Na última quinta-feira (27), o site UPROXX, que já comentou diversas vezes sobre os trabalhos de Lady Gaga, selecionou, em sua opinião, as 30 melhores músicas da cantora, criando um ranking.

Na lista das 30 músicas estão presentes desde faixas do seu primeiro álbum, "The Fame", até faixas do seu álbum mais recente, "Chromatica".

Leia a publicação completa traduzida:

As melhores músicas de Lady Gaga, ranqueadas

Lady Gaga; Mother Monster; Stefani Germanotta. Não importa o nome que ela utilize, é inegável que Lady Gaga é uma das estrelas pop mais empolgantes da geração. Desde sua estreia em uma grande gravadora com o "The Fame", de 2008, ela já vestiu vários chapéus: uma híbrida humana-motocicleta para seu segundo álbum, "Born This Way" (que fez 10 anos em 23 de maio); uma imagem Warholiana para "ARTPOP", de 2013; uma cantora de jazz chique, que virou a melhor amiga de Tony Bennett; uma defensora política da juventude marginalizada; uma atriz indicada ao Oscar (e musicista vencedora) e uma mulher de negócios que supervisiona tudo, desde a "Born This Way Foundation" a linha de cosméticos, "Haus Laboratories", dela. Ela até usou um chapéu, literalmente falando, se tornando totalmente cowgirl para o "Joanne", de 2016.

A jornada de Lady Gaga é inspiradora: desde as apresentações no Lower East Side de sua cidade natal, Manhattan, até tentar reproduzir a genialidade de David Bowie, Queen e Madonna, e se tornando uma artista totalmente realizada, cujo maior atributo é destemidamente ser ela mesma. Sua vulnerabilidade e vontade de experimentar cada centímetro de seu som e aparência afetou uma nova geração de cantores excêntricos, que agora também têm uma chance de fama, graças a Lady Gaga, que ajudou a pavimentar o caminho.

Para celebrar o crescente status de ícone de Lady Gaga, apresentamos uma listagem com nossas músicas favoritas.

30) "LoveGame" ("The Fame", 2008)

Lady Gaga compôs "LoveGame" em apenas quatro minutos, depois de chegar da balada, e teve como muso inspirador um cara que ela achava muito gato. A frase que ela canta - "Quero sentar no seu Disco Stick" - como introdução da música, virou de fato um cajado "Disco Stick", em forma de pedra preciosa, que foi visto em todos os lugares, desde o videoclipe e suas apresentações ao vivo até fantasias de Halloween. Embora não tenha envelhecido tão bem quanto ao restante do "The Fame", "LoveGame" foi essencial na construção da imagem de Gaga e sua conquista de espaço na música pop.

29) "Sour Candy" ("Chromatica", 2020)

Aqui, a cantora deixa seus convidados assumirem o show. A harmonia contagiosa e doce do grupo feminino de K-pop BLACKPINK dá vida ao título da canção, encantando os ouvintes na língua nativa delas, o coreano, e em inglesa. Os vocais de Gaga são uma espécie de sombra temperamental, pairando sobre a contagiante batida deep house (cortesia dos mestres do dance-pop BloodPop e Burns) que vai dar água na boca por toda a pista de dança.

28) "Sinner's Prayer" ("Joanne", 2016)

O chapéu de cowboy rosa que Lady Gaga usou durante sua era "Joanne", é justificado em "Sinner's Prayer". Uma melodia vibrante cantando "take me as I am", em midtempo, que faz uma fusão sincera de bluegrass, indie folk e pop - um produto de seus ecléticos colaboradores Mark Ronson, Father John Misty e BloodPop. Gaga não está procurando por nenhuma redenção aqui, contrastando a série de referências bíblicas lançadas ao longo da música. É uma maravilha que o Quentin Tarantino ainda terá de usar como trilha sonora para o próximo filme de faroeste dele.

