A revista britânica de música NME postou nesta segunda-feira, dia 13, um ranking dos álbuns de Lady Gaga com avaliações individuais de cada um deles. A lista que contém os 7 álbuns da cantora, destacou "The Fame Monster" na primeira posição.

Confira a tradução do ranking:

Lady Gaga: ranking e classificação de cada álbum

Coloque suas patas para cima e junte-se a nós na jornada musical da Mother Monster...

Já se passaram 12 anos desde que Lady Gaga lançou seu single de estreia 'Just Dance' e deu ao mundo uma injeção muito necessária de estranheza e de pop entorpecedor. Ela passou a década seguinte lançando algumas das músicas que definiram nossa era, junto de álbuns que demonstraram sua habilidade camaleônica de se reinventar. A Gaga brilhante do álbum de estreia, 'The Fame', se transformou no glamour cravejado em couro para o industrial 'Born This Way', que então fez uma viagem no LSD pela Fábrica de Andy Warhol para 'ARTPOP', antes de emergir para um lado de roqueiro bêbado em 'Joanne'.

A sua última engrenagem parece ser uma mistura dessa jornada. Iniciado no começo deste ano com a animada 'Stupid Love', o sexto álbum de Lady Gaga, 'Chromatica', está bem próximo de nós.

Ou pelo menos estava antes da pandemia global atual. Gaga anunciou no mês passado que o álbum seria adiado indefinidamente enquanto ela disponibiliza seu tempo para tentar ajudar a humanidade, que – dados os $35 milhões de dólares que ela já ajudou a arrecadar para as organizações de socorro ao coronavírus em apenas uma semana – parece ter sido a decisão certa.

Ainda assim, com o álbum previsto para mais adiante, é um bom momento para revisitar a discografia de Lady Gaga. Coloque suas patas para cima e junte-se a nós na jornada musical da Mother Monster

7: "Nasce Uma Estrela" (2018)

Os puristas de Lady Gaga podem debater a inclusão de uma trilha sonora quando se considera o catálogo dela. E, para ser justo, eles têm um argumento. Muitas das faixas de 'Nasce Uma Estrela' nem mesmo contam com Gaga, focando na sua co-estrela e diretor do filme, Bradley Cooper. Ainda assim, Gaga é pedante, e levando em consideração que pode haver 100 pessoas em um lugar e apenas uma acredita em você, você sabe que ela gostaria que essa trilha sonora fosse incluída. O álbum tem seus momentos também. 'Shallow', o elemento central do filme, é uma balada crescente e poderosa, enquanto 'Hair Body Face' e 'Why Did You Do That?', certamente feitas para serem irônicas, são na verdade hits divertidos. Só que tudo está tão ligado com o filme e seus personagens que não há espaço para Lady Gaga como artista aqui.

6: "Cheek To Cheek" (2014)

Quem iria adivinhar que Lady Gaga iria arrematar um Grammy por um álbum colaborativo com Tony Bennett? Recheado de clássicos de jazz, essa mudança extrema inicialmente pareceu incongruente para a estranha que usou um vestido de carne e que se pendurou e fingiu estar sangrando enquanto se apresentava no VMA. Surpreendentemente, no entanto, é um tanto quanto agradável de ouvir. Tem uma versão lindamente produzida e cinematográfica de 'Nature Boy' de David Bowie, enquanto os vocais de Gaga frequentemente subestimados brilham nos clássicos de jazz, 'Ev'ry Time We Say Goodbye' e 'Lush Life'. Infelizmente, isso não tira o fato de que, no fundo, é apenas um álbum de ótimos covers de jazz.

5: "Joanne" (2016)

Nomeado e inspirado pela sua tia Joanne Stefani Germanotta, que faleceu antes de Gaga ter nascido, 'Joanne' é Lady Gaga da forma mais descarada. Foi uma decepção para muitos fãs, que preferem eletrônicos potentes às 'autênticas' origens americanas. A composição também é irregular, especialmente na segunda metade do álbum: 'Hey Girl' com Florence Welch é um plágio de 'Benny and the Jets', Come to Mama' é honkytonk* demais e 'Grigio Girls' falta a auto consciência cômica que deveria ter.

Honkytonk: simultaneamente um tipo de bar com acompanhamento musical (normalmente música country tocada ao vivo), típico do sul e sudoeste dos Estados Unidos, normalmente frequentado pela classe trabalhadora e um gênero musical do country.

