Como publicado anteriormente aqui no site, Bradley Cooper e Lady Gaga são a capa e o destaque na nova edição da revista Entertainment Weekly, com uma entrevista exclusiva.

Agora, a entrevista completa foi disponibilizada na internet. Confira a tradução, logo abaixo, feita pela equipe RDT:

Bradley Cooper foi avisado. Amigos estavam desencorajando a estrela de Sniper Americano de escolher A Star is Born como seu lançamento como diretor. Além de ser uma das muitas interpretações do romance trágico (veja na barra lateral da página 25), o projeto ficou parado por anos em Hollywood. “Muitas pessoas me diziam, 'Por favor, não faça isso’ - pessoas que eu respeito e que se importam comigo”, disse Cooper, de 43 anos, em uma tarde quente em Hollywood Hills. “Eu sabia que poderia ser o fim de tudo se não funcionasse. É tipo, 'Quem é esse cara para fazer a quarta versão desse filme? Cala a boca com isso’. Mas eu ainda não podia negar o que eu sentia no fundo, e foi por isso que foi esse filme. Meio que despertou algo em mim”.

Born de Cooper mostra o tumultuado relacionamento entre a estrela do rock alcoólatra, Jackson Maine, e a estrela em ascensão, cantora e compositora Ally, estrelada pelo ícone pop Lady Gaga, de 32 anos. Na medida que Jackson se deixa levar profundamente pelo vício, Ally constrói um caminho em busca do super estrelato. Cooper, que também co-escreveu o script com Eric Roth e Will Fetters, remodelou a história em um épico estimulante e emocionante com um resultado inspirador, a melhor performance da carreira do ator, e sim, um papel de redefinição de carreira para Gaga, que ganhou um Globo de Ouro por sua atuação em American Horror Story: Hotel em 2016. O filme, que estreia em 5 de outubro nos EUA, já gerou boatos de premiações para os dois protagonistas e a eletricidade entre eles dentro e fora das telas é inegável.

A EW conversou com Cooper e Gaga para falar sobre refazer esse conto clássico, sobre a amizade deles e a visita de Barbra Streisand no set.

Vocês já se conheciam antes de começarem a trabalhar em A Star is Born?

Bradley: Não. Nós apenas nos vimos alguns anos atrás no Saturday Night Live.
Gaga: Nós rimos disso quando vimos fotos em que estávamos muito perto um do outro, mas mesmo assim não conversamos.
Bradley: É tão engraçado como a vida é. É tipo, “Então daqui 5 anos vocês estarão inseparavelmente próximos”.

Gaga, você teve que participar de algum teste para fazer a Ally?

Gaga: Sim, eu fiz testes para o filme.
Bradley: Nós gravamos 10 páginas em um dia na casa dela. Nós estávamos nos movimentando como um relâmpago. E ela se entregou completamente ao processo. E nem todos conseguem fazer isso - 10 páginas em 8 horas.
Gaga: Nós sentamos no piano na minha casa e eu o ouvi cantar e eu lembro de parar de tocar e falar ‘Meu Deus…’

Gaga: [...] Bradley, você canta.” E daí nós continuamos. Antes que percebêssemos, estávamos harmonizando. E ele nos filmou fazendo isso. Nós temos uma fita da primeira vez que nós cantamos juntos.
Cooper: Está no meu celular. Quando eu olho agora, fico tipo “Meu Deus. Como ela pôde dizer sim? Eu não sou tão bom assim.”

Vocês tiveram uma química imediata?

Cooper: Desde que nos conhecemos.
Gaga: Antes que eu percebesse, estava fazendo spaghetti e almôndegas para ele. Pareceu certo. Eu estava realmente meio que disposta a fazer qualquer coisa para mostrar ao estúdio e mostrar a ele que eu tinha tudo para interpretar esse papel.
Cooper: Ela não teve que me mostrar. Nós meio que tomamos essa decisão na primeira vez na casa dela, de que queríamos fazer o filme juntos. E nós combinamos isso, e foi basicamente “Ok, aqui vamos nós” e começamos uma jornada. Ela sabe de tudo sobre mim – tudo. Não há uma coisa que ela não saiba, e eu acredito que seja o mesmo comigo.

