A Billboard publicou uma matéria sobre a carreira de Lady Gaga, desde o seu início, e a sua influência na música pop.

Neste ano, Lady Gaga completou 8 anos de carreira, tendo lançando diversas canções e álbuns que atingiram milhões de pessoas. O impacto da cantora, principalmente no começo de sua carreira, foi o tema desta matéria da Billboard.

O portal diz que Lady Gaga junto ao seu trabalho fizeram muita coisa se tornar aceitável perante outros artistas e suas carreiras.

Leia a matéria na íntegra:

"Em 2016, passaram-se apenas oito anos desde 2008 - apenas um presidente atrás - mas era todo um universo pop distante. Os dois maiores sucessos da Billboard Hot 100 pertenciam a Flo Rida e Leona Lewis. Lil Wayne era inquestionavelmente o maior rapper vivo e Drake e Nicki Minaj só eram conhecidos entre os entusiastas de mixtapes. Adele era tão conhecida quanto Duffy. O legado de Justin Bieber limitava-se ao YouTube. E Lady Gaga era uma excêntrica cantora dance-pop de contrato assinado com o selo do Akon, que parecia tão plausível como futura cantora-de-um-só-hit quanto como superestrela da geração.

Mais importante, o pop em 2008 era simplesmente um espaço menor. Álbuns relevantes eram escassos, videoclipes perdiam relevância, premiações eram uniformemente entediantes. A voz mais reconhecível na música pop era, ironicamente, a de T-Pain, quando a popularização do autotune através do Top 40 limitou o campo de jogo vocal a uma região quase deprimente.

Estrelas como Beyoncé e Rihanna estavam começando a empurrar um pouco as paredes do pop, mas não estavam no ponto de quebrar o molde. A explosão da música dance eletrônica e sua consequência na cultura dos festivais não aconteceria até alguns anos mais tarde.

Algo realmente grande precisava acontecer.

Não levou muito tempo até que Lady Gaga provasse que ela era o asteroide cujo impacto a música pop implorava. O single de estreia, Just Dance, passou três semanas no topo da Hot 100 no início de 2009 e Poker Face somou sua pontuação alguns meses depois.

Em pouco tempo, essa vulgar, sexualmente ambígua club diva com inteligência no pop mainstream e coragem underground, tornava-se a maioral do Top 40 - bem a tempo para o Video Music Awards da MTV, de 2009, onde sua performance surreal e macabra do novo single Paparazzi deu o acompanhamento 'Que p*rra é essa?' para o prato principal e inquestionável de Kanye West e Taylor Swift.

E é claro, os videoclipes. Paparazzi - um pseudo-noir filmado no estrangeiro, estrelando o ator Alexander Skarsgard de True Blood e contendo Gaga apresentando um número de dança com muletas - comprovadamente seu mais chocante videoclipe até o momento, superado mais tarde naquele ano com a chegada de Bad Romance, uma odisseia extraterrestre que provou-se instantaneamente icônica de um modo que não se esperava mais para os videoclipes. O melhor de todos foi Telephone, onde Gaga uniu-se a Beyoncé para um viajante mix de Tarantino, Thelma & Louise e TV Japonesa altamente artístico de dez minutos, que tornou-se o primeiro videoclipe relevante da década de 2010.

Gaga celebrou sua coroação como jogadora de franquia da MTV (e YouTube) do século XXI usando um vestido de carne para o VMA de 2010, e finalmente os Millenials tinham uma popstar que pudesse se sustentar frente a Madonna e Michael Jackson.

Tudo levou ao muito antecipado lançamento de Born This Way, em 2011. O álbum, tecnicamente segundo álbum full-lenght de Gaga, construiu o escopo completo de sua ambição artística em cima de suas 14 faixas e 61 minutos, alcançando desde o estilo disco soar-de-trombetas de militância LBGTQ da faixa título, a histrionia Springsteeniana de synth-pop em The Edge Of Glory, o poder da balada de estádios dirigida por Mutt Lange, em Yoü And I, e a ópera tingida de latim, em Americano.

Tudo em Born This Way era grandioso - as músicas, os videoclipes, a arte da capa e, claro, as aparições promocionais, com Gaga coroando sua trilogia de Grandes Momentos no VMA dando o ar das graças de Jo Calderone, no VMA de 2011, seu alter-ego masculino com uma afinidade juvenil por Britney Spears.

Claro, apesar da recepção inicial arrebatadora - Born This Way vendeu mais de um milhão de cópias em sua primeira semana, assim como a faixa-título ficou no topo da Hot 100 por seis semanas - o álbum tem sido percebido como seu 'Be Here Now', um álbum pós-estrelato que tem o artista mergulhando fundo demais nas qualidades que inicialmente cativou os fãs a eles, alienando aqueles incertos se desejam seguir tão fundo assim (sem contar que o álbum ainda tinha uma quantidade boa de singles clássicos, e os crimes de Gaga em tentar demais e mergulhar-se em pretensões de arte e pop foram bem menores que os da épica egomania medíocre guitar-pop de encolher os ombros dos irmãos Gallagher).

O público esfriou-se rapidamente de Gaga e, embora ela tenha tido hits e álbuns no topo das paradas nos anos seguintes, sua recepção ainda não alcançou a febre daqueles primeiros anos.

Mas outras estrelas pop pegaram o bastão. Kanye West, o contemporâneo fixo do Top 40, cuja grande visão poderia ter rivalizado com Gaga em seu topo (e era uma vez um quase companheiro de turnê de Stefani), aumentou o nível mais ainda desde a chegada dela, jogando seus videoclipes para curta-metragens de 35 minutos e eventualmente expandindo o formato de sua arte para incluir projeções ao vivo e estreias em estádios.

A antiga co-estrela Beyoncé também passou por uma reforma conceitual, eventualmente revivendo o interesse tanto em videoclipes quanto no formato de disco Long Play, com seu auto-intitulado álbum visual surpresa.

Rihanna lançou seu álbum mais estranho um ano após a explosão de Gaga e nunca mais foi a mesma. Até mesmo Britney - para quem Telephone havia sido originalmente escrita - acabou tentando criar sua própria versão do vídeo da canção.

Nada disso pode ser traçado diretamente à Gaga, é claro, mas dificilmente é um exagero sobre o impacto que ela teve em tornar tudo isso aceitável e até mesmo lugar-comum no reino pop. Ela pegou a música mainstream americana em um de seus momentos menos interessantes e com maior falta de uma estrela poderosa e se tornou a maior, mais estranha, mais visual e infinitamente mais guiada por personalidade - em outras palavras, muito mais divertida. Hoje, o sentido das possibilidades no pop é tão vasto como nunca e mesmo que Gaga não seja mais a cabeça para quem todos olham afim de saber o que vem a seguir, ela garantiu que os fãs de pop pudessem ao menos esperar muitas quebras de fronteiras dos melhores e mais brilhantes.

E não temos sido decepcionados desde então."

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Tradução por Pedro Marinho
Revisão por Milena Rodrigues