Os protagonistas de "Nasce Uma Estrela", Lady Gaga e Bradley Cooper, estiveram presentes hoje no lançamento do mesmo, no Festival de Cinema de Veneza 2018, onde foram bastante aplaudidos. Com isso, é normal que muitas reviews sejam liberadas.

O The Wrap (site de notícias sobre entretenimento e mídia), publicou hoje (31), sua review sobre o filme, onde deu detalhes sobre o mesmo, e também atribuiu sua nota.

Leia o que foi dito (contém spoilers):

Bradley Cooper e Lady Gaga revigoram um clássico.

Veneza 2018: O estreante em direção e a senhorita estreante como protagonista dão uma nova vida a um velho conhecido de Hollywood.

Por todas as razões pela qual o quarto remake de "A Star Is Born" — quinta, se você contar o drama de 1932, "What Price Hollywood?" o qual o DNA é o mesmo — deveria ou não funcionar em 2018, é uma extraordinária surpresa que essa nova versão abala tudo como se fosse uma pancada.

Este é "A Star Is Born", para aquelas pessoas que nunca tenham visto uma versão anterior, para as pessoas que amam algumas das versões anteriores, e até para aquelas pessoas que acham ultrapassado. Esse é "A Star Is Born" que trata os personagens seriamente em suas paixões e patologias, seus vícios e ambições. E em um ano que “The Greatest Showman” e “Mamma Mia” são musicais de sucesso, é um lembrete muito animador do que este gênero pode ser.

Você conhece essa história, mas não esta história, pelo menos não da maneira que os roteiristas Eric Roth, Will Fetters e Cooper fizeram: Jackson Maine (Cooper) é um ícone de rock raíz cuja vida pessoal está se desmoronando frente ao uso de muitas pílulas, muita bebida e um relacionamento muito pesado com seu irmão e empresário Bobby (Sam Elliott). (O fato de que a voz falada por Cooper, interpretando Jackson, parece se passar por Elliott, é uma distração a princípio, mas depois se torna um ponto da trama).

Depois de uma apresentação, Jackson vai para o primeiro bar que ele vê na frente, que neste caso acontece de ser um bar de drag queens. Ele fica impressionado com Ally (Lady Gaga), a única performer da casa que não dubla, cantando lindamente "La Vie en Rose" que é mais Piaf do que Grace Jones. Os dois vão se conhecer em um balcão do bar: ela bate em um policial que invade a privacidade de Jackson, e então ele a leva para uma mercearia que fica aberta a noite toda para pegar ervilhas congeladas para os dedos inchados, ela o diverte no estacionamento com uma música que ela está escrevendo.

Na noite seguinte, ela se encontra no palco com Jackson, que trabalhou o fragmento musical dela em uma canção completa, e você não sabe: uma estrela nasce. Mas sua escalada é espelhada pela decadência de Jackson, e nem mesmo o amor duradouro dela, de olhos claros, será suficiente para salvá-lo de seu próprio abismo.

Ao longo dos anos, "A Star Is Born" tem sido uma história de Hollywood (a versão de 1937 estrelada por Janet Gaynor e Fredric March), um musical de Hollywood (1954, Judy Garland e James Mason) e um musical rock (1976, Barbra Streisand e Kris Kristofferson). Esta nova versão está mais próxima ao enredo do remake mais recente, mas há pedaços dos outros espalhados também. Quando Ally fala sobre ser rejeitada por causa de seu nariz, isso não é apenas um grito de Streisand; A personagem de Garland é informada pelos maquiadores do estúdio que "o nariz dela está todo errado".

Mas entre o curso do filme, Cooper sai um pouco da rota para atualizar, mudar ou até mesmo reconsiderar o que esperamos dos plots da história. Jackson deixa Ally sem jeito em uma cerimônia de Awards, sim, mas não do jeito que seus antecessores fizeram. Nós não temos que ver um declínio de Jackson ferrando a apresentação em uma gravadora, a liderança nessa cena nos diz exatamente o que vai acontecer, e nós conseguimos preencher o que sobrou da gente. Elogios para os designers de som, "A Star Is Born" é um daqueles raros filmes que reconhece que um concerto de rock soa diferente para as pessoas que estão no palco do que para as pessoas que estão na plateia.

Cooper e Lady Gaga são como dinamite juntos; esta é uma história que vive e morre através do relacionamento central e a química instantânea que deve florescer entre eles, que esses dois têm em abundância. Os números musicais captam músicas imediatamente cativantes e as apresentam de forma eletrizante; Eu classifico a performance de Garland de "The Man That Got Away" como uma das maiores apresentações musicais de todos os tempos, então eu quero dizer isso como um grande elogio quando afirmo que nenhum dos números desta versão ultrapassa aquele momento, porém alguns deles chegam surpreendentemente perto.

A justa concentração do filme em seu casal central, por necessidade, tira o foco do seu conjunto; se o trailer te faz pensar que Dave Chappelle interpreta um personagem importante, espere o contrário. Ainda assim, Elliott interpreta várias cenas poderosas, e os diretores de elenco Lindsay Graham e Mary Vernieu preenchem a tela com uma mistura interessante de ladrões de cena, como Greg Grunberg e Andrew Dice Clay, para não falar do desistente de "RuPaul's Drag Race", Willam Belli, que tem um ótimo tempo de tela flertando com Cooper, na sequência do bar drag.

Eu desejo que os momentos finais do filme embalem como um soco no estômago, para o qual Cooper está claramente apontando; a resposta dos outros membros da audiência na exibição da imprensa de Veneza sugere que eu posso estar em minoria ao pensar assim. Mas, em qualquer caso, "A Star Is Born" não foge de grandes emoções ou de estimular a paixão, misturando o antigo Hollywood com a sofisticação moderna. Entre Bradley Cooper (como cineasta) e Lady Gaga (como protagonista), o título se aplica a ambos.

Nota: 90/100

"Nasce Uma Estrela" estreia dia 11 de outubro no Brasil.

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Fonte

Tradução por Juliano Oliveira e Henrique Vieira / Lady Gaga Source

Revisão por Vinícius de Souza

Imagem: Reprodução / The Wrap