Gaga, você colocou Bradley num acampamento de rock-star para que ele pudesse interpretar Jackson?

Gaga: Eu não diria que o coloquei nisso – diria que ele fez o trabalho. Ele estava no estúdio conosco o tempo inteiro, e sem mim várias vezes. [As colaborações musicais do filme incluem o produtor Mark Ronson, o cantor Jason Isbell e o filho de Willie Nelson, Lukas.] O que eu queria mais do que tudo era que ele descobrisse que realmente era um músico e que aquilo só tinha que vir de dentro dele.
Cooper: Eu cresci amando música. Eu também sempre senti como se tivesse, tipo, seis personagens em mim e um deles é um músico. Eu amava cantar em particular. Eu pensava “Um dia eu poderia talvez colocar isso para fora”. Isso foi realmente graças à confiança que ela teve em mim de que eu apenas o encontraria.

Bradley, de onde veio a voz de Jackson? É uma voz rouca quase rosnando.

Cooper: Eu sabia que queria abaixar meu tom de voz uma oitava. Então eu contratei [coach dialético] Tim Monick um pouco antes – quero dizer, tipo um ano antes de gravarmos o filme. Ele se mudou para L.A e nós trabalhamos cinco dias por semana, quatro horas por dia em exercícios e em abaixar minha voz. Foi brutal. Levou meses e meses. A pessoa que usei como referência foi Sam Elliot [quem interpreta o irmão de Jackson, Bobby] porque eu não queria ser apenas um musico sertanejo e não queria que ele tivesse um sotaque. Sam cresceu na Califórnia e sua mãe é do Texas, então é mais ou menos essa ótima voz híbrida.

Enquanto Bradley teve que invocar seu roqueiro arrogante, Gaga, você teve que jogar tudo aquilo fora para se apresentar como alguém que não é acostumado com os holofotes. Como você começou a fazer isso?
Gaga: Primeiramente o Bradley me deu uma toalha para tirar a maquiagem, tirar toda a maquiagem do meu rosto. Então fizemos isso. Tive que tingir meu cabelo de volta para a cor original, o que é meio que um castanho claro que Ally tem no filme. Para ser honesta, eu realmente tive medo de entrar no palco com Jackson Maine, porque eu também estava entrando no palco com Bradley Cooper. Na época, eu sempre estive consciente de que eu estava no meio de um ser humano tremendamente talentoso.

Vocês todos gravaram em festivais verdadeiros como o Glastonbury, Stagecoach e Coachella. Gaga, você era a artista principal do Coachella enquanto simultaneamente filmava A Star is Born.
Bradley: Ela gravou, foi a artista principal, e depois gravou.
Gaga: Bradley estava tipo, ‘‘Como você vai fazer isso?’’, eu falei, ‘‘Não se preocupe com isso. Ally vai cantar no Coachella’’. Quando eu penso no Coachella, penso mais na Ally.
Bradley: A verdade é que nós fizemos esse filme com um orçamento pequeno considerando o que foi, e ela ter feito isso nos permitiu ter uma semana no Coachella. O festival ainda estava montado, então tivemos o lugar todo, todos os palcos por cinco dias. Foram as primeiras cenas que gravamos. Foi incrível porque foi a primeira vez que eu cantei em um palco com ela. Eu não acreditava que seria tão fácil.
Gaga: Foi tão fácil. E foi ao vivo. Eu estava tão animada que ele queria fazer toda a música ao vivo e gravar as nossas vozes ao vivo. É a coisa que eu menos gosto quando estou assistindo um filme que tem música e quando a pessoa começa a cantar ela está dublando.
Bradley: Stagecoach foi gravado em oito minutos entre as apresentações de Jamie Johnson e Willie Nelson, e Glastonbury foi insano para caralh*. Foi em frente de 80 mil pessoas. Kris Kristofferson foi gentil o suficiente para nos dar quatro minutos do seu set, eu cantei, toquei violão, e então eu disse, ‘Senhoras e senhores, Kris Kristofferson’’.

