A Bilboard postou nesta quinta-feira (17), uma matéria falando sobre artistas que fazem parcerias com grandes marcas e usam a sua fama para chamar atenção às causas sociais.

Como é de conhecimento público, Lady Gaga nunca desvinculou a sua carreira das causas que defende, e foi citada durante a matéria, que conta com a participação de seu empresário, Bobby Campbell.

Abaixo, leia a tradução da matéria na íntegra:

"'O que nós podemos te ajudar a alcançar?' Os Experts de Branding e o Empresário de Lady Gaga criam um novo 'Normal'"

"Nós chegamos a um nível global onde os problemas são tão grandes que não temos outra opção além de fazer algo a respeito", Afdhel Aziz, diretor do Absolut Labs, disse no South by Southwest ontem à tarde. O que acontece quando se tem uma marca com grande dimensão e alcance, artistas com criatividade e ONGs que entendem a profundidade do problema, e você os reúne?

Esse foi o ponto central de um painel musical do SXSW, "Good Is The New Cool", cujo o nome foi tirado do novo livro de Aziz que será lançado em breve e destaca a colaboração de marcas e artistas nas mais variadas causas sociais, ambientais e afins. Em um painel que também incluíra a presidente e o vice da MAC Presents, Marcie Allen e Andrew Hampp respectivamente, e o empresário de Lady Gaga, Bobby Campbell, esse foi um questionamento que já veio com respostas: Conforme as marcas mantém o crescimento da sua influência no mercado musical de forma exponencial e artistas abraçam mais e mais suas causas, o teor de seus atos caminham para deixar de ser "Como podemos fazer dinheiro com isso?" para "Como podemos fazer a diferença nisso?".

"Minha filosofia é que, se você começa uma conversa com um artista perguntando 'o que nós podemos fazer para te ajudar a alcançar algo que você queira?', ao invés de fazê-los preencher um formulário, cria-se uma primeira impressão muito mais impactante", Aziz disse. Gaga, por sua vez, é um ótimo exemplo de artista que usa de sua fama para dar visibilidade à causas que lhe são importantes. A famosa citação da cantora no Harper's Bazar de 2011, "eu não quero fazer dinheiro; quero fazer a diferença", é a sua conclusão teórica, e, ao longo dos anos, seja apoiando causas LGBT+ ou vítimas de estupro, Gaga e seu empresário têm se filiado com marcas como Absolut ou Nokia para ajudar na disseminação de sua mensagem através do mundo.

Para os mais desconfiados, essa situação pode soar como se o real interesse em apoiar causas filantrópicas fosse causar uma imagem positiva à imprensa; ganhar "uns pontinhos" em relações públicas mostrando que estão tentando fazer a diferença. Para alguém como Gaga, cuja performance no Oscar desse ano incluiu a participação do vice-presidente Joe Biden e tratava sobre assédios sexuais, esse tipo de percepção receosa é de ínfima importância.

"É fácil para um artista apenas preencher formulários", Campbell falou, enquanto citava o cometimento de Gaga com suas causas sociais. "Mas só realmente faz a diferença quando se dedica àquilo de coração".

Se todo o assunto até então pareceu se pautar apenas em formas de dar uma reviravolta positiva e se tornar uma maquina de fazer dinheiro nos dias atuais, o painel também teve seus momentos de descontração. Aziz e Campbell falaram sobre a parceria que planejaram, entre outras muitas que fizeram com marcas e organizações, para enviar Gaga a um show beneficente no espaço. Essa ideia, por outro lado, nunca se tornou realidade, devido a reveses com o Virgin Galatic que jogaram a proposta para segundo plano. "Esse foi o melhor projeto que nunca aconteceu", Aziz brincou.

Tradução por Franz e Daniel Corzo
Revisão por Milena Rodrigues