O produtor americano BloodPop, que esteve envolvido no processo criativo de Perfect Illusion, o novo single de Lady Gaga, concedeu uma entrevista ao portal da revista Rolling Stone.

Ele contou como foi trabalhar ao lado de Gaga, Mark Ronson e Kevin Parker, que também produziram a canção.

Leia na íntegra:

"O produtor BloodPop, de Lady Gaga, explica como que a dupla, junto de Mark Ronson e Kevin Parker, criou Perfect Illusion.

Para criar Perfect Illusion, o seu novo e explosivo single lançado quinta-feira, Lady Gaga sentou-se atrás de um piano nos estúdios Shangri-La, em Malibu, Califórnia, com o produtor Mark Ronson e o escritor Kevin Parker, do Tame Impala.

“Eles trabalharam na letra por horas e horas”, disse Michael “BloodPop" Tucker, um produtor que já trabalhou com Justin Bieber e Grimes.

“Eles começaram perto do meio dia e o sol foi se pondo, e eles continuaram noite a dentro. A cada um ou dois dias, alguma parte da letra mudava e foi ficando cada vez melhor”. Para o LG5, seu quinto álbum de estúdio ainda sem nome divulgado, com lançamento aguardado para o outono americano, neste ano, Gaga foi adicionando e removendo colaboradores no projeto: RedOne, que ajudou Gaga a se tornar uma super estrela com seus trabalhos em Just Dance e Poker Face, disse ter trabalhado em oito músicas para o CD; Elton John, Nile Rodgers e Giorgio Moroder também ajudaram, aparentemente, assim como DJ White Shadow e Fernando Garibay.

O álbum anterior de Gaga, ARTPOP, foi tratado como um fracasso comercial, vendendo apenas 258.000 cópias em sua primeira semana, comparado a mais de 1 milhão de seu antecessor, Born This Way. Desde então, Gaga se distanciou da música pop, gravou duetos com Tony Bennett, e atuou em American Horror Story, do FX. Porém, BloodPop conta à Rolling Stone como que a sua nova música é o retorno de Gaga ao som que a fez famosa.

Rolling Stone: Qual é a mensagem que Gaga quer passar com o single?

BloodPop: Não existiu nenhuma conversa sobre como a música deveria soar. Nós todos meio que falamos uma mesma linguagem. O que mais me excita sobre a canção é que é totalmente diferente de tudo que está no rádio agora — o que eu acho um problema, a maioria da músicas é muito parecida. Com Perfect Illusion, você não consegue lembrar de nenhuma música nos últimos 5 ou 10 anos e falar, “Nossa, como soa parecido”. É totalmente diferente.

RS: Como você descreveria o som?

BP: É uma composição super tradicional e soul na raiz. E rock. Porém, ainda tem um coração pop e dance.

RS: O quão literal você é quando diz “soul na raiz”? A Gaga se inspirou no soul tradicional na composição e na produção?

BP: Eu não acho que é muito literal. Na minha primeira semana, eu cheguei e disse, “Você sabe o que é isso? É pop cowboy”. Não da maneira de uma popstar usando um chapéu de cowboy, mas em um jeito cowboy super autêntico — escute o rádio: “Você quer saber de uma coisa, eu posso transar com isso”. É uma grande canção de rock que faz você querer dançar e tem um ótimo refrão. Isto é comovente para mim, mas não é soul music.

RS: Com você, Mark e Kevin na equipe, o quão envolvida Gaga esteve com a composição da letra?

BP: Gaga estava sentada com uma máquina datilográfica e um violão escrevendo isto ela mesma. Ela nunca está de fora, nunca para de escrever, nunca fica para trás. Ela sempre está na frente, controlando tudo. Então, quando as pessoas dizem: “Será que vai soar como isto?” ou “Será que vai soar com aquilo?”, tudo acaba sendo encaixado por ela e por suas influências.

RS: Como que você chegou a trabalhar em Perfect Illusion?

BP: Eu sempre fui um grande fã dela, mas o contato veio através do Mark Ronson. Ele ouviu um álbum que eu estou trabalhando agora para outro artista que ele gosta e nós começamos a nos falar depois disso. Mark me ligou no final de maio. E eu fui para Malibu e o conheci, e durante os primeiros dias o Kevin chegou e o primeiro single ficou pronto. Foram uns meses que passaram bem rápido.

RS: Você pode descrever quem trabalhou em quê?

BP: Kevin chegou com uma demo que todo mundo amou. O Mark é muito bom em gravar e ajustar os arranjos e escrevendo em todos os instrumentos, e o Kevin é ótimo nos instrumentos. Eu sou terrível nos instrumentos. Não sou o que você chamaria de músico treinado. Kevin também trabalhou no ableton (um aparelho utilizado na produção de músicas), então ele era como uma ponte entre o Mark e eu. Foi realmente uma ótima mistura de talento analógico e digital e, então, o talento combinado de todos para compor.

RS: Onde vocês gravaram?

BP: Gravamos um pouco em Malibu e um pouco em Nova Iorque, e então eles gravaram um pouco na casa dela. Foi meio que em todos os lugares, onde tinha tempo e pudéssemos nos encontrar. Em Nova Iorque, estávamos nos estúdios Electric Lady, criando os vocais para o single. Em Malibu, no estúdio Shangri-La, foi muito bom, só porque é fora de LA, o que eu ótimo, pois em LA existem muitas coisas que podem te influenciar. Esse estúdio é longe de qualquer coisa de uma cidade grande; parece que você está em uma fazenda ou algo parecido.

RS: Como você descreveria a sensação de vocês quatro trabalhando no estúdio juntos?

BP: Tem sido uma vibe incrível do começo ao fim. É como um bando de crianças vizinhas passando tempo juntas em um domingo preguiçoso fazendo um projeto. Todos nos sentimos como velhos amigos de certa forma. E não há duvidas sobre qual é o objetivo, ou qual deve ser o nível de qualidade antes que algo seja feito".

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Revisão por Vinícius de Souza