Após diversos canais e meios de comunicação, que permeiam o mundo cinematográfico e da indústria musical, se posicionarem quanto ao filme protagonizado por Bradley Cooper e Lady Gaga, chegou a vez da respeitada e conhecida corporação BBC. Depois de Time Out, The Telegraph, Revista Variety e entre outros meios, o site da emissora britânica, em sua ala destinada à parte de cultura e discussões – a BBC Culture, variante da famosa BBC News –, lançou no dia de hoje (09) sua film review de “Nasce Uma Estrela”.

Mesmo estando a reconhecer a grande contribuição de Cooper no remake do clássico de 1937, Lady Gaga é dada pela review como o destaque do filme, por conta de sua contribuição na escrita das faixas e, principalmente, por sua atuação no longa. De certo modo, o site não está totalmente satisfeito com o “conjunto da obra”, vindo a justificar seu ponto de vista. Entretanto, elogiaram a trilha sonora, principalmente a última música, e a performance de Gaga. É dada como certeza a nomeação da última faixa, “I’ll Never love Again”, à nomeações em grandes premiações. O filme, seguindo a BBC Culture, é avaliado com 3 de 5 estrelas.

Leia a matéria traduzida (contém spoilers):

"Bradley Cooper dirigiu, co-escreveu e co-produziu este novo remake, tendo também uma performance elogiável. Mas é Lady Gaga quem brilha em seu primeiro papel de destaque.

Finalizado “Nasce Uma Estrela”, as pessoas continuam insistindo que não é o talento que conta no mundo da música, mas sim ter algo a se dizer. Mas isso é um refrão arriscado para um romance dramático que não tem muito conteúdo. Mapeando o relacionamento turbulento entre uma cantora em ascensão e um em declínio, é o quarto filme a usar o mesmo enredo e título, para que possa ser classificado como um remake de um remake de um remake. Contudo, como não há quase nada que não esteja nas versões anteriores, é difícil ver o que motivou esse novo remake em particular e ainda mais difícil pensar nisso sem que o termo "projeto de vaidade" venha à mente.

“Nasce Uma Estrela” é dirigido, co-escrito e co-produzido por Bradley Cooper, que interpreta um cantor de um “rock auto-destrutivo”, mas divinamente talentoso e com um pitada principesca. Se tiver alguma coisa a ser dita sobre, talvez seria apenas que Cooper tenha um sonho de músico, mesmo que sua atuação não tivesse dado certo.

Ele não é tão convincente no papel como Kris Kristofferson esteve na versão de 1976 com Barbra Streisand - não surpreendentemente, considerando que um dos dois homens estava em The Hangover e o outro co-escreveu um dos maiores sucessos de Janis Joplin. Mas Cooper faz uma performance poderosa como Jackson Maine, um roqueiro exausto cuja imagem de caubói é igual a Eddie Vedder, Neil Young, Johnny Cash e Jim Morrison, cuja voz de tom baixo e arrastado sugere que ele tem tirado lições de elocução de Sylvester Stallone.

"Gaga é atraente, aberta e realista em seu primeiro papel de grande destaque".

Nós vemos Jackson em primeiro lugar, ingerindo as pílulas e sua bebida antes de tocar um riff de guitarra tão alto que nos dá a impressão de que se sente um soco no peito de quem assiste. Ele dá tudo o que ele tem no palco, o que significa que ele é deixado com nada além de sua personalidade confusa e uma necessidade desesperada por bebida. Após o concerto, ele cambaleia até o bar mais próximo, onde ele vê Ally, interpretada por Stefani Germanotta, também conhecida como Lady Gaga. Ally é uma garçonete e aspirante à cantora e compositora que foi informada repetidas vezes que sua aparência não serve para a indústria musical. Jackson discorda firmemente. Quando ela canta La Vie en Rose, ela é mostrada em uma série de close-ups íntimos sensuais, “woozily”, enquanto Jackson olha, com seus olhos brilhando, atordoado e envergonhado por como ele é tocado pela performance. Quer você acredite ou não em amor à primeira vista, pode acreditar que é o que está acontecendo durante essa sequência mágica.

Jackson então fala com Ally para o acompanhar a outro bar e o filme se torna uma história da Cinderela em que o personagem de Cooper é fada madrinha e o belo príncipe. Ally canta algumas linhas de uma música que ela escreveu e, antes que você perceba, ela está sendo levada de jatinho particular para um show no estádio, para que ela possa cantar com ele na frente de dezenas de milhares de fãs. É apenas uma questão de tempo até que um gerente britânico (Rafi Gavron) a promete o mundo se ela firmar contrato com ele; e é só uma questão de tempo até que ele a remodele em uma cantora pop de sucesso crescente com cabelos tingidos e coreografia aeróbica - muito para a desaprovação do bêbado Jackson.

O administrador da conspiração é um vilão tão clichê que ele poderia ter sido chamado de Soulless McMoneybags. É quando ele entra em cena que a falta de detalhes do roteiro se torna aparente. “Nasce Uma Estrela” dá um grande cuidado e atenção ao retratar a noite em que os apaixonados se encontram e passeiam juntos pela cidade, mas depois disso passam o resto de suas vidas profissionais e pessoais como se estivessem olhando para as fotos de outras pessoas. Nunca olha de perto quem são ou o que querem.

Mesmo que Lady Gaga saiba mais sobre o estrelato pop do que a maioria de nós, o filme é vagamente indeciso sobre o porque Ally, em grande parte dita como inofenciva, se torna bem sucedida ou quanto tempo leva. Semanas? Meses? Anos? Sua escalada esquisita para a fama parece não envolver empresários, entrevistas com a imprensa ou fãs loucos por uma selfie. A carreira de Jackson, enquanto isso, é tão nebulosa quanto a dela, na medida em que sua banda de apoio desaparece sem deixar vestígios quando ele não está no palco, com toda sua equipe de gerenciamento se resumindo a um fiel amigo braço direito (Sam Elliott). Apenas o alcoolismo de Jackson parece crível e doloroso o suficiente para ter tido destaque, em vez de traçado a partir de outros contos do showbiz.

Mesmo por vezes decepcionante, “Nasce Uma Estrela” bate algumas notas altas. A maioria das faixas são co-escritas por Gaga e sua última faixa é a certeza de obter a nomeação de melhor música original no Oscar, obviamente sendo o que está sendo visado. Gaga pode até conseguir uma nomeação como melhor atriz. Certamente, ela é tão atraente, aberta e realista em seu primeiro papel importante que ela merece a escolha de qualquer filme de ação e comédias românticas que apareçam. Diante disso, nasce uma estrela do cinema".

Confira aqui a matéria completa na BBC Culture.

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Revisão por Kathy Vanessa