27) "Teeth" ("The Fame Monster", 2009)

O "The Fame Monster" nos deu o primeiro gostinho do quão brilhantemente esquisita Lady Gaga se tornaria, e "Teeth" é o ponto alto disso. Co-escrita e co-produzida pela lenda do New Jack Swing, Teddy Riley, a faixa se destaca do resto do synth-pop do EP. "Dê uma mordida na minha carne de menina má", a cantora ordena, em uma produção instável e funkificada que se afronta o lado mais religiosos mais conservadores. Deixe a Gaga mostrar como fixações orais podem soar complicadas.

26) "Million Reasons" ("Joanne", 2016)

A era "Joanne" teve uma Gaga tropeçando um pouco, enquanto tentava fundir country e pop de forma integrada. E, embora "Million Reasons" não seja sua balada mais forte, é certamente uma das mais tocantes. A ternura da música parece ressoar com Gaga também. Foi a mais intimista durante a "Joanne World Tour" dela e ela a performou em quase todas as oportunidades que teve, desde o Grammy Awards (em que ganhou uma indicação em "Melhor Performance Pop Solo") até seu show no intervalo do Super Bowl em 2017. "Million Reasons" até se infiltrou em sua campanha promocional de "Nasce Uma Estrela", dois anos depois, assumindo uma nova vida como a agora infame citação "podem haver 100 pessoas numa sala [...]".

25) "Eh, Eh (Nothing Else I Can Say)" ("The Fame", 2008)

Claro, alguns fãs podem chamar essa faixa de básica. Mas nem toda música de Lady Gaga tem o objetivo de bater na sua cara com sintetizadores de outro mundo. "Eh, Eh (Nothing Else I Can Say)" é revigorante por causa de sua natureza simplista. Pegando emprestado das melodias Eurodance dos anos 90, ouvidas em "Ace Of Base", a música é uma irresistível felicidade pop chiclete. O vídeo dirigido por Joseph Kahn amplifica esse sentimento, com Gaga abraçando sua herança italiana como uma dona de casa pronta para encontrar um novo homem em um mundo de sonhos inspirado na Itália dos anos 50.

24) "Dancin' In Circles" ("Joanne", 2016)

Quem diria que Beck era tão peculiar? Artista de rock experimental, co-escreveu esse hino de amor próprio, que também funciona como a versão milenar do clássico de 1990 do Divinyls, "I Touch Myself". Uma fusão de reggae, ska e pop, "Dancin' In Circles" mostra Gaga ansiando por prazer... se ao menos seu parceiro estivesse por perto. A cantora já homenageou a masturbação antes (ouça "So Happy I Could Die" do "The Fame Monster" e "Sexxx Dreams" do "ARTPOP"), mas aqui ela faz a solidão parecer muito gostosa.

23) "Stupid Love" ("Chromatica", 2020)

Após as críticas mornas de "Joanne" e Gaga entrando ainda mais na indústria do cinema, muitos se perguntaram se ela seria capaz de retornar à sua forma original de filha rebelde do pop. Bem, "Stupid Love", o primeiro single de "Chromatica", provou que a faísca não apagou. As melodias disco-pop massantes, combinadas com vocais do estilo dos anos 80, transportaram os céticos de volta aos primeiros momentos da carreira dela. Em parte, é graças ao co-escritor e mentor do pop Max Martin, marcando a primeira vez que a dupla colaborou. "Stupid Love" é um club jam bobo e alegre que não se leva muito a sério, deixando todos nós sem escolha a não ser "surtar, surtar, surtar, surtar [freak out]".

22) "Electric Chapel" ("Born This Way", 2011)

Há uma música no "Born This Way" intitulada "Heavy Metal Lover", mas "Electric Chapel" é onde o heavy metal é realmente encontrado. Misturando o melhor de Iron Maiden, Van Halen e Judas Priest em um liquidificador, a faixa transporta você para os dias de glória do gênero dos anos 80, assim que aquele riff afiado entra em ação. Como muitas músicas do álbum, é estelar mistura de metáforas religiosas e de música pop, com Gaga substituindo uma igreja tradicional por um espaço seguro, cromado, para fãs e amantes.

