O jornal "The Guardian" publicou hoje (4), uma coluna que fala sobre como o single "Shallow" pode ser a música que define o ano de 2018.

A matéria fala sobre o sucesso da música e que, parte disso, pode ser por atingir determinadas pessoas aquelas cuja vida nem sempre foi justa. Também cita sentimentos que despertaram nos repórteres musicais, bons e ruins.

Por fim, o colunista nos mostra a mensagem que a letra do single carrega, e como é transmitida, pelos protagonistas do filme, sobre os altos e baixos da vida.

Confira a tradução completa:

Shallow: Como Lady Gaga e Bradley Cooper fizeram a música que define 2018

O hit da trilha sonora de Nasce Uma Estrela tem capturado o espírito de época – porque fala com aqueles cuja vida nem sempre foi justa

Aborde dez pessoas caminhando pelas ruas com fones de ouvido, e pelo menos uma delas estará ouvindo a trilha sonora de Nasce Uma Estrela. Provavelmente será Shallow, o primeiro single de Lady Gaga e Bradley Cooper.

Para mim, o filme trouxe de volta a adrenalina de ser um jornalista musical: a energia, o suor e o caos de estar nos bastidores; a capacidade extraordinária da música ao vivo de levantar o interior e o espírito, construir momentos de felicidade, companheirismo e claridade. O simples ato de se sentir vivo.

Mas também mostra uma outra adrenalina, o desespero. A decaída inevitável, o isolamento e os momentos autônomos na estrada quando o vício pode atropelar a alma. “Em todos os momentos bons, eu me vejo ansiando por mudanças,” eles cantam juntos no refrão. “E nos momentos ruins, eu tenho medo de mim mesmo.”

É tudo bem 2018. Bem parecido com o sucesso desgovernado (e inexplicável para mim) de "This Is Me" de "The Greatest Showman", que é uma música sobre reflexão interna e auto realização. Mas diferente de "This Is Me", esse não é um empoderamento que representa eu contra o mundo. É uma música que não só fala por aqueles cuja vida nem sempre foi justa ou gentil, mas também por aqueles que não tem toda aquela bondade interior também.

Shallow … ‘a água corre profundamente pelos livros de história do pop.’

Duas pessoas se juntam em um período de intensa vulnerabilidade e mergulham em um romance do destino – “estamos longes do raso agora”. Um mergulha na droga e no abuso de álcool, enquanto o outro sobe em direção à fama e credibilidade global. Os vocais de Lady Gaga são impressionantes: crus, guturais e poderosos. O diálogo Homem/Mulher evoca Fleetwood Mac em seu esplendor. Sara, em particular, vem a mente: “Afogando no mar de amor, onde todo mundo amaria se afogar.”

A água flui profundamente pelos livros da história pop: seja para ser golpeada por ondas (“Tem sempre uma sereia te cantando para o naufrágio,”) Thom Yorke canta em There There do Radiohead, um aceno para Odisseu em seu barco tentando encontrar o caminho para casa); purificada (“Me leve para o rio … purifique minha alma” – Al Green); ou saciada (“Eu poderia beber um engradado de você, e ainda continuaria de pé” – Joni Mitchell). A água é simultaneamente selvagem, indomável, perigosa, gloriosa e serena. Muito parecida com, eu acho, o amor.

As trilhas sonoras de Mamma Mia! Here We Go Again e The Greatest Showman têm dominado as vendas de álbuns desse ano (graças, eu suspeito, às crianças da trilha sonora de Frozen que estão crescendo). Mas Nasce Uma Estrela é para adultos. Enquanto uma vida se desvanece, outra começa. Eu continuarei ouvindo até… como um amigo disse, “Eu ouvi tanto que eu pensei que iria adoecer”.

Matéria Original.

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Revisão por Kathy Vanessa