Após anunciar oficialmente, na tarde da última segunda-feira (22), a estreia do especial "Lady Gaga in Harlequin Live — One Night Only", marcada para o dia 24 de dezembro, às 21h (BRT), Lady Gaga aprofundou os detalhes do projeto em uma nova entrevista concedida à revista Variety.

A conversa foi realizada durante a première do especial no Grammy Museum, em Los Angeles no dia 18 de dezembro, e trouxe novas reflexões da artista sobre o momento atual de sua carreira, o contraste entre "MAYHEM" e "Harlequin" e seus próximos passos criativos.

Durante a entrevista, Gaga explicou que transformar o show íntimo realizado no Belasco Theatre em um filme-concerto foi uma decisão natural. Segundo ela, ele não nasce como um produto convencional, mas como um registro cru de um momento artístico específico, livre de expectativas comerciais e totalmente guiado pela emoção. A artista também comentou sobre a escolha da véspera de Natal como data de estreia, definindo o lançamento como um gesto provocativo e, ao mesmo tempo, afetivo para os fãs.

A seguir, você confere a tradução completa da entrevista:

"Lady Gaga vai estrear 'Harlequin Live' na véspera de Natal no YouTube: 'Pelos padrões de Harlequin, o Natal é o momento perfeito para lançar algo rebelde', diz ela

'Harlequin Live' é uma explosão intensa e barulhenta, e uma prova de que a espera valeu a pena, mostrando a curiosidade musical infinita e o domínio artístico de Gaga. Ela fala sobre o que esteve por trás deste espetáculo mais íntimo, mas ainda visceralmente eletrizante.

Será um Natal muito Harlequin para os fãs de Lady Gaga. A cantora anunciou hoje que seu aguardado filme-concerto 'Lady Gaga in Harlequin Live — One Night Only' chegará às 'chaminés digitais' dos fãs na noite anterior ao Natal, com estreia marcada para 24 de dezembro, às 16h (21h pelo horário de Brasília), no YouTube.

A revelação da data acontece logo após a estreia do projeto no Grammy Museum, onde Gaga participou de uma extensa sessão de perguntas e respostas com Chris Willman, da Variety, sobre o novo filme e o álbum que deu origem a ele, 'Harlequin'. O disco, lançado no fim de 2024, concorre atualmente ao Grammy de Melhor Álbum Pop Tradicional, além das sete indicações que seu outro álbum recente, 'Mayhem', recebeu para a cerimônia marcada para 1º de fevereiro.

O derivado filmado de 'Harlequin' foi gravado no Belasco Theatre, no centro de Los Angeles, em 30 de setembro de 2024, em um show realizado após a meia-noite, que foi recebido com entusiasmo por um pequeno grupo de fãs que conseguiu entrar, e documentado em uma crítica extremamente empolgada da Variety, o único veículo de imprensa a cobrir a apresentação. Depois disso, o projeto simplesmente não voltou a ser mencionado até agora, ficando guardado tempo suficiente para quase entrar no campo do mito entre os Little Monsters.

Ela comentou sobre o timing desse lançamento surpresa durante a conversa no Grammy Museum:

'Eu pensei: por que não? Temos algo que é tão especial para nós, então estamos muito felizes em compartilhar com os fãs', disse ela. 'É um projeto meio rebelde. E, pelos padrões de Harlequin, o Natal é o momento perfeito para lançar algo rebelde.'

Os fãs se perguntavam se o filme-concerto poderia ter se perdido em meio ao 'Mayhem' do último ano, com o álbum seguinte e sua enorme turnê em arenas vindo logo depois de 'Harlequin'. Segundo Gaga, o plano sempre foi lançar o filme após algum tipo de pausa.

'Foi interessante, quando vimos as imagens pela primeira vez, dissemos: Este não é o momento certo para lançar isso. E concordamos coletivamente em deixar a lenda da apresentação no Belasco florescer com os fãs, até que parecesse o momento certo… E agora isso é como um presente de Natal.'

Foi a apenas alguns quarteirões do Grammy Museum, no Belasco, há cerca de 15 meses, que Gaga e uma animada banda de seis músicos apresentaram o álbum 'Harlequin' na íntegra. (Tecnicamente, já era manhã, já que o show semi-secreto começou após a meia-noite — embora os horários fossem difíceis de medir, já que relógios inteligentes e celulares foram lacrados.)