21) "G.U.Y." ("ARTPOP", 2013)

"ARTPOP" continua sendo a era mais estranha de Gaga, e é uma pena que "G.U.Y." ficou preso sob toda a teatralidade. Um hino poderoso para toda a eternidade, a música é para as meninas e os gays que se orgulham de serem submissos - mas apenas no quarto. Significando "Girl Under You", Gaga se juntou a Zedd para uma melodia vibrante recheada de inteligentes duplos sentidos (a linha "retuíte" faz referência ao ícone do Twitter que lembra a posição 69). O curta-metragem de sete minutos levou a excentricidade da música a novas alturas, estrelando o elenco do reality show da Bravo, "The Real Housewives Of Beverly Hills", que se deleita com a extravagância exagerada da artista.

20) "So Happy I Could Die" ("The Fame Monster", 2009)

Para a maioria dos cantores pop, uma canção intitulada "So Happy I Could Die" é mais irreverente do que metafórica. Mas Gaga sempre levou seus significados um passo adiante. Este corte profundo no "The Fame Monster", tem um transe de tom sombrio, abrangendo tênue linha de desfrutar dos efeitos livres do álcool e do medo do vício. Ao longo de todo esse conflito interno, ela acaba conhecendo uma loira-lilás que desperta sua bi-curiosidade. No geral, "So Happy I Could Die" exala pura euforia que faz você querer subir aos céus depois de ouvir uma única vez.

19) "Applause" ("ARTPOP", 2013)

"Applause" significava o quão gigante Lady Gaga havia se tornado. Ela não era mais a garota ítalo-americana de Nova Iorque lutando para encontrar shows em bares locais. Não, ela era uma superestrela genuína cuja respiração dependia do elogio de seus fãs obstinados. Esse tipo de co-dependência foi a base para "Applause", que foi escrita depois que a cantora teve um hiato de seis meses, após uma cirurgia no quadril. Durante esse tempo, ela ansiava pela atenção de Little Monsters gritando seu nome em arenas esgotadas. O videoclipe, dirigido pela dupla de fotografia de moda Inez e Vinoodh, foi uma mescla da autoconsciência da musicista e da garota excêntrica teatral. Ela mesma resumiu da melhor maneira: "A cultura pop estava na arte, agora a arte da cultura pop, está em mim!"

18) "Scheiße" ("Born This Way", 2011)

Como a maioria do "Born This Way", "Scheiße" foi o produto das sessões de gravação no ônibus de turnê de Lady Gaga, enquanto ela viajava pela Europa, durante a turnê "Monster Ball". A música é o caos total de uma maneira que só Gaga poderia fazer, começando com uma língua alemã puramente sem-sentido. É um clássico ridiculamente cativante de Eurodisco, techno e electroclash encontrado nos cantos mais profundos de Berlim, conectado por sintetizadores zumbindo e uma batida alucinante. "Scheiße" é uma de suas músicas mais libertadoras, comandando a pista de dança tão fortemente quanto ela comanda os direitos de empoderamento feminino: "Se você é uma mulher forte / Você não precisa de permissão".

17) "Swine" ("ARTPOP", 2013)

Se "Scheiße" é caótico, então "Swine" é o caos que cria o furacão. O corte profundo do "ARTPOP" é um manicômio melódico, com Gaga usando a sua agressão sexual por um produtor musical aos 19 anos como uma liberação emocional. Sendo genial como é, ela transformou aquela memória traumática em um apelo inquietante para aqueles que se aproveitam dos outros. "Você é apenas um porco dentro de um corpo humano / grunhe, grunhe, grunhe, grunhe alto, você é tão nojento!", ela geme no refrão, que ela intensificou durante uma performance cheia de vômito no SXSW de 2014. Depois que a música termina, você fica com repulsa e inquietação - não apenas pelos homens predadores que ainda vagam livremente pela terra, mas pelos demônios internos que você tentou e não conseguiu suprimir.

