Em uma nova publicação feita nesta quinta-feira, dia 23, em seu site, o jornal britânico The Guardian classificou, em sua opinião, as "30 Melhores Músicas de Lady Gaga", com as quais criou um ranking, comentando brevemente sobre cada uma delas.

No ranking criado pelo jornal, músicas antigas e atuais se fazem presentes, estando "The Cure", "Monster" e "Telephone" entre elas, enquanto "Bad Romance" assume o topo.

Confira o ranking completo:

30 Melhores Músicas de Lady Gaga

Depois de seu triunfante show de caridade "One World: Together At Home" – e antes de seu álbum "Chromatica" – nós classificamos o melhor do pop glorioso de Stefani Germanotta.

30) "The Cure"

Um single independente que nasceu das sessões iniciais da Trilha Sonora de 2018 de "Nasce Uma Estrela", "The Cure" belisca de forma muito generosa o tropical, o "som do Spotify" de todos os tempos, mas por baixo dos sintetizadores brilhantes existe uma letra profunda sobre o poder de cura do amor. Lançada no Coachella em 2017, foi dedicada não só aos fãs dela, mas também a uma amiga próxima que estava com câncer.

29) "G.U.Y"

Zedd, produtor alemão EDM, ajuda a engenhar uma mistura absurda de sintetizadores rangendo, casas entrando em colapso e teatros de variedades no terceiro single do álbum caótico de 2013, "ARTPOP". Liricamente, Gaga explora o poder que se move por trás de posições sexuais específicas ("G.U.Y" significa Garota Submissa a Você), e então destrói tudo com essa lata-velha: "Love me, love me, please retweet".

28) "Speechless"

Enquanto o álbum de estreia de 2008, "The Fame", nos provocava com a ideia de Gaga como megaestrela, a oitava faixa do spin-off, "The Fame Monster", consolidou isso. Sua única balada convencional do álbum, "Speechless", é diferenciada. Mas é arrastada, com vocais encharcados de whisky e uma produção exagerada de rock dos anos 70 que a deixou com um tom brincalhão. Além disso: durante músicas eletrônicas e shows lotados, era a desculpa perfeita para uma ida ao bar ou ao banheiro.

27) "John Wayne"

Na maior parte do álbum de 2016, "Joanne", Gaga trocou o collant, o dance-pop dramático dos mal ajustados e o rock danificado. Zedd e Madeon foram deixados de lado; entraram Mark Ronson e Father John Misty. Felizmente um sinal de que a Gaga antiga pode ser encontrada no groove emborcado do campo na fantasia do cowboy "John Wayne".

26) "Gypsy"

"ARTPOP" viu Gaga passeando entre gêneros com mais de um sinal de desespero, mas ela encontra espaço para respirar no arranha céu de "Gypsy". O que começa como uma balada silenciosa se transforma em uma alegre e galopante batida, completa com uma letra central sobre a solidão da fama que não faz seus olhos se revirarem para fora de sua órbita.

25) "I'll Never Love Again"

Fazendo referência às baladas "Without You" e "All By Myself", essa música de "Nasce Uma Estrela" de encher os olhos de lágrimas recebeu o tratamento completo de Whitney Houston por Gaga, que não deixa uma única sílaba passar sem adornos. Essa é para a brigada anti-pop que continua pouco convencida da capacidade vocal dela.

24) "Heavy Metal Lover"

Com o riff central e sua referência lírica na ponte, a palpitante e excitante "Heavy Metal Lover" é a irmã mais descolada e mais velha da música ansiosa para agradar "Born This Way" (do álbum de mesmo nome). "I want your whiskey mouth all over my blond south", diz Gaga, antes de ler de um roteiro do Countryfile enquanto ela canta: "Dirty pony, I can’t wait to hose you down".