Mas há vislumbres da Gaga clássica aqui. 'Diamond Heart' é, na opinião do autor, uma das suas melhores músicas; o toque enraizado de 'John Wayne' é entregue com um soco e uma piscada; e 'Dancin’ in Circles' é uma ode brilhante à masturbação. O problema é que, na maior parte do tempo, o álbum se leva muito a sério na busca exagerada por 'autenticidade'.

4: "The Fame" (2008)

Esse é o álbum que fez de Lady Gaga um nome conhecido, graças aos amantes de 'Just Dance', 'Poker Face' e a suprema 'Paparazzi'. Mas por toda a sua importância, também é o álbum mais genérico de Lady Gaga. 'Eh Eh (Nothing I Can Say)' pode ter sido um pop tropical antes do pop tropical se tornar tendência, mas é exageradamente adocicada, enquanto 'Starstruck' parece relativamente rudimentar, especialmente quando você a compara com algo como 'Paparazzi'. Do mesmo modo, a produção do álbum, apesar de efervescente na época, se achatou com o tempo, deixando músicas como 'Paper Gangsta' e 'LoveGame' lutando para acompanhar os padrões atuais. Há charme em abundância, no entanto, e desde a subestimada 'I Like It Rough' até a imponência da composição de 'Brown Eyes', Gaga certamente se provou uma força a ser reconhecida.

3: "ARTPOP" (2013)

O filho rebelde da discografia de Lady Gaga, 'ARTPOP', chegou em uma encruzilhada na carreira da cantora. Depois dela ter se machucado enquanto se apresentava e por estar sofrendo um caso sério de superexposição, Gaga decidiu que em vez de deixar o seu quarto álbum moderado, ela iria fazer o álbum mais explosivo, experimental e louco que se possa imaginar. A música de abertura do álbum 'Aura' é enlouquecida, assim como 'Mary Jane Holland' e 'Venus' (e quanto menos for dito sobre a música influenciada pelo trap, 'Jewels N' Drugs', melhor).

Ainda assim, há tanto para amar no meio do caos: o hit bissexual 'Sexxx Dreams' é um pop poderoso, e 'MANiCURE' dá uma dica sobre a trajetória que Gaga iria seguir com 'Joanne'. Existe um elemento assombroso na música-título do álbum também, enquanto 'Fashion!' é um aceno inteligente e brega para David Bowie. Tudo se amarra com a barulhenta 'Applause', um desfecho perfeito e barulhento para o álbum.

2: "Born This Way" (2011)

Com 17 faixas, o segundo álbum de Gaga pode ser um pouco inchado no meio, mas esse é um álbum carregado de coisas para dizer. A música título pode não corresponder com suas ambições grandiosas, mas o resto do álbum entrega. A batida industrial de 'Judas', 'Government Hooker' e 'Scheiße' complementam o rugido sujo dos anos 80 de 'Bad Kids' e 'Electric Chapel'. Músicas como 'Marry The Night' e 'The Edge Of Glory' são músicas pop poderosas na sua forma mais verdadeira: brilhantes, exuberantes e totalmente ridículas, completas com saxofones e conclusões bombásticas. Há até mesmo uma música chamada 'Highway Unicorn (Road To Love)', enquanto 'Heavy Metal Lover' conta com a letra: 'Pônei sujo, mal posso esperar para te lavar'. Incrível.

1: "The Fame Monster" (2009)

Existe um álbum perfeito? Talvez não, mas Lady Gaga chegou perto com 'The Fame Monster'. E, sim, é um álbum separado por mérito próprio – é muito, muito mais que apenas um relançamento do álbum de estreia, e as oito faixas adicionais são algumas das músicas pop mais famosas e bem construídas de todos os tempos. 'Bad Romance' continua sendo uma obra de arte bizarra e ambiciosa, pegando emprestado tanto do techno alemão quanto The Rocky Horror Picture Show e 'Alejandro', com seu aceno para ABBA e Ace of Base, onde parece espirituosa e atual, apesar de já ter uma década de idade. O único declive é 'Telephone', que subutiliza a estrela convidada Beyoncé, e mesmo assim ainda é um hit de classe A.

A imponente 'Dance In The Dark' é o equivalente auditivo de glitter caindo em uma poça profunda de sangue e mesmo os momentos mais conceituais do álbum, como 'Teeth' e 'Monster', são sólidos e impecavelmente executados. Muito além de apenas inundar o pop com estranheza, no entanto, 'The Fame Monster' provou o quanto o gênero pode ser inteligente, criativo e progressivo, e no processo confirmou Gaga como um de seus personagens mais importantes e empolgantes.

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Fonte

Tradução por Vanessa Braz de Queiroz