Em entrevista ao Huffington Post, o produtor Rob Fusari, que está lançando um novo trabalho em carreira solo, falou sobre Lady Gaga e a colaboração entre eles no passado.

Fusari colaborou com Lady Gaga em várias canções do álbum The Fame, como Paparazzi, Beautiful, Dirty, Rich, Brown Eyes, Disco Heaven, entre outras. Na entrevista, o produtor fala da sua nova música de lançamento, Don't Let Love Down, que foi escrita junto com Gaga anos atrás.

Abaixo, confira a entrevista traduzida e os áudios da canção nas vozes de Rob Fusari e Lady Gaga:

Sabe, eu sinto que você fez muito dinheiro para muitas pessoas, por que você esperou tanto tempo para seguir carreira solo?

Bem, não foi algo que eu já tinha planejado fazer. O jeito que aconteceu foi meio forçado. Depois de terminar o projeto da Gaga, ela ficou tão famosa, eu fui deixado em uma posição muito estranha. Como uma entidade criativa, eu não tinha um próximo passo. Eu não esperava que ela ou o projeto fossem ser tão grandes. É uma benção, ao mesmo tempo que é uma maldição. É como essa coisa que você poderia potencialmente pular fora. Acaba sendo muita coisa, em termos de o que você vai fazer depois. Eu não poderia entrar em uma gravadora com meu próximo artista e deixá-la ser menos que Lady Gaga. Tinha que ser acima disso, tinha que ultrapassá-la. Tinha que ser algo mais que espetacular. Então, depois do projeto da Gaga, cada artista não contratado estava me procurando. Eu conheci uma tonelada de fãs, trabalhei com eles... Porque eu estava convencido de que se eu não achasse o próximo artista agora, eu nunca iria. Eu estava esperando esse novo artista, mas depois de dois anos, nem preciso dizer que ele nunca chegou. Para mim, eu apenas não estava me conectando. Quando conheci Stefani, em alguns momentos eu sabia que era isso. [...]

Você tem um estilo muito Pet Boyish, Bowie…

Essa é minha razão para fazer isso. Essa é minha inspiração, Bowie, The Cure… É como uma colagem de tudo que eu escuto… Eu fui tão privilegiado de trabalho, com pessoas como Whitney Houston, Gaga e Beyoncé. Você acaba pegando essas pequenas coisas delas também.

Você já sentiu que os versos de sua música são como uma corda salva-vidas para pessoas que você nunca irá conhecer?

Com certeza, eu estava falando com alguém no outro dia sobre Don’t Let Love Down. É um indicativo de... Eu tenho essa coisa onde você consegue sentir a energia das pessoas. Vai ter um dia que eu vou estar andando pelas ruas de Nova Iorque e ver alguém com um certo look, e eu posso quase ver as vidas deles por um pequeno segundo. Isso traz à mente uma história ou título. Qualquer escritor pode escrever sobre sua vida, mas é mais importante do que isso. Você está colocando você mesmo na vida de outras pessoas. Com Let Love Down... é meio que uma sombra, por que eu escrevi com Gaga. Nós tínhamos o tipo de relacionamento que era muito alegre. Nós dois éramos novos, silenciosos, que nunca iriam durar. Você simplesmente sabe, você simplesmente sente isso na vida. Nós tínhamos essa química criativa explosiva, mas nós também tínhamos uma química pessoal explosiva, o que nem sempre é bom. Então, boa parte dessa música eu escrevi com ela, houveram muitos prenúncios como “vai se aplicar sobre nós, quer queiramos ou não”. Mais recente, eu vejo um certo desespero que eu sinto de muitas pessoas que eu conheço. Eles não conseguem entender. Eu realmente não gosto de escrever músicas tristes, de términos. Esse não é o tipo de compositor que eu sou. Eu gosto de fazer uma declaração maior. Don’t Let Love Down se aplica a tantas áreas do amor. Não é só sobre um relacionamento, é mais do que isso. Então quando você me faz essa pergunta, eu digo que muito mesmo. Às vezes, eu me sinto como a voz, que estou vivendo pela vida de outras pessoas. E minhas palavras são as palavras deles… música é pessoal, mas só é pessoal porque você está desenhando a partir de tantas personalidades.

Tradução por Mariana Guedes
Revisão por Fellipe Pepi