Após o tributo de Lady Gaga a David Bowie no Grammy 2016, a Vanity Fair publicou um artigo contando detalhes da transformação da cantora para a performance, além da tecnologia da Intel presente no tributo.

Confira a matéria traduzida abaixo:

A estrela pop incorporou a robótica, holografia e computação gráfica ao vivo da Intel em sua homenagem.

Hologramas podem parecer como uma nova fronteira ousada para a indústria do entretenimento. Mas para Lady Gaga, a performer que empurra as barreiras de tudo que envolve o audiovisual, hologramas já são coisa do passado. Por isso sua alucinante homenagem a David Bowie no Grammys na segunda-feira à noite, a qual prestou homenagem a várias fases da carreira de cinco décadas do ícone, cortesia da computação gráfica, vídeo interativo, e robótica da Intel. Dado que Bowie faleceu há apenas um mês, como diabos Gaga conseguiu montar tal feito em questão de semanas?

"Lady Gaga vinha falando com a Intel desde o início de setembro, pensando em várias maneiras pelas quais ela poderia usar a tecnologia para se expressar de um jeito que nunca tinha sido feito antes", explicou Paul Tapp, diretor de tecnologia da Intel, por telefone semana passada. "Ela é uma dançarina incrível e ela realmente empurra os limites com a moda. Ela disse: "Me ajude a ir além dessas limitações padrão." Então, no outono passado, uma equipe de engenheiros começou a trabalhar na tecnologia que Gaga imaginou usar. Mas quando Bowie faleceu no início de janeiro, Gaga começou a re-imaginar a sua performance multimídia como um tributo ao ícone.

"Bowie tinha toneladas de looks icônicos ao longo de sua carreira bastante rica", disse Tapp, "então Lady Gaga estava curiosa em como poderíamos prestar uma homenagem a isso. Nós introduzimos tecnologia de 'tela viva' nela, o que a permite basicamente ter o que chamamos de pele digital - a qual foi utilizada em instalações de arte tecnologia, mas nunca antes usada em uma performance ao vivo." A pele digital é projetada sobre Gaga enquanto ela performa para que pareça que sua "maquiagem" está mudando instantaneamente durante toda a sua performance de seis músicas.

Para criar a animação da maquiagem - essencialmente C.G.I. (computação gráfica) feita ao vivo - a equipe da Intel criou um scan 3D do rosto de Gaga capturando-a em cerca de 12 poses diferentes com uma complexa tecnologia de digitalização. A equipe, então, criou gráficos de movimento 3D baseados nas medidas faciais de Gaga e os looks de Bowie que ela queria replicar.

Durante a apresentação, os gráficos - essencialmente "substituição de pele" - são projetados em seu rosto ao vivo, como uma máscara, graças ao monitoramento facial em tempo real (cinco câmeras com sensores infravermelho captam marcadores infravermelhos colocados discretamente no rosto de Gaga).

"Uma vez que nós temos o monitoramento no local, as câmeras e os marcadores estão dizendo ao computador exatamente qual ângulo e rotação e eixo o rosto dela está e suas expressões faciais", explicou Tapp. "Seus olhos estão abertos ou fechados? Sua boca está feliz ou triste? Suas bochechas estão para cima ou para baixo? Temos que controlar tudo isso com detalhes muito complexos e, em seguida, em tempo real, temos que ajustar a maquiagem digital que geramos por computador, organizá-la de acordo com a posição facial dela, e projetar exatamente no lugar certo, na hora certa."

"Os espectadores provavelmente já viram esta tecnologia antes", acrescentou Teresa Herd, vice-presidente de marketing global da Intel, "mas sempre um efeito especial é feito depois de um filme ser gravado. Isso é feito em tempo real - é literalmente mudar e se transformar bem em frente dos seus olhos."

Mas a projeção do mapeamento de rosto é apenas um componente tecnológico que Gaga incorporou em sua apresentação no Grammy. "Ela queria fazer muita coisa com o espaço" disse Tapp. "Ela adora o cosmos. Tem obviamente muita beleza inerente nos céus, mas foi mais do que isso. Ela ama o tipo de gravidade e múltiplos aspectos do espaço também. Com gráficos de computador, você pode ganhar algumas imagens muito ricas e muito foto-realísticas, mas nós queríamos dar um passo a frente e fazer aqueles gráficos responderem a ela. Não é necessariamente conteúdo processado. É um conteúdo que realmente reage a como ela se mexe no palco. Além disso, nós fomos capazes de projetar esse conteúdo em alguns materiais muito especiais, que faz parecer que ela está pairando no espaço."

Os engenheiros também criaram um acessório especial para dar (ou parecer dar) poderes mágicos a ela no palco. Um anel feito especialmente pela Intel com sua tecnologia Curie e materiais holográficos, o anel de Gaga permitiu que ela tivesse um controle em tempo real do palco, uma parede L.E.D, e o ambiente em sua volta incluindo um holograma tridimensional do próprio Bowie.

"O anel Curie dá à ela poderes além de seu corpo e você vai ver isso incorporado nesse espaço, como um tema onde estrelas, buracos negros e todo tipo de coisa junta sobre seu controle. Nós esperamos que pareça bem dramático."

A tecnologia criada para a performance de Gaga foi tão impressionante e complexo que Tapp e Herd nem mesmo revelaram que braços robóticos iriam aparecer no palco para mover um grande piano até 35 minutos em uma conversa de 40 minutos, quase como uma reflexão tardia.

"Nós realmente tentamos integrar robótica em uma bela maneira criativa, e estes são uma rosa de ouro", disse Tapp. "É quase como uma criatura animada em algum grau. Nós nos capitalizamos nisso para fazer alguns efeitos de movimentos inesperados com ele ao vivo."

Em um comunicado emitido segundos após a performance de Gaga, a pop star falou sobre casar a música e tecnologia no Grammy. "Eu gosto de fazer coisas que integram tecnologia e arte com experiências poderosas.", ela disse. "Eu acho que essa colaboração com a Intel foi muito diferente do que qualquer coisa que eu fiz antes. Eles realmente me deram tanta tecnologias maravilhosas para brincar."

A Intel tem um contrato de dois anos com o Grammy, e vai retornar com outra apresentação de tecnologia pesada ano que vem.

Revisão por Milena Rodrigues