Foi publicado hoje (21), pela revista Rolling Stone, um artigo do crítico Rob Sheffield que aclama a nova fase da carreira de Lady Gaga, com o filme "Nasce Uma Estrela".

Apesar disso, o crítico se contradiz sobre os lançamentos anteriores da cantora. Depois de chamar o álbum "Joanne", em review publicada em 2016, de "o melhor trabalho de Lady Gaga em anos", Rob afirma que o disco foi um desastre no artigo recente.

Leia a tradução completa:

Nasce Uma Estrela: Rob Sheffield sobre o segundo ato de Lady Gaga

Seu filme de estreia é um fenômeno no tamanho de “Titanic”. Também é sua maior reviravolta em uma carreira cheia delas.

Não é difícil manter toda essa dureza? Lady Gaga está passando por uma das ressurreições de carreira mais estranhas já presenciadas. Não muito tempo atrás, ela parecia totalmente acabada, coberta em poeira de glitter da derrota. Mas olha ela agora, ela é a cowgirl queridinha da America, uma concorrente ao Oscar, passando pelo sucesso estrondoso de “Shallow” enquanto a febre de Nasce Uma Estrela só aumenta. É mais do que um retorno, é uma reviravolta chocante que muda tudo sobre a história de Gaga. Até mesmo um grande fã como eu não imaginava que isso fosse acontecer.

Bem quando ela estourou pela primeira vez, Stefani Germanotta era encontrada dizendo coisas como, “Deus me colocou no mundo por três motivos: fazer música, vídeos gays, e causar um tremendo tumulto.” Suas músicas e vídeos podem estar diferentes, mas ela ainda consegue entregar tumultos gourmet. Gaga nunca foi notada pela sua quietude, sempre dá o seu máximo em cada performance onde ela canta, dança, ama, chora e sofre. Ela move a cena como se estivesse tentando ganhar um EGOT, um Super Bowl e um prêmio Nobel por química em um filme. (Madonna tentou fazer a mesma coisa várias vezes, mas falhou em cada uma) Agora ela vai apresentar o Met Gala Ball com Harry Styles, cujo tema é “Campo”, talvez eles possam se vestir um com a roupa do outro?

Gaga virou uma lenda com seu disco-stick da sua Monster Ball Tour, eu nunca vou esquecer a noite que ela me impressionou no Madison Square Garden, com seu sutiã sem alça dos anos quarenta com armas na ponta atirando faíscas elétricas, nos dizendo, “Que você sonhe com rock & roll e o futuro!” Em um tempo misto para o pop, ela se destacou por valores atemporais de sexo e escândalo. Mas até nessa época, ela gostava dos ícones do soft-rock dos anos 70, depois de uma das suas baladas no piano, ela disse, “Isso é algo de 1974.”

Seu hit de retorno, “Shallow”, é totalmente 1974, um dueto pop-folk raiz com seu diretor, Bradley Cooper. Para o grande clímax, gaga atinge uma nota que vale ouro e consegue abrir buracos no céu. Nostalgia pode ser para os geeks, como ela disse uma vez em “Applause”, mas “Shallow” é carregado de nostalgia dos anos 90 com estilo de Lilith Fair, enquanto Bradley Cooper faz sua melhor imitação de Eddie Vedder, se parece mais com a outra estrela pop que definou 2010, a garota country com violão acústico. Quem pensaria que Taylor Swift e Gaga iriam definir novos níveis em 2018 ao trocar de gêneros? Imagine voltar no tempo e tocar “Shallow” e “Look What You Made Me Do” e fazer as pessoas adivinharem qual dessas é de Gaga.

Mas a Mother Monster sempre é uma grande fã do pop mais do que qualquer coisa. Ela quer tentar tudo ao mesmo tempo, até mesmo suas piores ideias. Ela tem um empurrão ao dançar com os desastres como o ARTPOP de 2013 (o tipo de álbum horrível que só pode ser feito de propósito), então seus sucessos como o álbum conjunto com Tony Bennett ou seu Medley de A Noviça Rebelde no Oscar. Então de volta ao desastre, Joanne, de 2016, que parecia a bomba destruidora de carreiras sem voltas, ela parecia sem sentimento, como um tributo ruim a Jewel. A única graça foi a balada no piano brega feita sem intenções de ser engraçada onde ela começa com a frase: ‘Eu confesso que estou perdida na era social.” Para um fã, é triste, fim da linha.

Mas como todos nós já aprendemos, o fim da linha é onde Gaga gosta de fazer uma festa. Nasce Uma Estrela é um clássico instantâneo. (Diferente da versão de 1970 com Barbra Streisand, essa infelizmente não tem uma cena onde um repórter da Rolling Stone faz uma entrevista com Kris Kristofferson ao entrar de penetra em sua mansão com ele usando drogas pelado em sua piscina) O filme é cheio de clichês sobre como as músicas pop funcionam, mas não é a primeira vez que Gaga transformou ideias ruins em ótimas músicas. (Ela também transforma ótimas ideias em músicas ruins, você não é uma lenda do pop até que faça ambos) Contra todas as probabilidades, ela está mantendo a promessa que fez no palco da Monster Ball, há muitos anos: Ela está nos fazendo sonhar sobre rock & roll e o futuro.

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Fonte
Tradução por Vinicius Colombo

Revisão por Kathy Vanessa