Nesta terla-feira (28), o jornal Financial Times fez uma nova publicação em seu site, na qual faz uma avaliação geral sobre o novo trabalho de Lady Gaga e Tony Bennett, "Love For Sale".

Na publicação, o jornal enfatiza o talento de ambos, destacando também algumas faixas do novo álbum e avaliando-o com 5 estrelas, concluindo assim sua review.

Leia a publicação completa traduzida:

"Tony Bennett e Lady Gaga alcançam o país das maravilhas acústico em 'Love For Sale'

Os cantores executam suas partes com perfeição em um álbum de duetos de Cole Porter.

Texto: Ludovid Hunter-Tilney

Era uma vez um ídolo adolescente arrancando suspiros de meninas jovens - ele é nomeado na Lolita de 1955 como estando entre os principais cantores favoritos - Tony Bennett é agora um grandioso homem maduro do Songbook Americano, uma das poucas conexões com o pop pré-Elvis. Aos 95, notavelmente, ele ainda possui um jeito jovial ao cantar.

'Love For Sale' é seu 61º álbum de estúdio. Em par com uma cantora 60 anos mais jovem, Lady Gaga - um contraste improvável com quem ele fez um álbum de duetos de jazz em 2014, 'Cheek to Cheek'. Apesar da crítica desaprovar, a combinação da dupla ímpar da provocadora de dance-pop e do cantor romântico de antiguidade funcionou como um feitiço. Ela tem uma voz poderosa e ele uma voz vibrante. O tom de ambos está despreocupado, mas não desleixado, uma união vibrante entre estrelas de diferentes gerações.

Seus novos duetos são canções de Cole Porter. O fundo musical vem de um pequeno conjunto de jazz, uma orquestra e uma banda grande. Os arranjos de orquestra foram feitos por um colaborador de longa data de Bennett, Jorge Calandrelli e os arranjos da banda grande pelo orquestrador célebre de Nova Iorque Marion Evans, um colaborador mais antigo ainda. Assim como Bennett, ele tem 95 anos.

O álbum abre com uma fanfarra de trompete estridente, como um abrir de cortinas em uma boate vintage de Manhattan. O holofote recai sobre Gaga, cantando os primeiros versos de 'It's De-Lovely' em uma voz lenta e cheia. O rítmo aumenta quando o seu companheiro noventenário esgueira à vista. 'The night is young' (tradução literal: A noite é uma criança) são suas primeiras palavras perenes.

Ao microfone, os anos entre eles desvanecem. Bennett tem a qualidade uma vez atribuída a Bing Crosby de ser 'fonogênico', um vocalista que se adequa à tecnologia de gravação. Ele encaixa nas melodias como uma agulha em um vinil, mais rouco do que em seu apogeu mas com um trabalho de destreza engatado. Enquanto isso, Gaga faz sua parte com perfeição, uma cantora totalmente entregue com um senso forte de drama mas também com uma disciplina própria de saber quando usar as rédeas. Sua exuberância transmite calor e generosidade, não uma competição para aparecer mais.

Musicalmente, as faixas são baseadas no jazz orquestral dos anos 40 e 50. 'Just One of Those Things' é um número ágil e dançante. 'Night and Day' abre com uma batida de batalha de bateria antes de acalmar para uma pitada de fantasia romântica. 'Love For Sale' muda o script para um mundo corrupto de trabalho sexual, com Bennett cantando o refrão 'Young love for sale', enquanto Gaga, no seu papel de garota da noite, vibra: 'Quem vai comprar?' A música traz uma ajuda de coração de um cenário sinistro de uma produção da Broadway, uma caricatura sofisticada do lado sórdido da vida na cidade.

O título de 'Love For Sale' cintila a notoriedade que cantores como Bennett tinham antigamente. Quando Lolita estava escutando suas músicas, cantores românticos eram demonizados por moralistas como predadores, supostamente manipulando facilmente os sentimentos de seus ouvintes jovens. Mas o álbum coloca de lado essas calúnias. Destaca a perspicácia, habilidade, sentimentos e musicalidade investidas nas melhores musicas pop - uma observação que é valida tanto na era moderna de Gaga quanto na de quase desaparecida de Bennett.

Tendo revelado mais cedo nesse ano que ele tem Alzheimer, ele diz que o álbum vai ser o seu último. Do começo ao fim com fanfarras de trompete, um ato de circularidade como o virar de um disco de vinil, os covers de Cole Porter vão além de um memorial ou trapalhadas. Eles nos levam dentro do mundo de maravilhas acústico de gravações de estúdio, um reino de música pop onde o tempo é conquistado e vozes ressoam com uma cor que não se apaga.

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Tradução por Perfume Tropical e Klara Gomes