Novas músicas, um novo álbum de estúdio, show no Coachella, esses são apenas alguns dos acontecimentos previstos na agenda de Lady Gaga para 2025.
Enquanto acompanhamos essa "pré era" LG7, a artista segue concedendo entrevistas falando sobre esses projetos e, aos poucos, vamos criando teorias e expectativas sobre o que vem por aí.
Em entrevista ao Los Angeles Times - que revelou que a Mother Monster realizou gravações audiovisuais nesta semana em um estúdio em Santa Monica, Califórnia, Gaga falou sobre os trabalhos que chegam no próximo ano.
Durante o bate-papo, a artista voltou a citar o "caos" como peça do novo disco.
"Essa é a resposta para todo o caos da minha vida: encontrar paz com o amor. Cada música que escrevi foi como ser levada por esses sonhos que eu tinha sobre o passado - quase como uma lembrança de todas as más decisões que tomei na vida. Mas tudo termina em um lugar muito feliz", disse.
Ela ainda confirmou Gesaffelstein como um dos produtores do LG7.
Além disso, Gaga também relembrou a colaboração de maior sucesso de 2024, Die With A Smile, lançada junto com Bruno Mars. Ela ainda revelou que continuará cantando Jazz no futuro.
"Definitivamente vou continuar cantando jazz no futuro, com certeza. Jazz é uma parte enorme do meu coração. Sempre amei, e foi muito emocionante quando pude fazer isso com o Tony [Bennett].".
Leia a tradução completa:
P: Pelo que entendi, “Die With a Smile” surgiu de uma ligação noturna do Bruno.
R: Estávamos conversando sobre trabalhar juntos e tentando descobrir o que faríamos. Ele me ligou e disse: “Tenho uma ideia.” Eu realmente queria ouvir o que ele estava fazendo, então fui até lá bem tarde, e ele me mostrou o início dessa ideia. Ele tinha algumas ideias diferentes, mas eu disse: “Essa é uma música de amor — acho que as pessoas adorariam nos ouvir cantando uma música de amor.”
P: O que chamou sua atenção na ideia dele?
R: Foram as letras — essa ideia de uma música sobre o que faríamos se o mundo estivesse acabando. Eu lembro de sentir que era uma música que as pessoas precisavam ouvir. Eu escrevo música o tempo todo e, às vezes, sinto que estou criando algo que algumas pessoas vão gostar. Mas há outras vezes em que você trabalha em algo e sabe que isso vai tocar profundamente pessoas de todos os tipos. Eu soube disso imediatamente.
P: Os acordes dessa música são incríveis.
R: Acordes ricos, lindos. Na verdade, essa foi uma das primeiras coisas que fizemos. Eu sentei ao piano e disse: “OK, Bruno, me mostre os acordes.” Acho que ele não sabia o quanto eu era musicista.
P: Vocês gravaram juntos?
R: Gravamos minha parte juntos. Parte da magia da música é a conversa que ela transmite. Eu, na verdade, não gosto de fazer colaborações por telefone ou e-mail. Todos nós estávamos no estúdio juntos. Eu estava ao piano enquanto escrevíamos, tentando realmente entrar na cabeça dele. E quando estava cantando, ele me guiou por cada entonação de como ele ouvia a música. Tive algumas opiniões bem fortes sobre as harmonias — queria que elas fossem super anos 70.
P: É difícil situar a música no tempo, embora os anos 70 sejam definitivamente parte dela.
R: Aquela harmonia no refrão. Acho que a música daquela época meio que definiu o que é atemporal — um clássico, sabe? Às vezes, quando estou no estúdio, intencionalmente não penso em algo clássico.
P: Você tenta imaginar algo que nunca foi feito antes.
R: Sim, talvez algo um pouco avant-garde ou esquisito. Eu amo coisas esquisitas, mas essa música era mais sobre beleza e sinceridade. E ela é suave.
P: Para mim, a música evoca alguns duetos clássicos: “On My Own” de Michael McDonald e Patti LaBelle e “Endless Love” de Diana Ross e Lionel Richie.
R: Eu estava pensando em Carole King e James Taylor. Havia algo tão especial quando eles cantavam juntos — era tudo sobre o que eles diziam um para o outro. Mas acho que “Die With a Smile” é única de certa forma em 2024. Estamos dizendo coisas que talvez não estejam acontecendo em todos os discos.
P: Certamente não se encaixa no que está tocando nas rádios agora.
R: Acho que não estávamos preocupados com isso. Gosto de não me encaixar.
P: Você retorna a baladas regularmente ao longo de sua carreira.
R: Estou pensando em uma música que não coloquei no meu [próximo] álbum que, na verdade... posso lançá-la, então não quero compartilhar o nome. Você quase me pegou [risos]. Ela é muito frágil e não é grandiosa — uma das primeiras vezes que fiz algo assim. Mas eu gosto de baladas grandiosas. Você pode cantar sobre o amor de uma maneira grande. Eu amo música emocional e dramática, seja James Taylor e Carole King ou David Lee Roth.
P: Como você definiria o estilo visual que você e Bruno adotaram para “Die With a Smile”?