16) "Just Dance" ("The Fame", 2008)

Imagine isto: é o início da primavera em 2008 e os alunos que estão voltando das férias ainda estão ansiosos para festejar até o sol raiar. Entra em cena uma cantora relativamente desconhecida de Nova Iorque que está focada em dominar o mundo pop. "Just Dance", produzidA por RedOne e co-escritA por Akon, foi o primeiro single de Lady Gaga, atordoada e bêbada. Usando a dança como remédio para nossos problemas, a música reproduziu aquela sensação do chão pegajoso e suado da balada para crianças da geração Y em todos os lugares. Foi um sucesso lento: só alcançou o topo da Billboard Hot 100 depois de cinco meses nas paradas, mostrando que Gaga estava aqui para ficar. Não se pode dizer o mesmo de Colby O'Donis, cujo verso clichê de convidado permanece preso nas baladas do final dos anos 2000.

15) "I'll Never Love Again" ("Nasce Uma Estrela", 2018)

Lady Gaga está no seu melhor quando está rodeada de todos os sintetizadores malucos (mas ainda amados) e igualmente quando apenas acompanhada por um piano. Ela gravou muitas baladas de piano, mas a vencedora do Grammy "I'll Never Love Again" é absolutamente devastadora. Servindo como a cena final de "Nasce Uma Estrela", a faixa combina duas tragédias: a perda fictícia de Jackson Maine, de Bradley Cooper, e a perda na vida real de Gaga de sua amiga de infância, Sonja Durham. Gaga, que chegou do set do filme, do hospital, apenas 10 minutos depois que Durham morreu de câncer, despejou cada centímetro de sua dor na música e na cena. É um dos momentos mais poderosos do filme que se assemelha a "I Will Always Love You", de Whitney Houston, de "O Guarda-Costas", de 1992.

14) "Bloody Mary" ("Born This Way", 2011)

O amor é o pecado mais doce em "Bloody Mary", uma das músicas mais sonoramente perversas do arsenal da Mother Monster. Aqui, Lady Gaga desempenha o papel de Maria Madalena, que ela chamou de "a namorada do maior rockstar". Seu objetivo final é ser sedutora demais da conta para a Igreja Católica - mas é isso que a torna tão satisfatória. Pode haver cantos de inspiração gregoriana e promessas de dançar como Jesus disse, mas os efeitos vocais distorcidos e gritos de dor de "AMOR!" mantém a música distintamente Gaga.

13) "Rain On Me" ("Chromatica", 2020)

É sempre as colaborações de Lady Gaga com outra estrela pop, e "Rain On Me" não foi exceção. Ela visitou sua colega italiana, Ariana Grande, para este single edificante que deu esperança aos ouvintes no início da pandemia. Elas vivem brevemente em sua dor, mas também a transformam em positividade. Durante uma entrevista de 2020 com Zane Lowe, da Apple Music, Gaga revelou o verso: "Eu preferia estar seca, mas pelo menos estou viva", também fazendo referência à sua luta contínua com a sobriedade, um assunto que ela aborda desde o início de sua carreira. Essa vulnerabilidade é o que mantém "Rain On Me" ponderada e não apenas uma música pop amigável para o rádio.

12) "The Edge Of Glory" ("Born This Way", 2011)

"Born This Way" celebra os dias de glória do rock e pop dos anos 80, e "The Edge Of Glory" encapsula totalmente a liberdade sonora da década. É uma correria total, com os vocais de Gaga crescendo o suficiente para lotar estádios que, mais tarde, cantariam junto. Inspirada pelo falecimento de seu avô, Gaga canaliza seu Bruce Springsteen interior para enfatizar a importância de valorizar cada momento da vida. E que melhor maneira de homenagear o The Boss do que convidando Clarence Clemons? Aqui, o saxofonista falecido da banda E Street adiciona um sentimento de esperança à faixa já galvanizante.

11) "Yoü And I" ("Born This Way", 2011)

Enquanto "Million Reasons" teve uma tentativa instável de country moderno, "Yoü And I" transbordou isso. A excentricidade característica de Gaga ainda está no cerne deste midtempo convidativo indicado ao Grammy, mas (como com muitas músicas em "Born This Way") ela desbravou um território sônico intocado. Uma ode ao seu "cara legal de Nebraska" (terra de seu então namorado, Lüc Carl), é o momento mais puro de "Born This Way". Encharcado de uísque e beijos, era para ser um clássico americano graças à *sample de "We Will Rock You", do Queen (Brian May toca guitarra na faixa) e à produção da lenda do rock de arena, Mutt Lange. "Yoü And I" também serviu de introdução para o alter-ego desordeiro de Gaga, Jo Calderone, que precisa urgentemente de um reaparecimento.

