O site Noisey divulgou um artigo falando sobre a apresentação de Lady Gaga no Festival Coachella, que aconteceu na madrugada do último domingo (16).

O site não poupou elogios ao espetáculo, elegendo Lady Gaga a mais poderosa atração principal do Coachella 2017.

Confira a tradução abaixo:

Lady Gaga mostrou que não importa quem está no Coachella, ela ainda dita as regras.

Seu set no Coachella é a realidade do que queríamos, e talvez seja hora de abraçar isso.

Ninguém que se apresentou no Coachella este ano ou em qualquer outro causou grande expectativa quanto as críticas. Após a gravidez de Beyonce tê-la impedido de comparecer ao show, já começaram os rumores de quem iria substitui-lá - e, inevitavelmente, como ninguém realmente poderia. Então imaginamos Gaga falhando desde o início, com seu nome imortalizado naquele icônico poster com um parênteses implícito "(em vez de Beyoncé)".

Foi difícil não ver a escolha como um pouco de 'Coloque-Uma-Pop-Star-Empoderada-E-Espetacular-Aqui'. Naturalmente, os meios de comunicação social ficaram eufóricos com a especulação sobre como Gaga se compararia a Beyoncé antes de qualquer um se apresentar no palco principal.

Essa é uma visão bastante resumida, mas também é o que acabou fazendo Lady Gaga a mais poderosa atração principal do Coachella 2017. Você quase podia ouvir suas cordas vocais racharem quando ela subiu ao palco para cantar "Scheiße", e não apenas para complementar o seu traje. Ser explorada é o elemento de Gaga, seu ambiente, sua prática. Seu estilo pop é apenas um pouco demasiado para o rap de Coachella e para EDM (Eletronic Dance Music), também alternadamente estranho para comparar Beyoncé a um nível de apelo universal. Ela é a opção B que está no seu melhor lugar quando está sendo desafiado para se certificar de que você nunca deve hesitar em chamá-la novamente. E no Coachella, executando um conjunto de 19 músicas, material recente e um novo single, "The Cure", Gaga assegurou que todos que duvidaram de si estavam errados.

Teve muita coreografia e pirotecnia, mas a apresentação no palco não era o foco. Não era sobre uma configuração bem padronizada e elaborada nos shows de Gaga, era mais sobre sua apresentação, cantando "Bad Romance", enquanto pregava a famosa coreografia; Só o seu solo no piano liberando apenas o vibrato foi suficiente para nos lembrar que ela não dubla;

Ela também não mencionou Beyoncé, exceto por incluir seu verso em "Telephone". O set de Gaga não perdeu completamente a sensação de que era para provar um ponto, mas não podemos culpá-la - este era seu show, Gaga, a apresentação principal do Coachella, outra conquista para jogar de volta na cara de seus inimigos. Sua voz é espetacular, mas é a sua confiança que vende.

Isso não quer dizer que tudo foi perfeito. Algumas de suas músicas, como: "Million Reasons" e "Applause" podem funcionar em um estádio, mas quando você está tocando para uma multidão encharcada de suor, cerveja e sujeira, o apetite tende a ser um pouco mais cansativo. Foi o único momento do show que pode-se perceber que a multidão inteira não estava dançando. No entanto, Gaga é um artista que adora o que não faz sentido: onde um ano antes, Calvin Harris tocou para uma multidão frenética, e agora lá estava ela contorcendo-se em cima de um piano de cauda, com botas de lantejoulas, cantando uma balada estilo Broadway para 100.000 pessoas gritando, e lembrando-nos que talvez o que está ao nosso redor não é para caber em uma caixa de ideias pré-definidas.

Gaga defende a tradição pop de artistas que vieram antes dela, como Prince: Ela é católica, uma ativista da imagem corporal patrocinada por Doritos, um patriota cantando sobre a vida de transgênero no Super Bowl. Suas recentes inclusões no jazz, no country e agora com estilo de anos 90, com "The Cure", não são atrativos relevantes ou que se contentam com o convencional - eles são artistas que deixam revelar quem realmente são.

Agora sua mensagem está mais complexa: aceitando a variação de identidade e as contradições que a definem. Por alguma razão, Gaga continua sendo uma artista divisora, mas sua mensagem sempre foi sobre a unidade. Ela é o "e", não o "ou". Não é Beyoncé ou Gaga. Não é lantejoulas ou um moletom cinza. Não é festa em um festival de música ou participar de um protesto. Não é escapar ou se capacitar. São os espaços entre os quais nos imaginamos. Ela nos mostrou onde ela está; Em vez de olhar para ela, talvez seja hora de nos perguntar a mesma coisa, onde estamos.

Assista ao show completo da cantora no Coachella, clicando aqui.

O novo single de Lady Gaga, The Cure, já está disponível nas plataformas digitais. Ouça aqui.

Tradução por Hugo Queiroz

Revisão por Kathy Vanessa