Ele e a sua co-protagonista de A Star is Born, Barbra Streisand, foram alguma vez no set?
Bradley: Ele foi no dia que gravamos no Chateau Marmont e ele ficou lá por cinco horas com sua mulher.
Gaga: Eu comecei a chorar quando vi ele. Barbra foi no set e ela assistiu um pouco do filme.
Bradley: Ela nos deu sua benção. Todo mundo ficou muito empolgado por ela ter ido. Nós apenas olhamos um para o outro e estávamos tipo, ‘Wow. Como nós estamos aqui agora?’.

Há um momento verdadeiramente espetacular com Ally cantando uma linda balada no Shrine em Los Angeles. Me conte um pouco sobre como foi gravar isso.
Gaga: Minha amiga muito querida, Sonja, morreu de câncer naquele dia. Nós deveríamos ter gravado em cerca de 30 minutos, e eu saí...

Gaga: [...] do set porque o marido dela me ligou e eu podia ouvi-la ao fundo e eu só entrei no carro e dirigi. Eu a perdi por 15 minutos e ela morreu. Eu literalmente me deitei com ela, com o marido dela e o cachorro deles, e seu filho... Quando eu voltei, Bradley foi tão gentil comigo e nós passamos por isso. Eu cantei a música. Ele estava tipo “Você não precisa fazer novamente. Está bom.” Tudo o que eu queria era cantar. Eu nunca vou esquecer-me daquele dia. Foi uma cena muito especial, e eu sempre lembrarei aquele momento.

Esse filme é uma história de amor, mas é também um poderoso retrato de um homem lutando contra o vício e a depressão, assuntos que são muito oportunos nesse momento. O que vocês tiraram disso?
Cooper: Digo, ultimamente, seria maravilhoso se isso pudesse transmitir alguma compreensão da situação humana. Eu sei que é por isso que eu quis contar essa história, para que até eu mesmo pudesse ajudar a entendê-lo. Também, para reconhecer que aquele trauma é real, e eventos traumáticos que ocorrem especialmente cedo na vida, se não forem tratados e ajudados, terão ramificações que continuam em frente e assim por diante.

Ally tem um discurso em que ela fala como as pessoas na indústria [musical] a encorajavam a realizar uma rinoplastia. Gaga, você já enfrentou esse tipo de escrutínio e julgamento em sua carreira?
Gaga: Ah, sim. Quero dizer, quando eu escrevi meus primeiros hits, as pessoas estavam tentando pegar minhas músicas e dá-las a outras pessoas. Eu estava, tipo, segurando a vida deles, pensando “Eu finalmente escrevi um hit. Não posso entregá-lo”. Eu não era a garota mais bonita dos lugares. Eu era um pouco esquisita, e gostava de ser esquisita. Eu não gostava de ser sexual da maneira que outras estrelas ou grupos pop eram. Eu era eu mesma. É de partir o coração, porque você sente-se tipo “Por que eu não sou suficiente?”

Você também é muito honesta em relação à sua luta contra dor crônica e fibromialgia. Como foi isso durante a produção?
Gaga: Foram altos e baixos, mas sabe o quê? Eu tenho um diretor incrível e amigo e ator principal, e eu o tinha ao meu lado o tempo inteiro e nós conseguimos.

Esse é um começo de uma nova continuação de uma criativa colaboração, como Tracy e Hepburn?
Cooper: Seria maravilhoso.
Gaga: Se eu tiver sorte.

"Nasce Uma Estrela" estreia no dia 11 de outubro no Brasil.

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Tradução por Vanessa Braz de Queiroz e Maria Eduarda Seabra

Revisão por Kathy Vanessa