recomendamos que você se recorde de 2008, ou mais especificamente, as músicas com as quais estávamos obcecados naquela época, Jason Mraz estava dedilhando alegremente com "I’m Yours", Timbaland estava enlouquecendo os amantes com "Apologize", e Flo Rida fazia sucesso, bastante aliás, vendo que "Low" era a música número um da ARIA naquele ano.

Então, quando uma cantora extravagante de Nova York chamada Lady Gaga lançou uma música dançante chamada "Just Dance", foi a luz no fim do túnel.

Lançamentos futuros como "Bad Romance", "Poker Face e "Born This Way" redefiniram completamente o cenário pop. Não só musicalmente, seus clipes indulgentes e impactantes causaram um novo interesse nessa arte, e suas escolhas bizarras de roupas rapidamente viraram uma marca.

Agora faz 10 anos desde que "Just Dance" atingiu nossos ouvidos, e a carreira musical de Gaga já passou por todos os altos e baixos que uma década em destaque oferece. Mas como chegamos de "Just Dance" até aqui?

Nós passamos todo o catálogo de Gaga para mostrar como chegamos a Gaga de agora, e o que aconteceu no meio do caminho.

Confira o que foi dito sobre cada música:

"Just Dance" (2008)

É mais do que certo falar sobre como tudo começou. "Just Dance", lançado em abril de 2008, foi a introdução de Gaga ao mundo. Foi uma introdução muito forte, a música conquistou imediatamente o número um em seis países, incluindo Austrália, e vendeu mais de 10 milhões de cópias.

A música foi um hit mais demorado nos Estados Unidos, atingiu o topo da Billboard 100 10 meses após seu lançamento, mas foi recebida imediatamente nos club charts, atingindo o topo da Hot Dance Airplay e Hot Dance Club Play. Tem um motivo pra isso: "Just Dance" é uma música de balada.

Gaga passou anos cantando nos bares de Nova York, como Mercury Lounge e The Bitter End, e sua música de estreia teve intenção pura de ser algo para tocar nas pistas. Não foi necessariamente revolucionaria, era à frente de seu tempo, mas em reflexão a isso foi um sinal de alerta ao pop, a era de Lady Gaga tinha começado.

"Paparazzi" (2008)

Os primeiros singles do The Fame: "Just Dance", "Poker Face" e "Love Game", tinham estabelecido a credibilidade de Gaga nas baladas, mas "Paparazzi" mostrou que ela podia ir muito além das pistas.

A melodia e o arranjo de "Paparazzi", com sua bateria trituradora, sintetizadores e seu refrão incrível, é uma das melhores do repertório antigo de Gaga, pode até ser a melhor.

Seu clipe também foi um dos primeiros gloriosos e bem produzidos vídeos que deixariam Gaga famosa, se ela não tivesse sido empurrada da sacada em "Paparazzi" nós não teríamos ela fugindo com Beyoncé em "Telephone", ou se jogando sobre tijolos marrons em "The Edge Of Glory".

"Bad Romance" (2009)

Se em "The Fame" Gaga anunciou ao mundo que tinha chegado, em "The Fame Monster" ela estava dizendo: “Eu estou prestes a mudar o pop para sempre”.

Passando pelos refrãos à frente de seu tempo de "Just Dance" e "Poker Face" e pelos selvagens sons de "Bad Romance", "Teeth", "So Happy I Could Die", e "Alejandro".

Para aqueles que não conseguiam se lembrar da primeira vez que o New Wave, synth-pop, e o Techno se encontraram nos anos 80, parecia que Gaga estava fazendo despachos de alguma galáxia distante no futuro. Esqueça sobre as paradas, nenhum outro artista esteve no mesmo planeta que ela.

Devido ao sucesso de The Fame, Gaga estava forçando sua agenda musical. E estava funcionando.

"Speechless" (2009)

A maior parte do The Fame e The Fame Monster era sobre músicas explicitas e dançantes, mas em "Speechless" Gaga, de repente, se lembrou de onde veio: Broadway.

Comparada as ousadas "Bad Romance" e "Alejandro", a música passou despercebida, mas é marcante ao caminho que Gaga eventualmente ia tomar. Por trás de "Speechless" podemos perceber o começo de "Dope", "Million Reasons", e do álbum inteiro de Jazz com Tony Bennett.

Também foi a prova de que sem os aparelhos de produção, ela ainda consegue escrever uma música muito boa.

"The Edge Of Glory" (2011)

Se "Speechless" era Lady Gaga tentando sutileza, então "The Edge of Glory" foi ela tomando uma marreta para a definição no dicionário da palavra.

"Born This Way" continua a ser o maior álbum de Gaga: uma declaração extravagante de rock arena dos anos 80, encerrando suas reflexões sobre religião, sexualidade e amor próprio em bombas atômicas musicais.

Em seu núcleo estava "The Edge Of Glory", um número vulcânico da “Tonight-Is-The-Last-Last-Night” que apresentava um dos melhores solos de saxofone da música moderna (da lenda da street E, Clarence Clemons, não menos).

Realmente, Gaga estava sendo modesta sobre a coisa da 'borda'. Ela não estava no limite mesmo - ela estava bem no maldito centro.

"Government Hooker" (2011)

Longe do burburinho da Gail Force de "The Edge Of Glory" e "Yoü And I", haviam algumas faixas em "Born This Way" que sugeriam uma (ligeiramente) nova direção para Gaga.

