Lady Gaga foi entrevistada pelo site Glamour e falou bastante sobre política e mulheres. Gaga citou o discurso feito por Pink no Video Music Awards deste ano, em que a cantora falou sobre o preconceito que ela e sua filha sofriam.
Gaga também falou brevemente sobre sua atual turnê, Joanne World Tour e o documentário que será lançado na Netflix, dia 22 de setembro, Gaga: Five Foot Two.
Leia a entrevista traduzida na íntegra:
GLAMOUR: Você foi a primeira mulher a se apresentar no Wrigley Stadium, semana passada. Qual foi a sensação?
LADY GAGA: Foi muito especial, me senti muito honrada. Eu não sabia disso até aquela manhã, quando alguém me contou, então foi uma surpresa também. Eu me sinto sortuda por ter sido a primeira mulher a se apresentar ali, mas eu disse ao público que sentia muito por eles terem esperado mais de cem anos para que uma mulher se apresentasse.
GLAMOUR: Você está na música pop há uma década. Quão diferente é a indústria para as mulheres agora em relação a quando você começou?
GAGA: É muito interessante. Quando eu comecei, há dez anos, as coisas eram muito sobre todo mundo ser super perfeito e glamuroso e tudo ser limpo e bonito, e havia uma percepção muito particular sobre a mulher. Eu sempre fui contra isso; todo mundo sempre achava que eu me vestia esquisito, meio artística ou criativa demais. E aí, com o passar dos anos, todo mundo foi se soltando artisticamente de seu próprio jeito. Agora eu vejo todo tipo de visual vanguardista e sentidos muito únicos de estilo para muitas mulheres. Eu acho que foi assim que nós mudamos e não penso ter sido a única pessoa a fazer isso. Foram muitas de nós e é ótimo de se ver. É importante que as mulheres sintam que podem se libertar de qualquer imagem em particular. A P!nk falou sobre isso no VMAs. Eu realmente gostei do que ela falou sobre sua filha.
GLAMOUR: Houve um monte de mensagens políticas no VMAs, também. Eu sei que você protestou a vitória presidencial de Donald Trump no dia seguinte à eleição. Como o clima político atual tem mudado a forma que você aborda seus shows ao vivo?
GAGA: Não muda como eu faço meus shows ao vivo. Muda tudo. O que todos temos experimentado - não é só algo que eu aplico quando estou cantando no palco. Aplico na minha vida. São nossos valores, nossa ética e nossa moral que estão em jogo, então os carrego comigo durante o dia inteiro e também no palco.
GLAMOUR: É uma época assustadora para muitas mulheres agora. Aonde você espera que as coisas estejam indo nos próximos anos?
GAGA: Eu espero que nós continuemos no processo de cura, assim como no processo de seguir ajudando uns aos outros. Mais educação para as mulheres, mais empregos para as mulheres. Mais oportunidades iguais para as mulheres. Que as mulheres sejam levadas mais a sério. E eu acho que mais que qualquer coisa nós desejamos ser ouvidas e não silenciadas. Eu acho que isso é uma coisa boa para se pensar sobre para qualquer comunidade; o importante é que nossas vozes sejam ouvidas, e não engolidas no abismo da história.
GLAMOUR: Você tem alguma esperança para as mulheres na música para os próximos anos?
GAGA: Eu espero ver mulheres prósperas e felizes, amando o que fazem e estando poderosas e no controle do que elas criam. Você mencionou mais cedo o que significava ser uma mulher nessa indústria antes e o que significa agora; acho que eu diria que por mais que todo mundo ame moda, maquiagem e glamour, isso não é um concurso de beleza. É sobre o coração e a vontade e o trabalho. É claro que é adorável se vestir toda e elogiar umas às outras e se sentir bem - mas isso não deveria ser o primordial.
GLAMOUR:Você tem um documentário da Netflix que será lançado em setembro. Por que você decidiu fazer isso? Por que agora?
GAGA: Eu, de várias formas, não tenho muito a ver com o documentário. Eu tenho a ver com isso porque eu permiti que eles tivessem acesso a mim. Eu decidi quando e permiti que eles filmassem e determinei o que eu gostaria que eles filmassem, mas isso foi uma peça que foi criada pelos meus amigos porque eles queriam que as pessoas me vissem da forma que eles me veem, e que me conhecessem do jeito que eles me conhecem. Não há outra razão além de ser em favor da arte e ser um documentário de amigos que se amam. Vocês me conhecem, não é sempre sobre dinheiro.
GLAMOUR: O que os fãs podem esperar do documentário?
GAGA: Na verdade, eu não sei o que dizer a você porque eu não o vi inteiro. Eu só vi alguns trechos. Eu não quero entregar muito do pouco que eu sei, porque eu não consigo ser objetiva quando assisto a mim mesma, sabe?
GLAMOUR: Você também tem essa nova parceria com a Verizon Up. O que te levou a fazer isso?
GAGA: Eu sempre gosto de dar um retorno aos meus fãs e trazê-los sempre para mais perto. Eu estou bem animada que a Verizon está participando disso, porque significa que mais pessoas serão consideradas. Nós temos pessoas que vêm e fazem o ‘Meet and Greet’ nos bastidores, onde eu tiro uma foto com eles e eles veem o palco de perto.
GLAMOUR: Última pergunta: O próximo ano marca o aniversário de 10 anos de The Fame. Se você pudesse dizer uma coisa à Gaga de 2008, o que você diria?
GAGA: ‘‘Fique firme’’. É o que eu diria a mim mesma. Eu me diria para ficar firme.
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Tradução por Pedro Marinho e Vanessa Braz de Queiroz
Revisão por Vinícius de Souza
Imagens: Reprodução/divulgação