O show intenso foi recebido com euforia por cerca de mil fãs, que assistiram a versões mais cruas e levemente rock de músicas como 'That’s Entertainment', 'That’s Life' e 'When the Saints Go Marching In', além de duas faixas originais que também aparecem no álbum 'Harlequin'. A estranha e altamente teatral direção de arte acrescentou ainda mais intriga. Mesmo explorando repertório majoritariamente datado das décadas de 1930 a 1960, Gaga talvez nunca tenha entregado uma performance tão energética em sua carreira, dançando com abandono selvagem, sem perder o fôlego ou a afinação perfeita, e parecendo executar tantos movimentos frenéticos em um palco pequeno quanto faria meses depois nos grandes palcos do Coachella.

Mas, sem fotos oficiais ou não oficiais divulgadas, havia pouca prova concreta de que esse verdadeiro 'avistamento de um Pé-Grande' de um show realmente tivesse acontecido. A crítica da Variety saiu sob um título altamente promissor:

'A apresentação secreta e noturna de Lady Gaga no Belasco, em Los Angeles, foi insana — e uma das melhores coisas que ela já fez.'

E, desde então, era preciso praticamente acreditar apenas na palavra do veículo.

Agora, Gaga está feliz em permitir que o resto do mundo entre nesse sonho febril matinal de 'Harlequin'.

'Foi muito bom ver todos vocês aqui dentro assistindo', disse Gaga ao público depois de assistir à parte final do filme das laterais do Clive Davis Theater, com 200 lugares, no Grammy Museum, acrescentando, como se estivesse tão surpresa quanto qualquer um com o lançamento público: 'Eu não conseguia acreditar.'

O que os usuários do YouTube verão na véspera de Natal e depois disso é um projeto que desafia classificações fáceis. Sua ligação mais próxima é, obviamente, com os dois álbuns que ela gravou com o falecido Tony Bennett, ambos vencedores do Grammy de Melhor Álbum Pop Tradicional, categoria em que ela concorre agora como artista solo, e com sua longa residência 'Jazz & Piano' em Las Vegas, na qual também revisitou clássicos e standards do período pré-rock. Mas a direção de arte do show filmado não poderia ser mais distante da elegância dessas apresentações.

O cenário mostra Gaga e sua banda de seis integrantes em um apartamento surpreendentemente desarrumado, onde as persianas provavelmente não estão alinhadas há décadas e há um colchão no chão com a roupa de cama toda bagunçada. A ambientação é caótica e sombria e, ainda assim, em termos de performance, Gaga nunca pareceu tão exaltada.

A ideia do design de produção surgiu de um ensaio fotográfico que Gaga fez para a arte de 'Harlequin', mas também de uma reflexão sobre os tempos em que ela ainda era, no máximo, uma artista aspirante. Todo o conceito se formou rapidamente quando foi decidido, de maneira bastante espontânea, apresentar o álbum inteiro ao vivo.

'O mais interessante é que eu deveria fazer essa apresentação com apenas três músicas, como uma espécie de celebração após a estreia de Joker. E, alguns dias antes, Michael e eu pensamos: O quê? Vamos tocar o álbum inteiro’, contou ela.

'Eu tinha acabado de filmar o clipe de Disease [single do Mayhem] algumas semanas antes, e adorei trabalhar com o Marcell (Rév, diretor de fotografia). Ele é um artista incrível, e entra de cabeça no processo. Então, depois de Disease, pensamos: E se trabalhássemos com ele nisso?’

'E quando tudo se encaixou na direção de arte, fez ainda mais sentido por causa da capa do álbum que fotografamos em Las Vegas, enquanto finalizávamos o disco, toda feita nesse apartamento decadente. E quando conheci os caras com quem fiz o álbum, alguns deles há 20 anos, eu morava em um apartamento decadente no Lower East Side. Foi lá que tive todas as minhas ideias malucas sobre tudo. E foi assim que a qualidade emocional e crua de como criamos o disco acabou se refletindo nessa performance.'

O fato de que a decisão de apresentar o álbum inteiro, em vez de apenas três músicas, tenha sido tomada relativamente em cima da hora não significou que Gaga não se sentisse totalmente pronta para isso.

