Além de uma artista de renome, Lady Gaga, desde seu álbum de estreia, foi, e ainda é, uma personalidade muito importante da indústria musical, agora também reconhecida no meio cinematográfico. Nesse sentido, seu talento e proposta artística influenciaram não só uma geração de artistas, bem como diversos outros segmentos além da música, como os da moda e o cinema, principalmente por seu impacto e destaque.

A Entertainment Tonight (ET) é uma revista presente tanto na rede televisiva quanto na de mídias em gerais, distribuída pela CBS Television Distribution nos Estados Unidos. Fundada em 1981, seu conteúdo gira em torno da indústria do entretenimento, cinema, moda e televisão, sempre publicando diversas matérias com temas atuais e pertinentes, assim como constantes entrevistas individuais com atores, músicos e outras personalidades vinculadas ao mundo pop.

No dia de hoje (4), a plataforma online da revista lançou uma matéria sobre o impacto e as influências de Lady Gaga na música, moda e cinema em seus dez anos de carreira.

Leia a matéria completa traduzida:

"Prévia Outono de 2018: Como Lady Gaga conquistou a Música, Moda e o Cinema em apenas uma década

Como uma criança frequentando uma escola católica apenas para garotas em Nova Iorque, Lady Gaga era provocada frequentemente por ser “muito provocativa ou muito excêntrica”. Ainda hoje, 10 anos desde a sua entrada explosiva com seu álbum de estreia, The Fame, a criatividade indomável e o talento incomum da artista de 32 anos continua a guiando em iniciativas imparáveis na música, na moda, na filantropia e atuação. Agora, ela está determinada em expandir seu legado ao fazer sua estreia atuando como protagonista no cinema no altamente esperado remake de 'Nasce Uma Estrela’, dirigido e co-estrelado por Bradley Cooper.

Adicionar um papel no filme dos sonhos ao seu impressionante carretel do showbiz parece ser apropriado para a garota que aperfeiçoou suas habilidades de performance com papéis de protagonista em peças da escola como Guys and Dolls enquanto crescia no Upper West Side de Manhattan. A música já havia feito um impacto naquela época -- sua mãe Cynthia disse que ela aprendeu piano com 4 anos de idade, enquanto o pai dela era um empresário da internet, inconsciente de que sua filha mais velha (cujo nome real é Stefani Germanotta) iria um dia ser uma das pessoas mais seguidas nas redes sociais.

A paixão bem estabelecida de Gaga por performance a levou para a Tisch School of the Arts da Universidade de Nova Iorque, mas foi fora da sala de aula onde ela começou a construir sua fã base com sua banda da faculdade, a SGBand. Ela eventualmente saiu da faculdade e assinou com a Island Def Jam records, apenas para ser demitida poucos meses depois.

A história chega ao produtor musical Rob Fusari -- com quem ela trabalhou e namorou na época -- que criou o nome “Lady Gaga,” derivado do hit do Queen “Radio Ga Ga.” Pouco depois, a personalidade eclética que agora é sinônimo com o infame nome começou a brilhar mais forte quando Gaga começou a explorar a cena burlesca e foi colocada embaixo das asas da dançarina Lady Starlight. As duas criaram um show pop burlesco e até mesmo se apresentaram no Lollapalooza.

Enquanto isso, ela foi contratada pela Sony/ATV para escrever músicas do agrado de New Kids on the Block, Britney Spears e The Pussycat Dolls. O rapper Akon encontrou a jovem musicista e ficou tão impressionado que ele fez um acordo conjunto para ela com a Interscope Records e sua própria gravadora, a KonLive Distribution, em 2007.

No próximo ano, seu álbum de estreia eletro-pop, The Fame, e seus singles “Just Dance” e “Poker Face,” firmaram a chegada de Lady Gaga na música. Pouco tempo depois, ela entrou em turnê com New Kids on the Block, abrindo para o grupo em datas selecionadas na turnê de retorno deles. Ela também apareceu no álbum da boy band The Block, cantando “Big Girl Now” e co-escrevendo “Full Service”.

Enquanto o sucesso de Gaga continuou crescendo, The Fame foi reeditado em 2009 como The Fame Monster, um LP duplo que incluía “Bad Romance,” “Telephone” e “Alejandro.” Ela refletiu sobre sua exploração da fama durante uma entrevista com NME em 2011.