10) "Telephone" ("The Fame Monster", 2009)

Lady Gaga e Beyoncé começaram a colaboração com "Video Phone", de 2009, no "I Am... Sasha Fierce". Originalmente destinada à Britney Spears, a indicada ao Grammy "Telephone" é um turbilhão pop que ficou ainda mais louco com o curta-metragem de nove minutos que começa de onde "Paparazzi" parou. Inspirado por clássicos de Quentin Tarantino como "Kill Bill: Volume 1" e "Pulp Fiction", o vídeo segue Beyoncé resgatando a sua melhor parceira de crime da prisão, enquanto as duas planejam uma colorida matança em uma lanchonete. É atrevido ("Vamos fazer um sanduíche!"). É simplesmente divertido assistir duas estrelas pop criarem mágica. "Telephone" foi um espetáculo tão grande que você quase esquece que uma potência como Beyoncé é utilizada com moderação.

9) "Poker Face" ("The Fame", 2008)

Claro, "Just Dance" foi o single de estreia de Lady Gaga. Mas se você deixar os fãs contarem, é "Poker Face" que significa seu grande avanço. A música vencedora do Grammy, no topo das paradas, é uma reviravolta no popular jogo de cartas Texas Hold 'Em. Mas, em vez de jogar por fichas, Gaga está jogando com seu homem que não sabe que ela prefere estar com uma mulher. E seu fascínio é tão viciante quanto a música, com seu robótico "Mum-mum-mum-mah", refrão pop puro e acomodações líricas como, "Porque estou blefando com meu muffin". "Poker Face" foi salva de ser muito brega com a interpretação teatral de piano de Gaga, que mais tarde foi coberta em programas de sucesso como Glee e sampleada no single "Make Her Say", de Kid Cudi.

8) "Speechless" ("The Fame Monster", 2009)

Na época de "The Fame Monster", Lady Gaga era vista mais por seus trajes malucos. Mas, sob os laços de cabelo e vestidos de bolha, estava uma vocalista e pianista imensamente talentosa. Ela mostrou isso em "Speechless", que poderia caber nos dias de apogeu do Queen tão facilmente quanto sob as luzes brilhantes da Broadway. Escrita como um apelo para que seu pai, Joseph Germanotta, que fizesse uma cirurgia de coração aberto, a balada é um desejo apaixonado, envolto em melodias de rock dos anos 70. Faça um favor a si mesmo e confira a apresentação ao vivo, que afoga a original com emoções avassaladoras.

7) "Dance In The Dark" ("The Fame Monster", 2009)

Peça a qualquer Little Monster para escolher a música mais subestimada de Lady Gaga, e todos os sinais apontarão para "Dance In The Dark". Era para ser o terceiro single do "The Fame Monster", mas foi esquecido pela homenagem ao ABBA e Madonna em "Alejandro". No entanto, "Dance In The Dark" continua sendo adorado por seus temas de imagem corporal crua. À primeira vista, é uma experiência orgástica adequada para os porões BDSM mais corajosos. Mas assim que as luzes se apagam, isso revela uma série de inseguranças de não querer que seu parceiro veja seu corpo nu. Esse sentimento de vergonha é cimentado no abridor de referência de cirurgia plástica: "Silicone, soro fisiológico, veneno / Injete em mim, querido/ Eu sou uma vadia livre". O glamour trágico continua com a ponte, que evoca a palavra falada de Madonna em "Vogue", prestando homenagem a divindades da cultura pop que já se foram, como Marilyn Monroe, Sylvia Plath, JonBenét Ramsey e a Princesa Diana.