'Antes de cantar qualquer um desses discos no estúdio, você precisa realmente conhecê-lo. Não dá para estar aprendendo ali na hora. Eu aprendi isso também uma vez em estúdio com o Tony, quando não estava preparada. Grande erro! Então agora eu canto essas músicas centenas de vezes antes mesmo de gravá-las. E esses caras, nós conhecemos os arranjos. Por isso deixamos muita coisa solta. Fizemos, acho que, dois dias de ensaio antes disso. E a ideia de tudo era capturar essa crueza, com toda a textura emocional da música jazz. Então, não, não nos preparamos tanto assim. Mas, de certa forma, eu vinha me preparando para isso há anos.'

Embora isso não seja algo que se ouça de forma tão evidente na música, Gaga revelou uma inspiração talvez surpreendente para a evolução do seu jazz, descoberta por ela e pelos outros músicos enquanto ficavam em Las Vegas, depois de assistir aos shows de clube à 1h da manhã do trompetista Brian Newman, após as próprias apresentações de sua residência. Nessas conversas madrugada adentro, surgiu um tipo diferente de influência.

'Nós acabamos encontrando o caminho para Harlequin, acho que através da guitarra e do nosso amor compartilhado pelo surf punk. E meio que dissemos: E se a gente direcionasse algumas dessas produções nessa direção?’

Essa abordagem mais crua ao reinterpretar o Great American Songbook também é simbolizada por elementos como um dos integrantes da banda fazer todo o show usando um smoking sem mangas, exibindo os braços tatuados. O que Tony Bennett teria achado de uma escolha de figurino assim?, perguntamos.

'Tony amava ARTPOP, então eu sei que ele teria dito: Uau. Sim', respondeu Gaga. 'Ou alguém teria sido demitido!', acrescentou ela, rindo.

Embora Gaga esteja sendo indicada ao Grammy de Melhor Álbum Pop Tradicional sozinha pela primeira vez, sem uma colaboração com Bennett, ela não enxerga isso dessa forma.

'Eu não me sinto sozinha nessa categoria, porque acho que sempre vou sentir que o Tony está comigo nela, e também todos esses músicos com quem venho fazendo música nos últimos vinte anos.'

Ela observou uma possível ironia na categoria em que o álbum 'Harlequin' foi inscrito.

'No grande léxico americano dessas canções pop vintage, para mim e para o Tony, essa categoria definitivamente seria apenas pop, não seria pop tradicional. É só com o tempo que o significado disso muda. Mas é incrível ser indicada por esse álbum, que significa tanto, tanto para mim. Nós nos importamos profundamente com essa música, e foi um processo tão interessante criá-la.'

O processo foi muito diferente do vivido nos dois álbuns colaborativos com Bennett.

'Quando estávamos no estúdio, eu falei: Ben (Benjamin Rice, coprodutor da música de Harlequin), por que você não traz algumas latas de lixo e a gente usa como bateria? Era tipo: quais seriam as formas de quebrar a música? Porque estávamos pensando em histórias em quadrinhos e jazz, e em como poderíamos abordar isso com humor e diversão, de um jeito quase infantil, quase imaturo, ou, sim, um pouco maluco. Isso acabou gerando algumas releituras novas e muito empolgantes. O estilo do disco veio realmente de um relacionamento profundo que construí com todos esses músicos ao longo das últimas duas décadas. E abordar a música dessa forma nova, e sem o Tony ali, foi diferente. Trabalhar com o Tony… quando íamos planejar algo, vestíamos ternos para entrar no estúdio e dizíamos: Sr. Bennett, gostaríamos de tocar algo para você. Eu me inclinava para o Brian (Newman, um dos diretores musicais) e dizia: Não estraga tudo, Brian! Então isso foi diferente. Ele não estava lá, e isso permitiu que o álbum fosse bastante rebelde. Mas ele estava totalmente presente em espírito.'

Bennett está presente em 'Harlequin' em algo que vai além do espírito. Enquanto Gaga canta a música mais contida do set, 'Smile', sentada naquele colchão deteriorado, a câmera captura uma pequena TV em preto e branco, aos pés da cama, exibindo em looping uma gravação antiga de Bennett.

'Bom, ele amava Smile', disse Gaga sobre a homenagem. 'E, nossa, como ele cantava, a versão do Tony de Smile era a minha favorita, depois da do Nat King Cole. Então tê-lo ali foi um daqueles momentos selvagens de uma performance ao vivo, em que você traz um pouco do mundo real, com uma piscadinha. É um vídeo antigo dele; não é um vídeo nosso juntos. Não foi pensado como um memorial nem nada disso. Era mais sobre em quem ela poderia estar pensando, o que é absolutamente verdade.'

