Na manhã desta quinta-feira (10), a famosa revista Vanity Fair publicou uma entrevista com o coreógrafo e amigo pessoal de Lady Gaga, Richy Jackson.

Além de falar sobre como tem sido os dias de um coreógrafo em meio a pandemia do Covid-19 e as restrições do isolamento social, Richy contou um pouco sobre os preparativos para a apresentação de Gaga no VMA 2020, que foi ao ar no último final de semana de agosto, e os processos de criação para Gaga e Ariana Grande, no videoclipe de "Rain On Me".

Confira a tradução da matéria e trechos da entrevista nos quais o coreógrafo fala sobre os trabalhos com a cantora:

"Richy Jackson, coreógrafo de Lady Gaga, fala sobre como o TikTok está mudando tudo

Colaborador de longa data de Gaga explica como ocorreu a adaptação de seu trabalho para a era da pandemia e comenta a criação da grandiosa performance no VMA.

Apesar de que Lady Gaga estava usando uma máscara quando subiu ao palco no VMAs no final do mês passado, ainda assim, era fácil perceber o quão animada ela estava por estar de volta. Durante a transmissão, ela recebeu cinco prêmios e entregou um medley de grande energia das canções de "Chromatica", o álbum que ela lançou em maio. Devido à pandemia, a performance de Gaga, que contou com a presença de Ariana Grande para seu single, "Rain on Me", foi filmada em um estúdio de produções antes do evento, sob estritos protocolos para prevenir a COVID-19.

No entanto, para o coreógrafo de Gaga, Richy Jackson, isso significou voltar a por a mão na massa. Em vez de usar CGI para melhorar a performance, eles criaram um cenário real que foi usado para os momentos de Gaga no palco. “Essa foi a única coisa que pareceu normal fora de todas as anormalidades de tentar criar um show durante a COVID”, disse Jackson em uma entrevista recente. “Definitivamente não foi um processo normal que costumamos fazer em apresentações ao vivo. Foi difícil chegar ao resultado final com todas as restrições que tínhamos que lidar, tendo que sermos testados constantemente e em isolamento.”

Mas, Jackson tem trabalhado com Gaga por mais de uma década, e entre os shows do intervalo do Super Bowl, apresentações do Grammy e turnês mundiais, eles se sentiram muito preparados para enfrentar este desafio. O relacionamento deles começa lá atrás, e ele até apareceu no videoclipe do single de estreia de Gaga em 2008, “Just Dance”. Em 2011, ele se tornou coreógrafo e diretor visual de Gaga, e tem sido parte integrante de alguns de seus momentos mais memoráveis e marcantes da cultura, desde o vídeo de “Telephone”, com Beyoncé, até seus movimentos em "Nasce Uma Estrela". É fácil perceber um pouco da influência dele e de Gaga no TikTok, em que danças estilizadas e atraentes, regularmente, se tornam virais.

Depois dos VMAs, a Vanity Fair conversou com Richy Jackson sobre como foi fazer parte de uma premiação durante a pandemia COVID e para onde ele acha que o show business está se direcionando.

VANITY FAIR: Como foi o planejamento dos VMAs para sua equipe?

RICHY: Eu, Gaga e Michael Bearden, o diretor musical dela, entramos em uma sala e ela começa a falar sobre o que estava sentindo e sobre como gostaria de ver o show ou a performance acontecerem. Nós nos sentamos com ela e concordamos, tentamos entender sua visão, e então começamos a pensar em como nós, com nossos respectivos departamentos, poderíamos dar vida a essa visão. É aí que tudo começa.

Neste caso, refletimos apenas sobre o que poderíamos criar agora com as restrições acerca da COVID-19 que tivemos que enfrentar, com a ajuda da tecnologia disponível. Muitos artistas usaram a tecnologia XR naquela noite, mas decidimos ir contra a corrente e criar um cenário real. Para mim, coreograficamente, fiquei muito feliz em ver um cenário e ver que poderíamos usá-lo de forma a contar uma história durante a performance. Fiquei aliviado.

Não tem como saber por quanto tempo iremos viver sob as restrições da COVID, mas suponho que você também anseia pelo momento em que poderá fazer a maior parte do seu trabalho presencialmente novamente, certo?

Espero que possamos encontrar uma maneira de voltar ao normal. Não necessariamente no sentido que os espectadores estão assistindo, mas em como eu mesmo poderei fazer o meu trabalho. Vou usar "Rain on Me" como exemplo, o trabalho com a Gaga e a Ariana que, para mim, são artistas muito diferentes. Ambas estão sob o guarda-chuva da cultura pop, mas em partes diferentes deste guarda-chuva pop. Eu tive que criar um estilo e uma vibe para a Lady Gaga e então, nunca tendo trabalhado com Ariana antes, criar um estilo único para ela. E em seguida, encontrar uma maneira de as duas dançarem juntas com 30 dançarinos. Foi incrível!

Tínhamos a possibilidade de criar coisas em um estúdio - isso antes da COVID - simplesmente não tem como abrir mão desse tipo de liberdade. Eu precisava desse tipo de liberdade para entregar o que o mundo pôde assistir, e isso num sentido além dos movimentos feitos pela as duas.


Assista a apresentação de Lady Gaga no VMA 2020:


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Fonte

Tradução por Gustavo Kolliner