“Há muitas pessoas que querem me ver falhar”, ela disse. “No minuto que eles vêem algo para atirar, eles atiram, e quanto maior eu vou ficando, maior o alvo para eles. Fico pensando naquela época onde a internet, a imprensa e os paparazzis não tinham tanto acesso ao declínio da celebridade, mas agora eles têm".

Haters à parte, em 2011, Gaga parecia determinada a elevar seu impacto, começando com seu segundo álbum completo, Born This Way. "Eu pensava que eu era a tempestade cultural da merd*", ela disse à NME. "Eu entro em um lugar, as pessoas escrevem sobre mim. Até eu lançar [o single] 'Born This Way' eu não tinha percebido o quão sem vida tudo tinha sido. Eu percebi que eu realmente tinha tido um impacto pequeno, e o quão grande seria o impacto que eu teria daqui para frente".

O álbum eletro-rock e techno vendeu mais de 1 milhão de cópias na primeira semana apenas nos EUA, e enquanto filmava o videoclipe para o quarto single do álbum, “You and I,” ela conheceu o gatão de Chicago Fire, Taylor Kinney, que se tornou seu par romântico dentro e fora das telas. O lindo casal noivou no Dia dos Namorados em 2015, mas anunciaram a separação em julho de 2016.

“Eu e Taylor estamos brigando, é um saco” ela compartilhou na cena de abertura do seu documentário da Netflix, Gaga: Five Foot Two, vencedor do MTV Movie & TV Award, que foi lançado em setembro do ano passado. “Eu estou em um momento diferente na minha vida e eu sinto que minha paciência para besteiras de homem - Eu apenas não tenho mais paciência para isso. Eu não sei se é porque eu estou com 30 anos e me sinto melhor do nunca. Todas as inseguranças se foram - Eu não me sinto insegura sobre quem eu sou como mulher, não estou constrangida ou envergonhada do que eu tenho, eu me sinto mais sexy e sensual e toda essa merd* está melhor. Eu acho que o que acontece em relacionamentos é que os dois têm que seguir juntos o máximo possível”.

Seguir em frente é algo que Gaga tem aperfeiçoado com seus esforços artísticos sem limites, expandindo sua criatividade em projetos de negócio como os fones de ouvido chamados de Heartbeats por Lady Gaga, além de produtos como perfumes e câmeras.

Ela tem feito um impacto indiscutivelmente forte com seu estilo bizarro. Colocando Cher, Madonna, Alexander McQueen e Donatella Versace como suas influências de moda, as roupas mais comentadas de Gaga provaram ter sido o destaque de incontáveis premiações e tapetes vermelhos, desde o vestido de carne e acessórios que ela usou no MTV Video Music Awards de 2010, até a épica jaqueta feita de bonecos de Caco, o sapo que ela usou durante uma entrevista feita pela televisão alemã em 2009. Como editora convidada para a 99° revista de moda da V em 2016, ela até mesmo pegou o prêmio de Editora do Ano na Premiação de Moda de Los Angeles.

Mas alguns dos impactos mais importantes de Gaga vêm de seu trabalho filantrópico e ativismo: Ela fundou a Born This Way Foundation, focada no empoderamento dos jovens, e continua sendo uma forte defensora da comunidade LGBT. “O momento decisivo para mim foi a comunidade gay”, ela disse à MTV enquanto discutia sua dificuldade de decolar sua carreira. Ela também prometeu $1 milhão para a Cruz Vermelha Americana para ajudar as vítimas do furacão Sandy, se juntando a Cyndi Lauper e os Cosméticos MAC para uma linha de batons levantando fundos para HIV e AIDS e apoiando a March For Our Lives na manifestação de controle de armas em Washington, D.C.

Gaga continuou se reinventando com sua música, entrando no R&B e disco para ARTPOP em 2013, e depois lançando o álbum de jazz com Tony Bennett, que ficou no topo dos charts. Em 2015, ela cantou o tema de Hunting Ground, “Til It Happens to You,” que rendeu uma indicação ao Oscar para a compositora Diane Warren. Em 2016, seu álbum influenciado pelo country, Joanne, chegou no topo dos charts (tornando Gaga a primeira mulher a ter quatro álbuns No. 1 durante essa década) e fez uma turnê mundial em seguida.

Durante o processo de gravação, ela gravou o Gaga: Five Foot Two, que também mostrou sua luta com a dor crônica e preparação para a sua performance do show de intervalo do Super Bowl LI, em 2017. Depois de arrasar no palco do NRG Stadium, em Houston, ela dedicou esse momento decisivo na carreira aos seus fãs enquanto falava com a ET depois de sair do palco.