Gaga às vezes fala de sua persona no filme-concerto 'Harlequin' como se fosse uma personagem, usando termos na terceira pessoa como 'ela' ou 'essa garota'. Mas ela definitivamente não está interpretando Harley Quinn, apesar de muitas dessas músicas terem sido usadas, em estilos e arranjos bem diferentes, no filme 'Coringa: Delírio a Dois'. Na verdade, parece ter sido importante para Gaga reapresentar essas canções em um estilo que fosse puramente dela.

Durante o filme, Gaga conversa com o público sobre sua própria vida e sentimentos, então não há uma atuação totalmente 'method'. Mas é possível que, às vezes, ela esteja encarnando uma Gaga mais inocente, de antes da fama — como quando apresenta 'That’s Entertainment' evocando sua versão de 9 anos, vivenciando a música de forma mais pura e jubilosa, sem expectativas de carreira. Talvez seja essa criança de 9 anos que aparece quando, em alguns momentos, Gaga rasga os travesseiros da cama desarrumada e espalha as penas pelo palco.

Mas as coisas ficam bem pouco infantis no que é, quase certamente, o momento mais pessoal de toda a performance: quando ela canta 'Happy Mistake', uma das duas músicas novas e originais do álbum 'Harlequin'. Com exceção dos primeiros 30 segundos, a música inteira é feita em um único take, com a câmera circulando Gaga no palco enquanto ela interpreta uma canção com significados muito mais profundos para ela do que 'That’s Entertainment', com a franja caindo sobre os olhos. Depois, ela está visivelmente emocionada… e claramente alheia ao trabalho de câmera acontecendo ao seu redor.

.>'Essa música, Happy Mistake, foi muito inspirada por um período e uma fase da minha vida em que… parecia que ser feliz seria um acidente, parecia algo impossível. E muitas das decisões que tomei sobre os projetos que assumi naquela época vinham de uma atração profunda, da alma, pelo desejo de ajudar a contar essa história de como é se sentir incompreendida dessa forma. Então essa música é muito significativa para mim. Quando você escreve algo assim, quando parece que está vivendo no inferno… acho que o presente, para mim, ao fazer essa performance, foi: eu estava muito feliz. … Você consegue apreciar a composição da música e abraçar o arranjo, mas não está tão atormentada pelo que está dizendo a ponto de não conseguir expressar aquilo de uma forma artística, em que você consegue se observar.'

'O que isso me leva a pensar é que, com a câmera, eu sempre me sinto muito conectada ao Marcell quando trabalhamos juntos. Não é aquela relação em que eu penso: Ah, a câmera está aqui, então vou virar o rosto assim, porque esse é um bom ângulo. Eu não penso dessa forma. É mais como se estivéssemos dançando, juntos. Eu sei onde estão as luzes, sei onde estão os fãs, sinto a música, conto a história, e ele me ajuda a contá-la. Então eu diria que é uma parceria silenciosa, e isso também acontece na música. E acho que sou realmente muito sortuda. Já pude fazer alguns filmes, além de tudo o que já fiz, e até em Nasce Uma Estrela isso te ajuda a entender como estar consciente do que todos estamos tentando fazer, mas também a se entregar ao momento e tentar contar uma história que, com sorte, toque alguém. Talvez uma pessoa. Isso já é tudo. Talvez seja a sua mãe.'

Uma pessoa da plateia chamada Edith pegou o microfone durante a parte de perguntas e respostas, dizendo que até mesmo a ordem das músicas no álbum e no filme 'Harlequin' parecia contar uma história que ela achou pessoalmente comovente.

'Eu estive no show de Harlequin e foi uma das melhores noites da minha vida', disse a jovem. 'Esse álbum significa muito para mim, porque muitas vezes eu me sinto incompreendida…'

Gaga ofereceu uma resposta extensa e detalhada à pergunta final da mulher sobre como ela organiza a sequência dos álbuns, dizendo que passa meses refletindo sobre a ordem das músicas em cada disco para criar o arco emocional certo. Mas ela não perdeu de vista o cerne original da pergunta de Edith. Três minutos dentro dessa resposta bastante técnica, Gaga soltou de repente: 'Posso te dar um abraço?'

