Nesta segunda-feira (8), a revista Forbes divulgou uma matéria sobre "Nasce Uma Estrela", estando a julgar as possibilidades do filme de se tornar uma grande aposta para a cerimônia de premiação do Oscar em 2019, levando em consideração seus principais pontos positivos levantados pela crítica musical e cinematográfica.

Escrita por um dos principais críticos de cinema da revista norte-americana, o texto levanta desde a questão do sucesso de bilheteria na semana de estreia do filme nos Estados Unidos até o desempenho dos protagonistas do longa-metragem: Bradley Cooper e Lady Gaga - além de outros pontos.

A Forbes é uma revista cujo foco se restringe à economia e negócios. Entretanto, apesar de não ser seu foco principal, também publica matérias relacionadas à tecnologia, ciência e comunicações.

Leia abaixo a matéria traduzida:

* Contém spoilers.

"Nasce Uma Estrela" de Lady Gaga e Bradley Cooper acabou de se tornar o filme a ser superado no Oscar

Atualmente, "Nasce Uma Estrela" arrecadou $44.225 milhões na Ámerica do Norte e $57 milhões mundialmente. Ele vai ter um lançamento mais lento no exterior, mas o drama romântico com o orçamento de $36 milhões provavelmente já vai ser rentável o suficiente só pelos cinemas domésticos. Então sim, o remake da Warner Bros./Time Warner e MGM de um filme que já foi refeito mais vezes do que o suficiente (essa é a quarta ou quinta versão, depende se você está contado o “What Price, Hollywood?” de 1932) tem grandes chances de fazer muito sucesso. Além disso, o fim de semana de estreia o concretizou como o filme a ser superado no Oscar do ano que vem. Já era o candidato chegando perto do fim de semana. Agora é o candidato mais forte, e pode continuar sendo durante o resto da temporada.

Isso significa que vai ganhar o Oscar de Melhor Filme sem dúvidas? Definitivamente não. Nós já vimos fortes candidatos de longa temporada, como (recentemente) "O Segredo de Brokeback Mountain", "A Rede Social", "Boyhood", e "La La Land", que perderam quase que no exato último segundo. O filme que ganha a corrida é o filme que está ganhando quando os outros filmes estão fora da pista. Mas a boa notícia é que o musical de Bradley Cooper e Lady Gaga é o filme a ser superado. A notícia ruim é que com três meses antes das indicações e quatro meses antes da premiação em si, ele vai ser aquele que vão precisar derrotar. Em termos de popularidade e sucesso financeiro, provavelmente não vai ter outro grande concorrente até o final do ano.

Em termos de vendas puras, não tem outro grande lançamento de um estúdio que vai conseguir uma estreia de $43 milhões. O "Primeiro Homem" (que também é muito bom) de Damian Chazelle estreia no próximo fim de semana pela Universal/Comcast Corp. Se "Nasce Uma Estrela" é “Gravidade”, então a biografia de Neil Armstrong estrelada por Ryan Goslin é “Capitão Phillips”. Aquele drama estrelado por Tom Hanks foi contra o gigante de Sandra Bullock/George Clooney na sua segunda semana e ainda assim conseguiu uma estreia de $25 milhões, #100m+ de venda doméstica total. Além disso, tirando (não me atrevo a torcer) a obra-prima da Fox 2000, "O Ódio Que Você Semeia", que vai ser insano quando for lançada dia 19 de outubro, os outros concorrentes estão com outros planos.

Os únicos competidores comerciais ao Oscar restantes são "Windows", B"ohemian Rhapsody" e talvez "The Mule". "The Women Of Mawen" provavelmente vai ser a grande aposta das férias e não dos prêmios, embora "Green Book" possa ser um grande sucesso no Dia de Ação de Graças. "On The Basis of Sex" (um filme biográfico de Ruth Bader Ginsberg) e "Vice" (uma biografia sobre Dick Cheney) podem acabar se tornando mainstream ou podem estar condenados a escreverem mais sobre ele do que assistirem. Mas a maioria dos filmes em questão, incluindo "The Favorite", "The Front Runner", "If Beale Street Could Talk", "Maria da Escócia", "Vox Lux" e "Roma", da Netflix, ficariam emocionados se conseguissem arrecadar sozinhos $43 milhões no total, ainda mais se ganhassem $43 milhões no fim de semana de abertura dentro dos Estados Unidos.