"Meus fãs são tudo para mim", ela disse. "Quando eu comecei, todos pensavam que éramos tão diferentes e estranhos. Nunca mudamos quem somos, e continuamos com as nossas armas em termos do que acreditamos, e agora nós vamos nos apresentar no maior palco do mundo com nossas crenças e nossa diversidade, estou muito orgulhosa".

Apesar de seus fãs, vulgo “little monsters”, nunca falharem em trazer felicidade para ela, em Gaga: Five Foot Two, a estrela se abriu sobre a solidão que acompanha seu sucesso e como isso se acentua durante momentos como a performance do Super Bowl.

“É um dia triste quando eu estou fazendo o Super Bowl e estou tão entusiasmada para me apresentar, mas não consigo não pensar que quando eu vendi 10 milhões de álbuns eu perdi Matt. Vendi 30 milhões, perdi Luc. Consegui o filme [Nasce Uma Estrela], eu perdi Taylor. É como se fosse uma troca”, a cantora refletiu (agora ela está namorando Christian Carino). “Essa é a terceira vez que eu tive meu coração partido dessa forma. Estou sozinha todas as noites - todas essas pessoas irão embora. Eu vou de todo mundo me tocando e falando comigo o dia todo para um silêncio total”.

Enquanto filmava seu documentário, Gaga também voltou a atuar, um aceno para seus 10 anos gastos estudando métodos de atuação na Lee Strasberg Theatre and Film Institute. Naquela época, o grande papel que ela iria conseguir era uma aparição no The Sopranos, mas em 2016, ela levou para casa um Globo de Ouro por seu trabalho em American Horror Story: Hotel, da FX, onde ela interpretou Elizabeth Johnson, a proprietária sanguinária de um hotel em Los Angeles.

Apesar de ser uma estrela pop mundialmente renomada, havia bastante pressão na estreia oficial de Gaga como atriz. “Eu vomitei no caminho [ao set]”, Gaga admitiu para a ET na época, entre filmagens de cenas para a popular série de antologia FX de Ryan Murphy. "Em um saco ziplock. No meu Rolls-Royce".

Mas, fiel à perseverança e tenacidade de Gaga pelo inesperado, ela transformou o saco de vômito em um amuleto de sorte. “Pode acreditar, eu me preparei muito para estar aqui com esses atores fantasticamente talentosos”, Gaga disse do elenco repleto de estrelas, que inclui Sarah Paulson, Matt Bomer e Kathy Bates. “Tudo o que tenho quando chego lá é a minha disciplina”, ela continuou. “Foi a coisa que eu aprendi ao longo desses últimos anos e isso é provavelmente minha maior força”.

O diretor de Five Foot Two, Chris Moukarbe, elogiou Gaga enquanto refletia sobre como foi filmá-la durante um momento tenso nas gravações de AHS, durante o qual ela ficou frustrada por não ter sido mantida no circuito.

“Eu já vi verdadeiras divas egocêntricas e ela definitivamente não é uma”, ele disse à Vulture em 2017. “Eu já vi pessoas sendo realmente irracionais ou cujas expectativas estão fora de suas contribuições. Com ela, ela dá muito de si e trabalha tão duro para que quando ocasionalmente houver um momento como aquele, nunca soe não profissional ou imerecido. Ela não manda que todos os M&Ms vermelhos sejam especialmente removidos do pote, sabe? É algo artístico [no roteiro] em que ela está tentando trabalhar, e se alguém não está cumprindo o seu papel da maneira que ela precisa que cumpra, e isso inibe o trabalho dela, ela tem que corrigi-lo. Mas isso parece estar em harmonia com a quantidade de trabalho que ela está fazendo, pelo menos à minha perspectiva”.

Agora, todos os olhares estão na telona para a performance de Gaga em “Nasce Uma Estrela”, um remake do filme de 1937, mais recentemente refeito em 1976 com Barbra Streisand e Kris Kristofferson. Gaga interpreta Ally, cuja relação com Jackson Maine (Cooper) enfrenta problemas quando sua careira começa a ofuscar a dele. O filme estreou no Festival de Veneza, em 31 de agosto, depois passará no Festival Internacional de Cinema de Toronto, em setembro, antes de seu lançamento nos cinemas em 5 de outubro.