6) "Shallow" ("Nasce Uma Estrela", 2018)

É difícil lembrar a última vez que um filme trouxe um dueto marcante como "Shallow", de "Nasce Uma Estrela". Claro, foi emocionante ouvir Bradley Cooper explorar o terreno musical. Mas a emoção da música foi a humanização de Lady Gaga, que se tornou comum, enquanto mostrava o quão forte sua voz evoluiu. "Shallow" tem tudo a ver com dar um salto, seja com fé ou amor, junto de alguém, e mergulhar de cabeça. Após ganhar dois dos quatro prêmios Grammy, o Oscar e o Globo de Ouro de "Melhor Canção Original" (entre outros elogios), e se tornar o número 1 há mais tempo de Gaga, nas paradas de Canções Digitais da Billboard, "Shallow" ficou maior do que a própria música. Assim como o Jackson Maine de Cooper, não poderíamos deixar de dar uma olhada em Ally de Gaga, o mundo inteiro não poderia deixar de apertar o botão "repetir" apenas mais uma vez.

5) "Judas" ("Born This Way", 2011)

Uma música-tema para os santos tolos de todo o mundo, "Judas" é sobre traição. Mas ao invés de uma simples recontagem de Judas Iscariotes, Gaga se coroou como Maria Madalena, enquanto ela lutava entre escolher Jesus (retidão) ou Judas (tentação). Suas letras sobre o desejo de perdão por seus pecados passados são quase apagadas por intensos sintetizadores de inspiração industrial. Mesmo a própria Gaga não consegue se decidir sobre a direção sonora, alternando entre um tom robótico, e quase caribenho nos versos, e um power pop borbulhante no refrão, criado para o rádio. Os tons góticos ganham vida no videoclipe, que reinventa Jesus e seus Doze Apóstolos como uma gangue de motoqueiros barulhentos, com Judas interpretado por Norman Reedus, do "The Walking Dead". Se qualquer outra contraparte do pop tentasse se espelhar em "Judas", falharia miseravelmente. Mas a magia da Mother Monster é que ela pode fazer algo completamente desequilibrado parecer bonito.

4) "Marry The Night" ("Born This Way", 2011)

Lady Gaga frequentemente transforma sua dor em arte, e seu trauma transborda em "Marry The Night". Olhando para o título, pode parecer uma mera melodia de balada. Mas o curta-metragem de 14 minutos que o acompanha revela as partes turbulentas e belas de sua história de vida. "Eu vou ser uma estrela", ela diz chorosa no vídeo, querendo dizer cada sílaba. "Você sabe por quê? Porque não tenho mais nada a perder". Ela lutou contra uma agressão sexual que resultou em uma gravidez indesejada, insalubridade mental, fibromialgia, ser rejeitada por grandes gravadoras, alcoolismo e muito mais. Mas o que sempre a salvou foi seu amor pela família e, claro, pela música. "Marry The Night" é sobre sucumbir aos seus sonhos de todo o coração. Para Gaga, isso significava encontrar consolo nos bares e baladas de sua cidade natal, onde ela poderia criar espaços seguros e, por fim, lançar sua carreira. Claramente, este não é um conto de fadas comum. "Marry The Night" tem uma mensagem de resiliência, tenacidade e força, tudo embrulhado em um hino para dançar irresistível. O que mais você poderia pedir?

3) "Born This Way" ("Born This Way", 2011)

Eles não a chamam de "Mãe Monstro" à-toa. Defensora de longa data da comunidade LGBTQIA+ e de comunidades étnicas marginalizadas, a cantora utilizou seu instinto maternal para dar conforto àqueles que eram rejeitados por viverem em sua verdade. Quando a infame Lady Gaga, em um vestido de carne, durante o discurso de recebimento de "Video do Ano" por "Bad Romance", no MTV VMAs em 2010, cantou um pedaço da canção pela primeira vez, ninguém imaginou que se tornaria algo tão grande. Sim, isso se eleva diretamente das melodias edificantes de "Express Yourself", de Madonna (o ícone mais tarde performou um mashup provocador junto de "She's Not Me", durante a turnê MDNA de 2012). Sim, foi um dos primeiros erros de Gaga, já que suas palavras escolhidas de "chola" e "oriental" foram recebidas com críticas. Mas, como acontece com qualquer música pop inovadora, a polêmica só aumentou seu apelo. "Born This Way" é um hino que ressoa tão alto nas ruas das paradas anuais do Orgulho LGBTQIA+ em todo o mundo quanto nas paredes cheias de pôsteres de artistas femininas dos jovens queers da América Central. Mas seu significado consegue ir mais fundo do que isso, surgida em um momento sócio-político que será gravado nos livros de história para as gerações vindouras.