Agora, isso tudo presumindo que "Mary Poppins Returns", da Walt Disney, ou "Creed II", da MGM, acabem não sendo obras-primas de outro nível, o que eu duvido que aconteça. Se "Nasce Uma Estrela" ganhar um multiplicador de pelo menos 2.9x da sua estreia de $44.225 milhões, então nós estaríamos olhando para um total só dentro dos Estados Unidos de $128 milhões. E sinceramente, eu estaria levemente surpreso se esse número não ficar bem maior. Então, se tiverem sorte, entre os prováveis indicados para Melhor Filme, "Nasce Uma Estrela" talvez seja a primeira ou segunda maior bilheteria. Dependendo se "Black Panther", da Marvel, vai estar concorrendo ou não este ano. E, embora as bilheterias não sejam tudo ("Guerra ao Terror", "Moonlight: Sob a Luz do Luar", "Spotlight: Segredos Revelados", etc.), vão ter uma importância nesse caso.

Em um ano que a Academia cria uma nova categoria para “Melhor Realização em Cinema Popular”, "Nasce Uma Estrela" parece ser um candidato que já tem essa categoria nas costas. Vai ter a bilheteria para mostrar que é um verdadeiro sucesso e ao mesmo tempo tendo as resenhas positivas, uma incrível audiência do público e a narrativa aclamada, sendo um grande candidato aos prêmios. E sobre o entretenimento ("Argo", "Birdman", "O Artista", etc.), ele apresenta uma estrela popular de cinema masculina como diretor ("Dança com Lobos", "Gente como a Gente", "Argo") e o fator de “vida imita a arte” com Lady Gaga indo de musicista pop aclamada à atriz de drama aclamada. Também é ambicioso, pois será um drama que distorce os adultos e do mesmo jeito tem números estrondosos na bilheteria.

Talvez nós vejamos um filme alternativo que não esteja fazendo tanto sucesso (Infiltrado na Klan?) que acaba virando um favorito logo antes de acabar as votações. E eu imagino que todo mundo esteja esperando por uma repercussão pós-lançamento, podendo usar a seu favor coisas como o filme evitar certas áreas problemáticas. Por exemplo, Ally sobe ao palco por sua própria vontade. O filme não despreza seu sucesso como estrela pop (nem discute sobre o sucesso na carreira dela causar o declínio na de seu parceiro) e Jackson toma total responsabilidade por suas escolhas erradas. Além disso, pode ter uma repercussão devido a uma temporada onde filmes mais diversificados, estão agora, sendo dominados por um filme estrelado por um homem branco e rico e uma mulher branca que é um ícone pop.

Nada disso afetará a recepção da audiência geral do filme. Os espectadores ainda se aglomeravam em bandas para assistir "La La Land" ou "Três Anúncios Para Um Crime" mesmo depois dos retrocessos da temporada do Oscar se instalarem. Essa mudança de pensamento pós-estreia é totalmente teórica, e pode ou não realmente acontecer (em parte vai depender de quais outros filmes vão acabar sendo indicados nas principais categorias). Seu destino depende totalmente das escolhas feitas pela Academia. Mas se a reputação do filme permanecer intacta, será muito difícil supera-lo. Ele terá as reviews, as bilheterias, o "boca-a-boca" e a mídia falando bem dele, tudo em um pacote de 135 minutos.

Não é meu filme favorito do ano (não é nem meu filme favorito do último fim de semana), mas é o tipo de filme que todos nós dizemos que Hollywood devia fazer mais. É um drama romântico com classificação etária de 17 anos feito para os adultos; um filme que não está apostando nas vendas e sim nas resenhas, no "boca-a-boca" e no poder de uma estrela vintage. Nesse momento, relativamente cedo, o Oscar de 2019 para Melhor Filme é de "Nasce Uma Estrela".

"Nasce Uma Estrela" estreia dia 11 de outubro no Brasil.

Leia a matéria original clicando aqui.

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Tradução por Vinicius Colombo.

Revisão por Kathy Vanessa