Gaga também elogiou seu noivo e parceiro criativo, Michael Polansky; no filme-concerto 'Harlequin', os dois dividem os créditos como diretores criativos e produtores executivos.

'Nós trabalhamos juntos de forma muito próxima já há algum tempo, mas esse foi nosso primeiro projeto musical juntos, e foi incrível. Acho que o que todos nós mais precisamos é de alguém que acredite naquilo que queremos dizer. E acho que nós dois também temos um carinho especial por pessoas que se sentem incompreendidas, e este álbum e esta performance orbitam muito essa mulher que se sente assim.

Foi um processo incrivelmente bonito,estar no estúdio gravando, planejando tudo, montando este (filme), cada aspecto que fazemos como uma equipe… Uma das coisas que eu amo em trabalhar com o Michael é que ele tem uma proximidade comigo que permite enxergar minha arte e meu lado musical ainda no estágio inicial, cru. Então, seja eu querendo pensar demais, ou outra pessoa querendo pensar demais, ou alguém chegando e dizendo: O que isso tudo significa? Qual é a estratégia? Como vamos comercializar?, ele ajuda de todas as formas possíveis para garantir que a pureza disso não seja destruída. E fazemos isso juntos.'

Em um momento mais leve, uma pessoa da primeira fila comentou:

'Ontem à noite tivemos uma ideia incrível: no seu casamento, você deveria entrar pelo corredor usando a Volantis, o vestido voador' (uma roupa lendária de um evento da era ARTPOP, em 2013).

'Isso seria perigoso', Gaga riu, e o assunto morreu ali.

Mas ainda havia muito a ser dito sobre jazz. Em certo momento, minutos dentro de uma resposta, Gaga se desculpou:

'Desculpa divagar tanto sobre música', antes de lembrar que, se existe um lugar para divagar livremente sobre música, esse lugar é o Grammy Museum.

Ainda há mais música sendo criada, inclusive agora, com a Mayhem Ball Tour, que começou cinco meses atrás, programada para retornar em 21 de janeiro, em Osaka, e finalmente encerrar no Madison Square Garden, em abril.

'É extremamente útil, maravilhoso e incrível ter um parceiro com quem eu posso fazer música. Então montamos um estúdio em todos os lugares onde ficamos (durante a turnê), e gravamos no hotel. Tem um piano e um microfone, e sempre que parece ser um bom momento para criar música, nós simplesmente fazemos.

Quando eu estava no início dos meus vinte anos, eu era uma pessoa muito Method, no sentido de que, em cada projeto que eu assumia, eu vivia aquilo 24 horas por dia. Acho que a idade e a experiência me levaram a uma nova fase da vida, em que consigo abordar os projetos como criadora e artista, sem me perder neles. Então, quando eu subo ao palco na Mayhem Ball, eu estou totalmente ali pelas duas horas e quarenta minutos em que fico no palco. Todos os dias chego mais cedo ao local e faço arranjos únicos para o show, para mantê-lo fresco, divertido e interessante para os fãs. Mas quando acaba, eu deixo aquilo ir.

Isso abre muito mais espaço para eu escrever algo novo, porque libera minha mente. Então eu cuido de mim mesma o máximo que posso na estrada, e estou percebendo que isso está levando a muita composição, o que é o melhor possível.'

Refletindo novamente sobre o momento, Gaga disse:

'Estou me sentindo muito grata por o Grammy ter reconhecido este álbum, que está me fazendo sentir muito celebrada como mulher na música. Este projeto, para mim, é uma forma muito especial de dar aos meus fãs uma visão de quem eu quero me tornar como musicista de jazz. Este não será meu último disco de jazz. Então é empolgante continuar seguindo em frente. E sinto que, não importa para onde a música me leve, ela é a única coisa em mim que é insaciável, nunca será suficiente. Porque mesmo quando eu estiver nos meus noventa anos, eu ainda não terei passado por todos os gêneros nem descoberto tudo.'

'Lady Gaga in Harlequin Live — One Night Only' é uma produção da Morningview Production, com Gaga e Polansky como produtores executivos. Os dois também dividem a direção criativa com Todd Tourso e Mel Roy, do mtla.studio. A direção de fotografia é de Marcell Rév, e a direção musical é creditada a Gaga e aos membros de sua banda: Brian Newman, Tim Stewart e Alex Smith."

Fonte


Confira o trailer do especial: