Nesta segunda-feira (4), a revista norte-americana Paste Magazine publicou uma matéria sobre a residência Enigma de Lady Gaga em Las Vegas.

Nela, o jornalista Garrett Martin fala sobre suas impressões sobre o show, suas opiniões, elogios e sua visão externa de todo o espetáculo, mesmo não sendo um grande fã da cantora, isto é, uma visão de um leigo no quesito Lady Gaga.

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Leia abaixo a tradução da matéria da Paste Magazine sobre a Enigma:

O poder e sinceridade do show ‘Enigma’ de Lady Gaga em Las Vegas

Lady Gaga não é sutil. Ela é genuína, no entanto, e isso torna seu novo show de residência em Vegas, Enigma (passando agora até Novembro no teatro no Park MGM), um espetáculo emocionalmente poderoso.

Essa é uma mulher que entra no seu show voando sob o público em um macacão cheio de lantejoulas enquanto toca keytar e canta “Just Dance.” Cujo show tem um plot sobre uma alienígena de inteligência artificial que representa todas as parte de Lady Gaga que ela não entende, fazendo uma simulação para guiá-la em uma jornada interestelar de auto-descoberta. Cujo show destaca várias vinhetas animadas estilo anime, como cenas em um vídeo game. Que usa um conjunto bem rico com roupas chamativas e perucas durante as duas horas do show, e em um ponto entra no palco montando o que parece ser um robô gigante que vem direto de Gundam ou Metal Gear. Enigma é um dos shows mais orgulhosamente exagerados e extravagantes que já vi, abraçando completamente a pessoa ultrajante que Lady Gaga era originalmente conhecida, e ainda assim no final do show também é uma performance comovente e sincera de uma mulher que ama e apoia seus fãs com total sinceridade.

Musicalmente, Enigma é um show de grandes sucessos. Se, como eu, você é apenas um ouvinte casual de Lady Gaga, familiar com seus sucessos na rádio e pouca coisa além disso, você ainda irá reconhecer quase todas as músicas da setlist. Gaga e sua banda tocam as músicas praticamente em ordem cronológica, começando com seus sucessos antigos do The Fame — ”Just Dance,” “Poker Face” e “LoveGame” — e gradualmente vai mudando para músicas de Born This Way e ARTPOP. O ápice vem com “Bad Romance”, seguido pela que é claramente a música favorita do público, “Born This Way”. Depois de um pequeno intervalo, Gaga retorna para uma performance oficial extra de “Shallow” de Nasce Uma Estrela; se você for sortudo, como o público da semana passada, você pode ter a chance de ver Bradley Cooper aparecer para cantar essa música com a sua co-estrela.

Quando você passa por todo o esplendor de Enigma — a dança ricamente coreografada, as acrobacias elaboradas, as animações que passam na tela gigante — você é deixado com um show que abraça e celebra completamente o estilo de vida de seu público. Enigma não é apenas um show, mas uma manifestação de arte pop que regozija no amplo espectro da humanidade e sexualidade, convidando todos e apenas castigando aqueles cujas mentes são contaminadas por intolerância e preconceito. No show que eu fui, Gaga fez um discurso apaixonado sobre a conexão de Mike e Karen Pence com uma escola católica que não aceita estudantes LGBTQ, chamando o vice-presidente de “a pior representação do que significa ser católico”, enquanto ainda fez múltiplos discursos comoventes nos encorajando a acreditar e aceitarmos nós mesmos. Você pode ler isso e pensar que soa como um texto motivacional clandestino de uma performer preparada, profissional e agora indicada ao Oscar, mas ainda assim, pessoalmente a sensação é de que é completamente genuíno, improvisado e direto do coração. O apoio de Gaga — tanto em suas palavras como em músicas como “Born This Way” e “You and I” — claramente tocou uma grande porção do público, muitos dos quais estavam em lágrimas no final.

Eu não sou um Little Monster. Não sou normalmente um fã de música moderna dançante comercial. Quando eu vou ver uma banda tocar geralmente é em algum lugar hipster com, no máximo, umas dezenas de pessoas no lugar. Tipicamente eu não sairia da minha rotina para ir em um show da Lady Gaga e, embora eu apoie completamente a comunidade LGBTQ, e me simpatizo com o quão libertador deve ser testemunhar um espetáculo de duas horas devotado a celebrar quem você é em uma sociedade que ainda está virada contra você e parece querer que você desapareça, eu não sou um membro da comunidade. E ainda assim, no fim de Enigma, à medida que as palavras empoderadas de Gaga preenchiam o teatro, e eu vi todos aqueles rostos alegremente chorosos de pessoas que precisavam ouvi-las, eu também me senti dominado pela emoção. O show ‘Enigma’ de Lady Gaga não só te domina com luzes, música e pirotecnias, mas com um senso de orgulho e inclusão que, pelo menos por duas horas, faz o mundo parecer como se estivesse no caminho certo. E tudo funciona por causa do quão genuína Lady Gaga é em seu amor e respeito por aqueles que se sentiram rejeitados e desrespeitados por tanto tempo pelo mundo em que vivem".

Assista completo a um dos shows da residência de Lady Gaga em Las Vegas clicando aqui!

Clique aqui para se ter acesso à matéria original da Paste Magazine.

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Tradução por Vanessa Braz de Queiroz.

Revisão por Kathy Vanessa