23) "Yoü and I" (Mark Taylor Remix)

"Yoü and I" originalmente apareceu na setlist da "Monster Ball" no início de 2011 como uma balada de piano contemplativa. No momento que apareceu no "Born This Way" mais tarde naquele ano, se transformou em um estranho híbrido de Queen (Brian May toca guitarra na música) e Shania Twain (o colaborador de longa data de Twain e ex-marido Mutt Lange a produziu), mas sem se apoiar o suficiente em qualquer um dos lados. No remix muito superior de Mark Taylor, a charada é resolvida e Twain reina suprema.

22) "Shallow"

Claro, Bradley Cooper tem uma rouquidão agradável na voz, mas é Gaga que pega o som instantaneamente retrô do hino empoeirado de "Nasce Uma Estrela" e dispara o foguete para cima. A frase: "I'm off the deep end, watch as I dive in", é a devastadora peça central da música, mas certamente o Oscar estava ganho a partir do momento que ela espetacularmente evoluiu para aqueles gemidos sem palavras que geraram um milhão de memes.

21) "Million Reasons"

Em retrospectiva, Gaga havia feito o teste para seu papel em "Nasce Uma Estrela" durante "Joanne", com essa balada amável e discreta mostrando seus vocais mais crus e a ideia de lutar pelo amor contra todas as probabilidades. A música foi impulsionada para o TOP 5 dos EUA três meses depois de seu lançamento depois da sua performance espetacular no Super Bowl LI em 2017.

20) "Perfect Illusion"

O emblema do quão entusiasmada Gaga estava de se afastar da sua antiga personalidade veio cedo na campanha de "Joanne". Lançando seu lead single, "Perfect Illusion", na BBC Radio 1, ela estava ansiosa para informar o público que a letra havia sido escrita em uma velha máquina de escrever, como se usar uma caneta a deixasse exposta demais para reivindicar frivolidade. Um vácuo de alegria similar quase arruina a própria música, mas é uma negligência na dose certa no inebriante turbilhão que é o glam rock de Kevin Parker.

19) "Telephone" (Feat. Beyoncé)

Apesar de ser uma das suas maiores músicas, Gaga confessou odiar "Telephone" durante uma entrevista com Popjustice em 2011, descrevendo sua produção e processo de mixagem como "muito estressante". Originalmente rejeitada por Britney Spears (sua demo vazou online em 2010), um dueto subsequente entre as duas foi sondado e foi cortado por Gaga, que optou por Beyoncé ao invés. De qualquer forma, o resultado é um monstro da pista de dança poderoso e em constante transformação sobre relacionamentos sufocantes. Tem a audácia de utilizar Beyoncé moderadamente e de alguma forma sair impune.

18) "LoveGame"

A história é que "LoveGame" foi escrita em apenas quatro minutos, com Gaga agitada de uma noite na balada. Notando um homem que ela estava interessada, ela aparentemente foi até ele e declarou: "I wanna take a ride on your disco stick", uma frase que ela mais tarde iria colocar nos versos da abertura da música.

17) "Monster"

Há mais conversa de pênis nessa palpitante fatia de dance-pop que mergulha no relacionamento de Gaga com sexo e homens maus em particular. Como ela exploraria mais tarde com "Judas" de "Born This Way", as dinâmicas se tornam crescentemente importantes à medida que a música continua, com os sintetizadores robustos dos versos dando lugar ao refrão reluzente.

16) "Applause"

À medida que a fama de Gaga crescia, sua visão de mundo parecia encolher. O lead single de "ARTPOP" focou no sentimento não exatamente relacionável de sentir falta de ter milhares de pessoas gritando por você; foi escrita depois que ela foi forçada a cancelar a turnê "Born This Way Ball" por causa de uma lesão no quadril. Abriga um de seus refrões mais animadores com Gaga soando delirante.