2) "Paparazzi" ("The Fame", 2008)

Da trágica morte da princesa Diana à breve queda de Britney Spears, os paparazzi se tornaram uma das partes mais insidiosas, porém inseparáveis ​​de Hollywood. E em "Paparazzi", Lady Gaga aborda isso através de um olhar de terror. O tom adocicado da cantora embeleza a faixa, de modo a disfarçar os ouvintes de suas qualidades sinistras e sutis. O relacionamento das celebridades com a mídia e os paparazzi é um cabo-de-guerra vergonhoso, todos contando uns com os outros para flutuar sobre as águas agitadas da fama. É sua música mais inteligente até agora, equilibrando perfeitamente um duplo significado de perseguir um amante e uma celebridade. "Paparazzi", posteriormente, solidificou seu lugar na história da cultura pop com o vídeo musical atrevido. Com suas referências a "Vertigo", de Alfred Hitchcock, e "Metrópole", de Fritz Lang, o curta segue a queda de Gaga e ascensão à fama após matar seu namorado igualmente faminto por atenção (interpretado por Alexander Skarsgård). Um ano após seu lançamento, a sangrenta performance teatral de Gaga no VMAs da MTV, que a deixou balançando no teto, provou que ela não era uma estrela pop comum.

1) "Bad Romance" ("The Fame Monster", 2009)

Pergunte a qualquer fã de Lady Gaga sobre a primeira vez que assistiram ao vídeo "Bad Romance" e eles irão detalhar a memória com entusiasmo. Para mim, foi meu primeiro ano de faculdade: alguns calouros e eu nos reunimos em volta do meu laptop ruim para assistir à estreia em seu site oficial. Nossas expressões rapidamente alternaram entre um ataque de excitação vertiginosa e uma admiração de cair o queixo. Assim que aquele "Rah, rah, ah, ah, ah / Roma, Roma-ma / Gaga, ooh la la" zumbiu em nossos ouvidos, sabíamos que estávamos testemunhando a história.

"Bad Romance" foi a primeira amostra da fórmula que Gaga ainda usa até hoje: melodias pop puras, acenos de seu amor pela musica dance dos anos 80 e 90, referências da cultura pop (todo o segundo refrão traz clássicos de Hitchcock como "Psycho", "Vertigo" e "Rear Window"), um refrão amigável para o rádio, que grudou nas paradas como mel, e uma forte dose de estranheza "mas o que é isso" que mantém a cantora em seu próprio caminho. A música cortou o pop fofinho que estava pesando no gênero na época, hipnotizando com suas batidas clamorosas e chocando com um videoclipe explícito. É pura arte performática que pega emprestado do amor de Michael Jackson pelo espetáculo exagerado e do delírio visual de Stanley Kubrick. Aqui, Gaga é sequestrada e enviada para uma casa de banhos russa, onde é forçada a se apresentar pelo lance mais alto. Mas ao invés de se estabelecer, ela queima tudo (incluindo o gangster sujo em sua cama). Nas palavras de Miley Cyrus, ela não poderia e nunca será domada.

"Bad Romance" deixou claro que Lady Gaga não era uma cantora para se vacilar - uma atitude que ela carregou ao longo de sua carreira desde então. E mesmo que ela tenha trocado aquelas icônicas botas Alexander McQueen Armadillo no vídeo por um visual mais recatado, a estrela continua a esmagar qualquer um que se atreva a pisar em seu caminho.

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Fonte

Tradução por Gustavo Kolliner