Cooper a chamou para fazer o filme depois que viu sua performance de jazz num instituto beneficente de pesquisa sobre o câncer. O que ele não negociou foi a sua insistência de que todos que cantam no filme o fizessem ao vivo. “Ela disse desde o início que isso seria um acordo”, Cooper disse a Robert De Niro no “Tribeca Film Festival” de 2018, em Abril. “[Ela disse] ‘Eu vou confiar em você para obter um desempenho que seja honesto’, porque ela nunca tinha feito um filme antes, ‘E eu vou me certificar de que você se torne um músico, porque nós vamos cantar tudo ao vivo’. Eu pensei, ‘Espera, o que?’. Ela disse, ‘Não, esse é o único jeito de isso funcionar — Eu não suporto quando assisto a filmes em que você percebe que é pré-gravado e as pessoas estão dublando’. E ela está certa. Então aquilo foi aterrorizante, mas eu realmente confiei nela”.

“É um sonho realizado e uma honra fazer parte desse filme incrível. A habilidade de Bradley como diretor, ator e músico é surpreendente. Chama-se “A Star Is Born”, e eu estou mais que feliz por vocês conhecerem Jack e Ally. #AStarIsBorn”

O filme já está movimentando zumbidos sobre o Oscar, mas a música permanece à frente para a mulher que encabeçou o Festival Coachella, sendo nomeada a mulher do ano pela Billboard e até inspirou um curso na Universidade da Carolina do Sul, “Lady Gaga e a sociologia da fama”.

Em dezembro, ela também se juntará à crescente multidão de artistas icônicos que encabeçam residências musicais em Las Vegas, Nevada, com o lançamento de uma série de shows de dois anos no MGM Park Theatre. Começando em 27 de dezembro, o local - que também abriga as residências de Stevie Wonder e Queen + Adam Lambert - vai sediar o hit-heavy show “Lady Gaga Enigma”, bem como quatro shows especiais “Lady Gaga Jazz & Piano”, com versões despojadas de suas músicas topo-das-paradas, além de músicas do “Great American Songbook”.

“Eu mal posso esperar para compartilhar ENIGMA com todos os meus fãs e com Las Vegas”, ela disse num comunicado de imprensa anunciando os detalhes da residência, em agosto. “Nós estamos criando um show diferente de tudo o que eu já fiz antes. Será uma celebração de tudo o que é único e diferente em nós. O desafios da bravura podem ser superados com criatividade e coragem, que são geradas pela adversidade, amor e música".

“LADY GAGA ENIGMA A RESIDÊNCIA LAS VEGAS NO ‪@PARKTHEATERLV‬ + 4 PERFORMANCES EXCLUSIVAS “JAZZ & PIANO” PRÉ-VENDA PARA LITTLE MONSTERS AMANHÃ À VENDA EM 13/08. http://www.gagavegas.”

Gaga tem, supostamente, estado em estúdio com os produtores Boys Noize, DJ White Shadow e Bloodpop enquanto trabalha em seu próximo álbum. Mas ele provavelmente tomará forma em seu próprio ritmo. “Eu me deparo com pessoas que estão por aí há décadas, e a expectativa é a de que eu seja culturalmente importante e bem sucedida como elas”, ela refletiu para a NME. “Eu tenho que manter isso em mente e não apressar as coisas ou envelhecer-me como artista".

Refletindo sobre seu tempo seguindo a cantora para seu documentário, Moukarbe indicou que por trás dos vestidos de carne e da fanfarra, Gaga é apenas uma garota “modesta”, talvez ainda inconsciente da enorme marca que seus excêntricos e seu individualismo fizeram no mundo.

“Varias pessoas acham que ela é uma personalidade muito mais exagerada”, Moukarbe disse à Vulture. “Ela obviamente é em seu trabalho, mas atrás das poderas fechadas, ela é bem modesta. Ela está constantemente checando as pessoas a sua volta. Ela é cercada por sua família porque eles viajam com ela, então ela sempre pergunta a eles e aos amigos, ‘Como foi? Está bom? Está ok?’ Às vezes eles ficam meio surpresos, tipo, ‘Ela sabe quem é?’. Ela pergunta coisas do tipo ‘Você acha que eles gostariam que eu fizesse isso?’. Sim, você é a Lady Gaga, claro que eles gostariam! Ela tem estado nessa bolha por tanto tempo que às vezes é difícil para ela se enxergar”.

Confira aqui a matéria original.

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Tradução por Vanessa Braz de Queiroz e Maria Eduarda Seabra.

Revisão por Kathy Vanessa