Havia "Scheiße" - que dizia Gaga tagarelando em alemão (e outra linguagem inventada por ela) sobre sintetizadores de armas de raios - e havia "Heavy Metal Lover", que como o título sugere, foi a tentativa de Gaga em se casar com o techno-pop e o metal.

Mas o principal deles foi "Government Hooker", um triturador de techno operístico que se tornaria o modelo para seu próximo álbum, o "ARTPOP".

"Aura" (2013)

"Born This Way" foi Lady Gaga em seu auge. "ARTPOP" foi quando as coisas começaram a azedar, só um pouco.

Em 2013, o estilo único de Gaga estava começando a se desgastar - quantos vestidos de carne e óculos de sol poderiam ser usados? Ainda mais perigosamente, uma nova onda de popstars - Katy Perry, Kesha, Taylor Swift - estava começando a beliscar os calcanhares de lagosta de Gaga, captando muitos dos truques de performance que ela tinha sido pioneira cinco anos antes.

"ARTPOP" foi - levemente - muito foda demais. Foi Gaga entregando-se a todos os sentidos e não-senso que ela possuía, e resultou em um álbum que foi esmagador e abaixo do esperado ao mesmo tempo.

A abertura do álbum, "Aura", foi o auge desse excesso.

"Dope" (2013)

Pela maior parte de sua carreira, Gaga não mostrou seu lado pessoal. Claro, ela falava sobre sexo e masturbação, e sobre matar Jesus, mas você nunca teve de verdade a sensação de que ela falava sobre ela mesma.

Ela usa tantas metáforas e imaginação, que a mulher de verdade era ofuscada. Mas em "Dope" ela começou a mostrar seu lado verdadeiro, claro que a Gaga clássica continua aqui, o refrão de Broadway e o melodrama. Mas foi um ponto definitivo para Gaga. Ela queria mostrar a pessoa por baixo do véu.

Também foi o único momento para respirar em "ARTPOP". Uma música sem seus merecidos reconhecimentos.

"Anything Goes" (2014)

A decisão de Gaga em sair do pop e gravar um álbum de clássicos do jazz com Tony Bennett foi sua versão de ir para as montanhas para escrever um álbum acústico a procura de sua alma.

"Cheek To Cheek" foi um álbum importante pra Gaga (mesmo que não fosse pra mais ninguém). Se estabeleceu bem fora do mundo pop, conquistando vários fãs durante o processo.

Também foi um ponto vital para Gaga, tendo estado conosco desde 2008 como uma pop star, seu momento breve fora dos palcos pop nos fez lembrar por que amamos ela lá em primeiro lugar.

"Million Reasons" (2016)

Se lembra de "Speechless"? Bom, "Million Reasons" é "Speechless"... atualizada.

"Joanne" pode ou não ter sido um sucesso, mas "Million Reasons" com certeza se destacou. É a Gaga introspectiva no seu melhor, uma obra delicada sobre os momentos difíceis de um relacionamento, caro preço da fama e crucialmente manter um enquanto ainda tem o outro.

"Million Reasons" foi um dos únicos momentos em que pareceu com que Gaga realmente alcançou o que planejava. Era uma balada com influência grande do country (a música foi co-escrita com a legendária cantora de Nashville Hillary Lindsey), mas também não pareceu ser um desperdício de boas oportunidades como ela fez em "A-YO" e "Hey Girl".

"The Cure" (2017)

Depois da recepção morna de "Joanne", Gaga foi ao Coachella para tocar sua muito esperada setlist. A primeira mulher solo headliner depois de uma década.

Ela tocou só três músicas do "Joanne", ao invés dele ela focou em cantar as favoritas do "The Fame" e "Born This Way". Ela também estreou seu novo single chamado "The Cure", a música que informou ao mundo que a criadora de gado country, Joanne, ficou para trás. Foi mais um movimento de emergência do que uma estratégia ousada.

Mas ao invés de ser algo parecido com o "The Fame" ou o "ARTPOP", "The Cure" foi... curiosamente convencional. Não parecia que Gaga estava indo a outro planeta pop. Parecia que ela estava desesperadamente tentando competir com os grandes hits do momento, como "Stay" do Zedd, "It Ain’t Me" do Kygo ou "Symphony" do Clean Bandit.

O sucesso de "The Cure", que alcançou o top 20 em 11 países, coloca Gaga em uma posição desconhecida em relação ao seu próximo lançamento. Ela vai voltar ainda mais ao "The Fame" ou "Born This Way"? Ela vai tentar e falhar ao fazer "Joanne" parecer um sucesso? Ou ela vai tentar ir atrás dos The Chainsmoker pela dominação das paradas ao estilo "The Cure"?

Qualquer coisa que a Gaga fizer, nós saberemos que não vai ser maçante.

Confira o número de visualizações atuais de cada vídeo/áudio:

"Just Dance" (2008): 243.833.083 visualizações.

"Paparazzi" (2008): 223.317.231 visualizações.

"Bad Romance" (2009): 950.517.523 visualizações.

"Speechless" (2009): 29.890.481 visualizações.

"The Edge of Glory" (2011): 126.510.055 visualizações.

"Government Hooker" (2011): 9.178.617 visualizações.

"Aura" (2013): 15.520.853 visualizações.

"Dope" (2013): 6.151.422 visualizações.

"Anything Goes" (2014): 6.336.587 visualizações.

"Million Reasons" (2016): 140.676.289 visualizações.

"The Cure" (2017): 43.728.885 visualizações.

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Imagem: Reprodução / Youtube / Junkee

Fonte

Tradução por Vinicius Colombo e Maria Eduarda Seabra

Revisão por Kathy Vanessa