15) "Stupid Love"

Depois que a reação silenciosa a "Joanne" foi seguida pelo sucesso gigante de "Nasce Uma Estrela", muitos acharam que Gaga poderia persistir com um caminho mais rústico de cantora-compositora. Felizmente, a tons de neon, "Stupid Love" (o lead single, co-escrito com Max Martin, do álbum pendente, mas adiado "Chromatica") é um grande e estúpido retorno para o dance-pop estrondoso de "Born This Way", completo com um pré-refrão excepcional – "I freak out, freak out, freak out" – perfeito para uma academia em quarentena.

14) "Always Remember Us This Way"

A melhor balada de Gaga é também a música tema de Ally em "Nasce Uma Estrela". Assim como a maioria de suas melhores músicas, foi escrita e gravada rapidamente, com os vincos e arranhões em seus vocais adicionando a emoção por trás do pré-refrão delicado, antes de ela encontrar mais terra firme na linda estrada aberta que é o refrão.

13) "Born This Way"

"Born This Way" representou o primeiro passo errado real de Gaga nos olhos do público. Existiam críticas sobre as letras de salvadora dos gays, o uso de estereótipos raciais e, talvez mais crucialmente olhando do ângulo dos tablóides, a acusação de plágio de "Express Yourself" da Madonna. Como foi escrita covardemente para ser um hino franco e empoderado, quaisquer acusações de falta de nuance parecem perder o ponto principal do diálogo, e há algo inegavelmente intoxicante sobre o refrão gigantesco.

12) "Just Dance" (Feat. Colby O'Donis)

Por que você, Colby O'Donis? Para ser sincero, poderia facilmente ter sido Gaga que o tempo esqueceu, com esse single hedonista de estreia chegando em um tempo quando os charts dificilmente contavam com hits pop prontos para a pista de dança. O produtor RedOne, que trabalhou extensivamente em "The Fame" e "The Fame Monster", utiliza o sintetizador e baixo robusto que iriam se tornar sua marca, enquanto Gaga ataca os vocais com a paixão de alguém que percebe que essa é sua grande chance.

11) "Marry The Night"

Faixas do imenso álbum "Born This Way" fazem referência a religião, mas em "Marry The Night" – que abre com um órgão melancólico de igreja antes de explodir em um hit de boate impregnado com euforia do auge de Whitney – Gaga canta sobre os louvores de sua cidade, Nova Iorque, e sobre a coragem que teve que ter para não cair na armadilha da pós-fama de Hollywood.

10) "Scheiße"

Como a maioria de "Born This Way", a exultante e absurda "Scheiße" foi gravada em um ônibus de turnê enquanto Gaga cruzava o mundo com a "The Fame Monster Ball". Inspirada nas baladas noturnas de Berlim, é um sanduíche da cena techno da cidade com uma camada de Eurohouse brega, complementada com um sintetizador e um trecho chiclete em um alemão deturpado.

9) "Dance In The Dark"

Originalmente apontada como o terceiro single do "The Fame Monster", mas rejeitada pela Gaga em favor de "Alejandro", "Dance In The Dark" sempre foi a favorita dos fãs. Começando com uns gemidos orgasmicos e umas balbuciações que se transformam em um refrão deliciosamente ultrajante e arrebatador que atravessa a malha de sintetizadores como um laser. Liricamente, Gaga funde imagens góticas com a idéia de vergonha física durante o sexo.

8) "Sexxx Dreams"

Enquanto o primeiro single preferido do "ARTPOP", "Applause", é sobre ser Gaga - com a fama que ela desejava e agora uma espécie de prisão - a superior "Sexxx Dreams" celebra nada mais do que os prazeres de fantasias como "fazer coisas realmente indecentes" com outra pessoa. "Eu não acredito que estou te contando isso, mas eu tomei alguns drinks… Oh meu Deus!" Gaga dá umas risadinhas no meio, bêbada de luxúria.

7) "Poker Face"

Como se fosse para provar que seu single de estreia, "Just Dance", não foi por acaso, Gaga e RedOne aumentaram a aposta com o que se seguiu. Construída em torno de um sintetizador igualmente intoxicante e a característica inicial de ganchos repetitivos sem palavras, a Nº 1 global foi inspirada pelos esforços de Gaga em esconder o fato dela estar na cama com um ex-namorado ao mesmo tempo que fantasia em estar com uma mulher.