R: Estávamos olhando para shows de variedades e imaginando que éramos um casal da TV. Mas também disse ao Bruno: “Ainda vou ser um dos caras.” Uma das grandes honras de estar em uma música com Bruno Mars é a forma como ele me vê. Eu não queria ser apenas “a esposa”. Então, no clipe, ela meio que assume o controle da situação. Você também sente que esse é um casal que está fazendo isso há muito tempo. Foi a primeira vez que Bruno e eu fizemos algo juntos, mas não parece?
P: Vocês são profissionais.
R: Sim, mas às vezes isso não acontece. Há uma naturalidade — ele é como um irmão. Ambos adoramos ensaiar também. Isso é algo que temos em comum
P: No vídeo, você está fumando um cigarro até o último segundo antes do seu verso.
R: Queria criar a semelhança de um personagem que tinha algo a dizer. E é levemente subversivo — tipo, você está falando sobre o fim do mundo e estou fumando um cigarro. Há algo meio sombrio nisso.
P: O lançamento dessa música me fez pensar se havia uma conexão com “Joker” ou com “Harlequin”, o álbum de jazz standards que você fez para acompanhar o filme. Na sua mente, “Die With a Smile” existe nesse mundo?
R: Acho que não. Quero dizer, isso não foi feito para isso. Mas isso estava acontecendo na minha vida na época em que escrevemos e gravamos, então é difícil dizer não totalmente, porque essas coisas sempre ricocheteiam umas nas outras. Acho que o humor que encontramos no vídeo deve ter sido algo que estava dentro de mim — essa ideia de uma história triste que tem um pouco de comédia. Cantar sobre morrer não é algo que você associaria com sorrir, mas de alguma forma tudo faz sentido quando você pensa na doçura do que estamos tentando dizer.
P: A música está conectada ao que está acontecendo no LG7?
R: Absolutamente. “Die With a Smile” está no meu disco — é uma grande parte do meu álbum. Era como essa peça que faltava. O disco está cheio do meu amor pela música — tantos gêneros diferentes, tantos estilos, tantos sonhos diferentes. Ele salta entre gêneros de uma forma quase corrupta. E termina com amor. Essa é a resposta para todo o caos da minha vida: encontrar paz com o amor. Cada música que escrevi me levou a diferentes sonhos sobre o passado — quase como uma recordação de todas as más decisões que tomei na vida. Mas termina em um lugar muito feliz.
P: Você será a atração principal do Coachella em abril, o que será sua segunda vez lá, depois de se apresentar em 2017. Quando o anúncio foi feito, você disse: “Eu tive uma visão que nunca consegui realizar totalmente no Coachella” e que estava “querendo voltar para fazer isso da maneira certa.” Pode elaborar?
R: Bem, por razões totalmente fora do meu controle, houve um cancelamento —
P: Beyoncé cancelou em 2017 porque estava grávida, e você entrou no lugar dela.
R: Eu realmente queria estar lá para os fãs de música, e na época havia todo esse entusiasmo por poder filmar partes de Nasce Uma Estrela no Coachella. Mas eu só tive duas semanas [para me preparar para o show]. Então, para projetar um palco, mandar fazer, todas essas coisas — eu não tive tempo de fazer totalmente o que realmente queria fazer. Eu amo música. Amo me apresentar. Amo os fãs de música. E fiquei muito animada em filmar partes do nosso filme lá. Então eu fiz isso, e adorei. Mas sabe quando você tem uma visão na sua mente de como quer fazer algo? É hora de fazer acontecer.
P: Qual é sua relação com festivais de música?
R: Para mim, festivais de música fazem parte da comunidade da música. Eu costumava ir muito ao Bonnaroo, na verdade, quando era mais jovem. É um lugar onde você pausa tudo por um momento. Você se conecta com todos ao seu redor, e se conecta com a música e as luzes. Acho que nada me afetou tão profundamente na vida quanto a música ao vivo. Para mim, isso é quase uma religião.
P: Você encerrou as datas finais do seu show de jazz em Las Vegas em julho. Acha que fará isso de novo?
R: Definitivamente vou continuar cantando jazz no futuro, com certeza. Jazz é uma parte enorme do meu coração. Sempre amei, e foi muito emocionante quando pude fazer isso com o Tony [Bennett]. E adorei fazer Harlequin — foi uma experiência muito, muito especial. Arranjar essa música é um verdadeiro processo. Encontrar o som certo é um verdadeiro processo.
P: Há algo levemente maníaco em Harlequin para os meus ouvidos.
R: “Maníaco” é a palavra certa. Há influência de surf punk no álbum. Há influência de doom jazz no álbum. Há influência de Nova Orleans no álbum. Tudo isso foi através do olhar de uma mulher que quer ser quem quiser, quando quiser. Uma mulher que vai incendiar o palco, se sentir vontade. De certa forma, foi um pouco desafiador: quando cantei jazz na maior parte da minha carreira, acho que algumas pessoas realmente amaram, e outras nunca entenderam por que eu desviava para outros gêneros. A beleza de fazer álbuns é que eu amo aprender sobre música. Eu amei trabalhar com o Tony. Eu amei fazer Harlequin. Eu amei colaborar com todos os DJs e o Gesaffelstein no meu novo álbum. Eu amei aprender sobre música industrial e sobre os diferentes cantos da música eletrônica, e depois adorei trabalhar com o Bruno. Uma das coisas pelas quais provavelmente fui julgada na minha carreira foi por não me prender a uma única coisa. Mas não me prender a uma única coisa é minha força vital.
Confira a publicação original.
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