6) "Hair"

Inspirada nas bandas de heavy metal como Kiss e Iron Maiden, bem como o rock de Bruce Springsteen, "Hair" parece a peça central de um musical imaginário em uma jukebox revestida de couro. Na verdade, se você pensa assim, a premissa central da música - que a identidade e a autoconfiança podem ser influenciados por um corte de cabelo - parece menos banal, com as batidas largas da música e o charme ingênuo criam algo inegavelmente alegre.

5) "Judas"

Desdenhada na época como uma tentativa de Gaga refazer "Bad Romance", "Judas" se parece mais como uma sequência turbinada e gloriosamente desengonçada. Gaga alterna entre um quase rap robótico, um estranho uivo agudo e depois um refrão gradativo, um vocal de pop puro perfeito para onipresença do rádio. Por baixo da blasfêmia lírica, RedOne prepara uma sopa de House de força industrial, um electro agressivo e aos 2min 40seg o som de um sintetizador se desintegrando perfurado perfeitamente por um "Eww" indutor de leviandade por Gaga.

4) "Alejandro"

Inicialmente, devido a uma reação morna das rádios americanas, "Alejandro" se tornou um dos singles de Gaga mais duradouros. Talvez isso se deva pelas suas influências atemporais, sejam as referências líricas do Abba, ou pelo modo como seu BPM intermediário lembra o boom Eurodance dos anos 90, Ace of Base, um som que perdurou graças a contínua dominação pop da Escandinávia. Gaga, ocasionalmente testando um sotaque espanhol malandro, canta a sua despedida a um trio de homens nada bons com um delicioso floreio.

3) "Paparazzi"

Enquanto "Just Dance" e "Poker Face" ainda estavam sendo esnobadas como sorte, esse é um romance mais leve, completado com um coro ardente, mostrando um lado diferente da arte de Gaga. Ela também destacou a sua obsessão precoce por todas as facetas de ser famosa, com o tema central da música sendo a luta para equilibrar sucesso e amor refratados pelo prisma de cortejar os paparazzi. Em um exemplo anterior de seu gosto teatral, ela se apresentou no VMAs de 2009 da MTV enquanto se balançava, coberta de sangue falso, em um lustre.

2) "The Edge Of Glory"

O terceiro single do "Born This Way" manteve as coisas refrescantemente simples. Inspirada na morte de seu avô, sua mensagem central edificante de viver o momento é apoiada por uma estrutura pop direta que nunca complica o coro quase impecável. Querendo acrescentar o estilo Springsteen, Gaga convenceu Clarence Clemons, membro da E Street Band, a fazer um solo livre de saxofone.

1) "Bad Romance"

O cenário pop em que "Bad Romance" foi lançada em 2009 transbordava de alegria e entusiasmo no estilo mãos para cima. Gaga havia ajudado a animar a festa com o "The Fame", mas rapidamente viu a oportunidade de se tornar a excêntrica do pop com toque gótico, alguém que ativamente desejava um romance emocionalmente devastador e ruim, como oposição de desempacotar delicadamente as consequências dele numa produção popzinha. Em "Bad Romance" ela invade petulantemente em torno da cacofonia agitada de sintetizadores em constante expansão de RedOne, entrando e saindo de uma paixão perigosa. É uma música construída sobre camadas de ganchos incontestáveis, do começo "Oh oh oh" ao canto com seu nome embutido (perfeito para cimentar essa onipresença cultura) até a parte em que ela canta em francês sem nenhum motivo óbvio. Delirante, deliciosa perfeição pop.

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Fonte

Tradução por Vanessa Braz de Queiroz e Laíza Coelho

Imagem: Lauren Dukoff / Warner Bros. Pictures / Divulgação: The Guardian